Capítulo 58 - Oliver

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Acordei com os primeiros raios de sol do dia que começaram a invadir o quarto. Me espreguicei e me senti completamente satisfeito quando vi Sofia dormindo ao meu lado.

A observei durante alguns segundos, ela era tão linda. Seus cabelos castanhos estavam espalhados pelo travesseiro, enquanto ela dormia calmamente, como um anjo.

Beijei seu ombro, tendo certeza de que ela era real, de que a noite passada havia sido real.

Sai lentamente da cama, tomando muito cuidado para não a acordar e fui até meu escritório. Fiz uma ligação e depois comecei a recolher todos os papeis que estavam jogados pelo chão, havia centenas deles e eu perdi mais ou menos quarenta minutos ali só tentando junta-los e organiza-los:

― Eu disse que isso ia dar um trabalhão.

Levantei meu olhar e vi Sofia encostada na porta do meu escritório com um belo sorriso no rosto, ela usava o mesmo vestido da noite passada.

― Foi por uma boa causa. –Ri, colocando uma pilha de papeis sobre a mesa e indo até ela. A puxei pela cintura, colando seu corpo no meu e então a beijei- Obrigado por ontem, você foi incrível. –Murmurei, acariciando seu rosto.

― Eu estava com tantas saudades... –Seus olhos cor de mel encararam os meus.

― Ei, mas agora isso acabou, estamos juntos de novo e dessa vez, ninguém vai conseguir nos separar.

― Oliver, em relação ao que a Denise fez, me promete que vai tentar manter a calma?

― Sofia, ela te ameaçou e nos separou! Não existe perdão para o que ela fez!

― Eu sei que não –Sofia segurou meu rosto em suas mãos- Mas quero que me prometa que não vai fazer nada de cabeça quente, você sabe que ela pode inventar uma história qualquer para tirar o Estevan e a Elena de você.

― Ela não ousaria...

― Nós não sabemos... –Ela murmurou- Pessoas como a Denise são instáveis, Oli, quando contrariadas, elas podem cometer loucuras!

― E os caras apaixonados? –Mudei de assunto, juntei mais meu corpo no seu, eu realmente não estava afim de falar sobre Denise- O que eles são capazes de fazer?

― Bem, além de proporcionar noites incríveis para as namoradas, eles podem exagerar um pouquinho no excesso de carinho e superproteção –Ela riu e eu não consegui ficar sem lhe dar outro beijo.

― Eu liguei para um amigo hoje, ele é obstetra e se chama Carlos, marquei uma consulta para você com ele.

― Para quando?

― Hoje.

― Hoje?

― Sofia, você já está quase no segundo mês de gestação e ainda não começou a fazer um acompanhamento médico, isso é importante não só para o bebê, mas para você também –Acariciei seu rosto- Por favor, faça isso por mim.

― Tudo bem, é claro que eu vou a essa consulta.

― Obrigado, você e essa criança são importantes demais para mim.

― Sério? –Ela me encarou doce.

― Por que a surpresa?

― Sabe, quando eu descobri que estava grávida, eu tive medo da sua reação, não sabia bem o que pensar, nós dois nunca falamos sobre a possibilidade de termos filhos e sinceramente, eu não sabia se você iria querer ter esse bebê. –Ela disse sem jeito.

― Está brincando? Em muitos momentos eu cheguei a cogitar a ideia de ter um filho com você, mas eu não quis te assustar. –Fiz uma pausa, tentando imaginar o que ela estaria achando de tudo aquilo- Eu ainda não perguntei, como você está se sentindo com tudo isso?

― Não vou negar que eu fiquei surpresa quando recebi a notícia e eu ainda não sei bem como vou conseguir associar minha gravidez com a faculdade e, menos ainda, em como eu vou contar isso para os meus pais, eles vão surtar! –Ela me deu um sorriso de lado.

Sofia ainda era jovem, com seus vinte e dois anos, sei que ela sabia que sua vida passaria por uma mudança drástica dali para frente e que aquilo a apavorava:

― Eu sei que tudo isso é novo para você, mas não se esqueça que quando o Estevan nasceu, eu tinha apenas vinte anos de idade. Aquilo me apavorou, eu não sabia se seria um bom pai ou não, mas, quando eu o peguei em meus braços pela primeira vez, eu soube que independente de qualquer coisa, eu sempre o protegeria, foi assim com a Elena e é assim que vai ser quando esse bebê nascer. –Coloquei minha mão sobre sua barriga- Eu te amo Sofia e já amo o nosso filho.

Com lágrimas nos olhos, Sofia colocou seus braços ao redor do meu pescoço e me abraçou forte:

― Eu posso não ser o melhor pai do mundo, eu sei, já aprendi isso na prática, mas eu prometo que vou tentar melhorar a cada dia. –Sussurrei em seu ouvido.

― Eu sei que vai, Oliver –Ela beijou minha face- Agora, vamos tomar café? Antes que eu comece a chorar sem parar? –Ela pegou em minha mão, me levando até a cozinha.

Tomamos café juntos, onde falamos sobre assuntos aleatórios, era tão bom ter alguém com eu quem simplesmente pudesse conversar, sem ter que me preocupar com o que eu deveria ou não dizer, com Sofia tudo era tão fácil, que as coisas fluíam naturalmente:

― Bem, eu já vou indo, sei que você ainda tem que ir para a empresa.

― Fica só mais um pouquinho –A puxei, a sentando no meu colo.

― Eu adoraria, mas eu também preciso fazer alguns trabalhos da faculdade ainda hoje, para a semana que vem.

― Nós nos vemos a noite?

― Eu não sei se é uma boa ideia, Oliver... A Denise pode descobrir...

― A Denise não vai fazer nada –Segurei em seu queixo, a fazendo olhar para mim- Nós não temos porque nos escondermos, nosso amor é tão lindo, Sofia... –Rocei meus lábios nos seus, antes de finalmente beijá-la.

― Você tem razão. –Ela sorriu.

― Quanto ao Estevan e a Elena, não se preocupe, eu não vou deixar aquela maluca tirar meus filhos de mim, não mesmo!

Ficamos mais um tempo ali juntos, insisti para leva-la em casa, mas ela fez questão de ir embora de ônibus.

Depois tomei um banho e olhando para as roupas no meu closet, optei por vestir uma calça social e um blazer pretos e uma camisa branca.

Cheguei na empresa por volta das oito da manhã. Fui diretamente para a minha sala e comecei a trabalhar, eu estava tão feliz por Sofia e eu termos voltado, que naquele dia o meu empenho no trabalho foi maravilhoso. Eu estava entusiasmado com a ideia de que seria pai pela terceira vez e também, pelo quanto estava apaixonado pela Sofia.

Estava pensando na noite perfeita que havíamos tido juntos, quando vi meu amigo Bruno entrar em minha sala:

― Bruno, o que faz aqui? –O cumprimentei- Deve estar se perguntando porque eu não apareci para a nossa luta de esgrima de hoje...

― Na verdade não. –Ele me interrompeu. Parecia preocupado.

― O que aconteceu, Bruno? Você está bem?

― Eu não quero fazer o fofoqueiro, mas como seu amigo, acho que devo te contar. –Ele me encarou sério.

― Me contar o que? –O encarei apreensivo.

― Oliver, ontem seu irmão se reuniu com todos os acionistas aqui da advocacia, eu posso estar enganado, mas acho que o Brian quer tomar o seu lugar na presidência da empresa.

A Babá dos meus FilhosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora