"Sem olhar para trás..."

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"Não... Veja bem que saí de casa e a mãe nem reparou. Já passa da meia-noite e ainda não deu pela minha falta..." O meu pai suspirou. 

"Diane... onde é que estás, filha?" 

"Em casa da Amy... não te preocupes... não estou em casa de um rapaz qualquer que não conheço de lado nenhum... não sou louca..." Ao dizer isto, sorri e olhei para o David. Ele estava a rir-se também, e abanou a cabeça negativamente como quem diz Esta miúda não existe...

"Vai ficar a passar a noite aí?" 

"Não sei... ela tem compromissos amanhã. Não sei se lhe dá jeito que eu passe a noite. Provavelmente a mãe dela vai levar-me a casa daqui a pouco."

"Está bem... não andes sozinha. Feliz aniversário... ligo-te amanhã durante o dia, está bem?"

"Aham..." 

"E se puderes fica aí, Diane... É preferível do que passares o aniversário fechada em casa, sozinha e triste..."

"Sim, pai... eu peço à Amy... Beijinhos."

"Beijinhos, querida." Desliguei. 

Ele olhou para mim e sorriu. 

"Não estás em casa de um rapaz qualquer que não conheces de lado nenhum?" Franziu a testa. "Não és louca?" Soltou um risada. "O meu nome é Amy? E o teu pai disse que é preferível passares a noite comigo do que ires para casa?" Fez uma pausa e riu-se. "Tu és completamente louca... sabes disso, certo?" Eu encolhi os ombros. "Anda...eu vou levar-te a casa. Não quero que arranjes problemas por minha causa." Levantou-se de novo da cama e puxou-me pela mão. 

Saímos. Caminhámos em puro silêncio até à entrada do meu prédio. Ele encostou a cabeça à ombreira da porta quando chegámos. Ficou a observar-me enquanto procura a chave dentro da mala. Eu achei-a. 

"Amanhã vais às aulas?" Perguntou. 

"Não sei... depende...vou se me apetecer levantar da cama."

"Vai..." Deu-me um meio sorriso. "Nem tudo é mau... Podes estar comigo antes de ires, e antes de voltares." 

"És tipo um ponto intermédio na transição entre os dois infernos?" Brinquei, e ele riu-se. 

"Mais ou menos isso... E tu és o meu único ponto de paz." Baixou o olhar. "Vai amanhã... ok?" 

"Ok..." Assenti. Sorriu.

"Dorme bem..." 

"Tu também." Pegou na minha mão, sem olhar para mim. 

"Obrigado por te importares..." 

"Não precisas de agradecer..."

"E obrigado por existires, também..." Sorriu. Levantou os seus olhos de gelo do chão para os colar aos meus. "Esta noite transformaste-me numa pessoa que eu já não sabia que existia dentro de mim." Engoliu em seco. Deu um passo para ficar mais perto de mim, sem largar a minha não. Ficou a olhar-me nos olhos com a cara apenas a alguns centímetros da minha. Posso sentir a sua respiração quente perto de mim... demasiado perto de mim. Deslizou a outra mão pelo meu rosto. Engoliu em seco novamente. Aproximou-se mais um pouco. Fechou os olhos e deixou beijo na minha testa. "Até amanhã..." Recuou alguns passos, sempre com os olhos em mim. As nossas mãos ficaram presas apenas pelos dedos mindinhos. Por um impulso sem fundamento eu estiquei mais um pouco o braço, voltei a agarrar toda a sua mão, e puxei-o para mim. Ele sorriu e aproximou-se até eu ficar presa entre a porta e o seu corpo. "O que é que queres de mim, New York girl?" Sussurrou bem perto de mim. Arqueou a sobrancelha. Eu não disse nada. Fiquei, pela milésima vez esta noite, petrificada com a intensidade do seu olhar. "Diz lá..." Engoliu em seco. "O que é que queres de mim?" Sorriu. 

"Nada..." Tudo...

"Então porque é que me puxaste?" A sua cara ficou ligeiramente mais próxima da minha. E a expressão era de desafio. 

"Tem cuidado no caminho..." Foi tudo o que me ocorreu dizer-lhe. 

"E desde quando é que te preocupas comigo?" Aproximou-se mais um pouco.

"Desde agora..." Sorri, desajeitada. 

"Não te preocupes comigo... eu chego para nos proteger aos dois."

"Avisa-me quando chegares a casa." 

"Já vais estar a dormir..." Aproximou-se apenas mais uns milímetros. 

"Não. Eu estou sem sono, hoje." 

"Eu tiro-te o sono?"Pela primeira vez deu-me um sorriso provocante. 

"Aham..." 

"Tu também me tiras o sono... acredita."

"Porquê?" 

"Não consigo dormir quando tenho coisas melhores em que pensar..." Toda esta conversa sussurrada tão perto da minha cara está a dar cabo de mim. Eu não respondi nada, apenas fiquei demasiado envergonhada para continuar a olhar para ele e baixei a cabeça. Ele fez deslizar dois dedos pelo meu rosto, quando chegaram ao queixo pressionou para cima para eu levantar a cabeça, e voltar a olhar para ele. Aproximou-se até restar apenas um fino lençol de ar das nossas respirações entre os seus lábios e os meus. Fechou os olhos. Respirou fundo. "Até amanhã..." Afastou-se, largou a minha mão, virou costas e foi-se embora...sem olhar para trás...

Hey babes <3 O que é que acharam? Sim... eu sei que vos enganei tipo três vezes neste capítulo, e que principalmente agora no final achavam mesmo que se iam beijar... mas não, ainda não foi desta :P 

COMENTEM AS VOSSAS REAÇÕES QUE EU QUERO MESMO SABER O QUE É QUE ESTAVAM A PENSAR/SENTIR AO LER ESTE CAPÍTULO. 

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P.s.- A foto do David *-* OMG  os olhos dele com a luz :o

Kiss <3 

Outro copo de amor, por favor (#wattys2016)Where stories live. Discover now