Capítulo 31 - Sofia

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Acordei com os primeiros raios de sol batendo em meu rosto. Ainda sonolenta, olhei para o lado e vi que Oliver ainda dormia. Me sentei na cama, o observando, ele era tão lindo. Sem dúvidas o homem mais bonito que já havia visto. Ainda o olhando comecei a sorrir, ele me fazia tão bem, e ontem, quando fizemos amor, ele conseguiu fazer com que eu me sentisse a mulher mais especial do mundo. Já não podia negar, eu estava completamente apaixonada por ele, um sentimento tão forte que me assustava.

Sai da cama lentamente, e caminhei até a janela, afastando a cortina e olhando para o seu de um azul vívido. As ruas estavam calmas, talvez por ser domingo. Em uma árvore próxima a janela, pássaros cantavam alegremente.

Comecei a caminhar pelo quarto de Oliver, explorando cada centímetro. Notei que além de tudo, ele parecia ser muito organizado, tudo parecia estar em seu devido lugar.

Parei ao ver dois retratos grandes emoldurados e pendurados na parede. Um era de uma senhora de pele branca, cabelos louros e olhos verdes e o outro era de um senhor, muito parecido com Oliver, tinha olhos azuis e cabelos castanhos escuro como os dele, além de o formato do rosto ser idêntico:

― Por que ainda não está na cama? –Oliver me surpreendeu, me abraçando por trás. Me virei com um sorriso.

― Você me assuntou, não te vi levantar.

― Desculpe, não foi essa a intensão. –Ele disse, me puxando pela cintura e me beijando- Bom dia, Sofia. –Ele murmurou por entre meus lábios.

― Bom dia. –Disse- Esses são seus pais? –Perguntei depois de alguns segundos, apontando para os retratos na parede.

― Sim, Estevan e Elena Beaumont. –Ele disse, encarando os quadros.

― Você deu a seus filhos o nome dos avós? –Disse surpresa, completamente encantada por seu gesto.

― Quis fazer uma singela homenagem. –Ele disse vago e eu o abracei.

― Foi um gesto lindo da sua parte. –Disse, sentindo muito orgulho dele naquele momento- Sua mãe era uma mulher muito bonita. –Comentei, observando com mais atenção a pintura.

― Sim, ela era.

― E você se parece muito com o seu pai, são idênticos! –Notei que Oliver se calou por alguns instantes, encarando o retrato do pai com certa melancolia- Desculpe, eu não deveria ter tocado nesse assunto. –Disse, completamente envergonhada. Por que eu tinha que ser sempre tão curiosa?

― Está tudo bem. –Ele segurou minha mão, sem tirar os olhos dos quadros- Sinto falta deles. –Olhei para Oliver e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Quando aquele Oliver durão havia saído de cena para dar lugar àquele Oliver sensível e frágil?

Sem saber o que fazer e me sentindo ainda mais culpada por ter começado tudo aquilo, apenas o envolvi em um abraço forte:

― Sabe, até hoje não me conformo com a forma que tudo aconteceu. –Ele murmurou em meu ouvido, sua cabeça apoiada em meu ombro e suas mãos ao redor da minha cintura- Foi um acidente de carro, eles estavam indo para Curitiba, passar as férias, quando o freio do carro acabou. E o que mais me assusta, é que era para eu estar junto com eles naquele dia. –A voz de Oliver ficou embargada e eu senti meu coração apertar. Céus, aquilo era horrível! Não conseguia imaginar o quanto relembrar tudo aquilo deveria estar sendo difícil para ele. Era como se memórias de uma vida toda, de repente despencassem em cima dele, de um segundo para o outro.

― Eu sinto tanto. –Disse, completamente emocionada.

― Ei, não fique assim. –Ele se afastou, acariciando meu rosto- Eu sempre me perguntei, porque Deus não havia me levado junto com eles, mas com o tempo percebi que ele estava me dado uma nova chance, para amar e cuidar dos meus filhos e também, para amar você Sofia. Você não faz ideia do quanto tem me feito bem. –Oliver me olhava de uma forma tão apaixonada, ele nunca havia me olhado daquela forma antes. Ao mesmo tempo, seus olhos azuis pareciam assustados e confusos, e eu soube que ele estava tão confuso com seus sentimentos quanto eu- Não quero que pense que te disse aquelas palavras ontem apenas da boca para fora. Elas foram reais. –Ele acariciou meu rosto com as costas da sua mão.

A Babá dos meus FilhosWhere stories live. Discover now