Capítulo 18 - Oliver

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Depois que sai da casa de Sofia, fui direto para a minha aula de esgrima. Particularmente, eu era muito bom neste esporte, mas hoje, enquanto lutava contra o meu amigo, eu parecia desconectado do resto do mundo:

― O que aconteceu com você hoje, Oliver? –Bruno retirou sua máscara, me olhando atentamente- Não te vi lutar, nem metade do que costuma fazer! –Bruno era um dos maiores acionistas da minha empresa e apesar de não trabalharmos diretamente juntos, acabamos nos tornando bons amigos.

― Desculpe, confesso que realmente estava com o meu foco em outro lugar hoje. –Disse, retirando minha máscara.

― Sabe o que parece? Que tem uma mulher envolvida nesta história. –Ele disse.

― Sim, tem uma mulher. –Sorri, lembrando do lindo rosto de Sofia

― Por acaso eu conheço a felizarda?

― Não, acho que nunca foram apresentados.

― Acho que finalmente você encontrou alguém que conseguiu balançar seu coração, nunca vi mulher alguma conseguir te distrair desse jeito! –Ele disse e eu me mantive sério, refletindo sobre aquilo.

Por mais que tudo aquilo fosse estranho para mim, Bruno estava certo.

Geralmente, depois de passar a noite com alguma mulher, eu nem sequer pensava na possibilidade de me encontrar com ela de novo. Mas com Sofia, estava ocorrendo tudo diferente.

Eu não conseguia me esquecer dos seus beijos, da sua pele macia, das curvas do seu corpo... Eu ansiava por vê-la de novo e esperava poder tê-la em meus braços mais uma vez.

Na empresa, nem mesmo o trabalho conseguiu fazer com que eu me esquecesse dela e eu senti que naquele dia não conseguiria produzir nada:

― O que você fez comigo, Sofia? –Pensei alto, enquanto estava sozinho em meu escritório.

Depois que voltei para casa pela noite, passei um tempo com meus filhos, que já estavam entediados de ficar somente em casa:

― Por que o senhor demorou tanto a voltar, papai? –Elena perguntou, enquanto jantávamos.

― Eu tive uns assuntos para resolver, querida. –Respondi, tentando me esquivar de suas perguntas.

― Mas papai...

― Coma seus legumes, Elena. –Disse e ela pareceu esquecer aquele assunto.

― Nunca pensei que fosse dizer isso, mas já estou louco para ir para a escola amanhã. E também porque a Sofia está me devendo uma revanche no vídeo game –Estevan disse animado.

― Vocês dois parecem gostar muito da Sofia. –Comentei, como quem não quer nada.

― Sim, ela é muito legal! –Ele respondeu- Ela é muito divertida.

― E sempre nos dá sorvete quando saímos de nossas aulas. –Elena respondeu inocente.

― Elena! –O irmão a repreendeu- Isso era segredo! –Ele me olhou preocupado- O senhor não vai brigar com ela por causa disso, vai papai?

― Não filho, não vou. –Disse com um sorriso, concluindo que meus filhos estavam tão ansiosos quanto eu para vê-la.

No dia seguinte acordei bem cedo para ir para a empresa. O feriado havia acabado e as coisas voltavam a funcionar normalmente.

Por volta das oito horas, enquanto analisava os processos de alguns clientes, me peguei pensando no que Sofia estaria fazendo na faculdade e por mais que parecesse bobo, me perguntei se ela também estaria pensando em mim. Era como se eu tivesse voltado a ser um adolescente, com os mesmos medos e incertezas.

Almocei em um restaurante próximo a empresa e pela tarde, quando consegui concluir metade do meu trabalho, decidi voltar para casa.

Sofia iria embora dentro de uma hora. Eu poderia me oferecer para leva-la em casa e se ela quisesse, poderíamos ter uma segunda noite de amor.

Estacionei meu carro na garagem, entrando animado em casa. A encontrei sentada na mesa da cozinha com meus filhos, parecia ajuda-los com o dever do colégio:

― Chegou cedo, senhor Oliver. –Ana disse ao me notar.

― Sim, estava um pouco cansado, então achei melhor concluir o meu trabalho em casa. –Por alguma razão, não conseguia tirar meus olhos de Sofia.

― Senhor Oliver, será que poderíamos ter um particular? –Ela perguntou, sua expressão estava séria.

― Claro, vamos a minha sala. –Ela se levantou da mesa.

― Já volto para ajudar vocês. –Sofia disse para meus filhos, me seguindo até meu escritório. Depois que ela entrou, entrei logo em seguida, fechando a porta.

― Estava louco para te ver de novo. –Disse, levantando minha mão para tocar seu rosto, mas ela se afastou, impedindo meu gesto.

― Não posso continuar com isso, Oliver. –Ela me olhava atentamente- Eu não quero ser só mais uma na sua vida, então, acho melhor pararmos por aqui.

Eu definitivamente não sabia o que tinha acontecido com ela. Ontem mesmo trocamos caricias e hoje ela estava me dizendo que não queria continuar com aquilo? Eu estava confuso. Pensei que quando nos víssemos de novo ela iria ficar contente se eu a envolvesse em meus braços e a beijasse, mas ela estava tão arredia, parecia tão distante de mim, e naquele momento, um medo súbito de perde-la me invadiu. Eu não queria que aquilo acabasse.

A Babá dos meus FilhosWhere stories live. Discover now