Capítulo 3 - Sofia

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O dia seguinte pareceu ter amanhecido mais radiante do que todos os outros, lógico que tudo não passava de coisa da minha cabeça, a expectativa de que finalmente havia encontrado algo, me fazia acreditar que tudo poderia dar certo naquele dia.

Depois de tomar um café da manhã bem reforçado -Não havia percebido antes, mas nos últimos dias, não vinha me alimentando bem, por conta da correria e do anseio em encontrar outro emprego, mas agora, com esse problema resolvido eu já podia ficar mais tranquila- sai de casa às cinco e meia da manhã e cheguei na faculdade exatamente dez minutos antes do início da primeira aula. Estava tão animada, era impossível desfazer o sorriso que havia se formado em meu rosto.

― Bom dia, Sofia! –Vanessa falou assim que me aproximei. Minha única reação foi abraçar forte minha amiga- Algum motivo especial para estar me abraçando desse jeito? –Ela questionou curiosa.

― Eu decidi seguir seu conselho, fui a uma agência de empregos e ontem a noite me ligaram, dizendo que haviam encontrado algo para mim! –Dizia eufórica.

― Isso é maravilhoso, Sofia! –Ela me abraçou forte- Fico feliz em tê-la ajudado de alguma forma. Mas, o que exatamente você vai fazer?

― Ainda não sei muitos detalhes, mas até onde entendi, serei babá dos filhos de um grande advogado aqui do Rio, não quis fazer muitas perguntas, mas acho que são bem ricos.

― São quantas crianças?

― São duas, uma menina e um menino, eles não me informaram a idade, mas deduzi que a menina ainda seja pequena e que talvez o menino tenha uns dez anos.

― Quando você vai começar?

― Hoje mesmo. Assim que sair daqui, irei direto para lá, ainda tenho que conversar com o pai das crianças sobre o fato de eu fazer faculdade pela manhã, talvez isso acabe se tornando um problema.

― Vai dar tudo certo, eu tenho certeza! –Ela se agarrou a mim, enquanto caminhávamos pelo corredor da faculdade– Será que esse seu patrão é gato ou é um daqueles executivos de cabelos grisalhos e barrigudo? –Ela disse depois de um bom tempo em silêncio.

― Por favor né, Vanessa? –A olhei de relance, revirando os olhos.

― Foi só um comentário inocente –Ela parou na minha frente- Mas lá no fundo, admita, você também está curiosa para descobrir! –Ela sorriu sorrateiramente- Toda mulher tem um fetiche por executivos! –Ela piscou, entrando na sala e se sentando em seu lugar, o professor já estava chegando para iniciar a aula.

Durante os primeiros minutos da aula, refleti sobre o que Vanessa havia dito, mas no final, sabia que não importava a aparência do homem, jovem ou velho, ele seria meu patrão, minha obrigação era cuidar dos seus filhos e eu não podia falhar, dependia desse emprego para poder continuar estudando e me mantendo no Rio.

Após as aulas, me despedi de Vanessa e disse que ligaria quando saísse do emprego para lhe contar as novidades. Precisei pegar apenas um ônibus para chegar até lá.

A casa estava localizada em um dos condomínios mais nobres da cidade. Assim que a minha entrada foi liberada, caminhei, conferindo o endereço no papel, não podendo deixar de reparar nas enormes mansões pelas quais passava.

Foi quando encontrei o número 342. A casa era tão grande quanto todas as outras casas vizinhas e a observando da rua, tive a sensação de que era muito maior por dentro.

Mesmo dominada pela ansiedade, atravessei o longo jardim que havia na frente em direção a porta, toquei a campainha e em poucos segundos, uma senhora, vestida em um uniforme preto, com babados brancos apareceu a porta:

A Babá dos meus FilhosWhere stories live. Discover now