XX

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Elliot se encarregou de inventar uma história mirabolante que fornecesse explicações acreditáveis a todos sem expor o segredo do seu senhor: ao mesmo tempo em que a fera introduziu a espada em Crawford, matando-o, ele empunhou uma faca na fera, que fugiu ferida do castelo por uma passagem secreta; o duque de Newcastle era prisioneiro da fera, junto a todos os empregados do castelo e Bela; o relacionamento de Bela, na verdade, era com o duque, não com a fera; a Bela estava sendo obrigada a se casar com a fera, senão ela mataria o duque. Os homens acreditaram no que ouviram e partiram em uma nova cruzada atrás do da fera, caso ela ainda estivesse viva pelas redondezas.

Dominic se recuperou após horas de descanso e a data do seu casamento com Bela permaneceu inalterada, apressados pelo desejo de casarem-se. No entanto, os únicos presentes eram os empregados do castelo e o pai de Bela, que concedeu a sua bênção para a união de Bela com o duque. Eles eram os únicos que sabiam a verdade sobre a fera e preferiram deixar a história de lado e comemorar a união dos recém-casados.

Bela estava radiante de felicidade quando Dominic a carregou em seus braços até a alcova para a noite de núpcias. Os dois se beijaram selvagemente sobre a cama, enquanto Dominic acariciava as curvas de Bela. Após se despir, enquanto Bela continuava vestida em uma camisola de tecido transparente, Dominic agradeceu a ela por amá-lo tão intensamente.

— Dominic, eu quem agradeço por estar vivo! Quando eu me lembro que te perdi por alguns minutos...

— Você me trouxe de volta à vida, e o melhor de tudo... Na minha forma humana. Eu não passaria de uma fera para sempre se não fosse por você, pelo seu amor.

— Ainda não acredito que está vivo. De vez em quando me belisco para ver se não estou sonhando ou imaginando tudo isso.

— Eu também. – Dominic riu e deitou-se ao lado de Bela, levantando sua camisola com a mão.

— Desculpe, mas é um pouco estranho estar prestes a fazer aquilo com você.

— Fazer aquilo? – riu um pouco confuso.

— Estamos nos tocando e sei que depois vamos fazer amor. Eu nunca fiz amor com você... Quero dizer, com você assim... Com você humano.

— E isso não é bom? – Dominic gargalhou.

— Eu espero que seja, porque... Enfim... Eu me sinto como se estivesse traindo a fera. É muito estranho. – Bela sorriu constrangida.

— Ei, eu sou a fera! – Dominic rosnou de brincadeira.

— Quando eu olho nos seus olhos, eu sei que é. Eu reconheceria esses olhos em qualquer lugar. Mas você tem que assumir que eu me apaixonei pela fera, não por você.

— Se você conseguiu se apaixonar pela imagem daquela besta, então vai se apaixonar por mim.

— Ah, Dominic... Eu não vou me apaixonar por você! Eu já te amo! Aqui e agora. Sempre. Eu também voltei à vida junto com você quando ressuscitou de alguma forma.

— Ainda estou confuso com aquilo. A maldição que me transformou em fera só iria ser quebrada se uma mulher me amasse verdadeiramente apesar da minha aparência de fera, mas eu também precisava amar verdadeiramente essa mulher. E havia mais! Tínhamos que nos casar, selando um compromisso eterno. Assim a maldição seria quebrada e eu voltaria a ser humano. Quem me amaldiçoou foi muito específica para dificultar ao máximo que eu escapasse de ser uma fera, afinal nunca quis me casar e nunca amei ninguém. E quem ia amar um monstro e querer casar-se com ele?

— Eu. – Bela riu – Eu enxerguei além da aparência.

— O que aconteceu naquele salão foi um milagre que eu nunca saberei explicar. Algum erro ou brecha na maldição. Era claro o amor verdadeiro e o casamento. Tinham que acontecer. O pior era o prazo, porque tinha que acontecer até o final dessa semana.

— O quê? Havia um prazo?

— Sim! O tempo para acabar com a maldição estava quase acabando. Como eu disse, ela foi muito específica. Se passasse do prazo, eu seria uma fera para sempre.

— E eu continuaria te amando.

— Eu sei. O seu amor me salvou. Tão forte, pungente, verdadeiro, sincero, aberto, profundo. Eu ouvi tudo o que você disse antes de... Antes de partir. Acho que o seu desejo de casar comigo era tão grande que foi como se tivéssemos casado naquele momento. Você me salvou de todas as formas, Bela.

— Não. Foi você quem me salvou.

— Ah, Bela... A minha vida era uma porcaria. Eu não tinha família, não tinha amigos verdadeiros. Tinha uma mulher diferente a cada noite praticamente. Eu era um boêmio libertino como disse aquele verme.

— Esquece. Esquece o passado.

— Não, Bela. Você precisa saber. Eu usava as mulheres e só pensava em aproveitar ao máximo os seus corpos, independente de quem fosse, contanto que fosse bonita. Foi assim que conheci a bruxa que me transformou, apesar de que acho que ela foi contratada para me amaldiçoar. Era uma noite chuvosa, eu bebia em uma taverna. Ela me seduziu e fomos embora para a sua casa. Eu tive relações íntimas com ela e depois ela disse que era virgem, que eu teria que assumi-la porque foi desonrada. Eu suspeitei do teatro, disse coisas horríveis, cheguei a agredir-lhe fisicamente porque ela não queria me deixar ir embora. Então ela me amaldiçoou e ser uma fera se tornou realidade.

— Não me importa o seu passado, Dominic. Acredito que mesmo as coisas ruins têm seu propósito. Se não tivesse se tornado uma fera, hoje não estaríamos juntos.

— E provavelmente eu continuaria infeliz, naquela vida fadada à desgraça de qualquer jeito. Talvez já tivesse morto por causa dos meus erros.

— Vamos pensar apenas no nosso presente e futuro. Hoje você me faz muito feliz e estou ansiosa por essa vida com você.

— Eu também, Bela. Eu amo você.

Os recém-casados se beijaram apaixonadamente até perder o fôlego.

— Será que você poderia rasgar minha roupa como a fera costumava fazer? – disse a Bela com malícia, de repente.

— Saiba que eu tenho tantas cartas na manga quanto a fera, porque eu sou ela. Quanto antes entender isso, mais rápido vai aceitar essa forma.

Dominic avançou sobre o decote da camisola de Bela e a rasgou até a altura da barriga usando as mãos. Depois tomou os seios da jovem em sua boca. Ela arfou e abriu as pernas, já desnuda por baixo da camisola. Dominic acariciou a região íntima de Bela com dois dedos e quando ela estava pronta penetrou-a com seu membro. A sensação foi arrebatadora e os dois se encaixaram perfeitamente, eram feitos um para o outro.

O duque, apesar de não ser mais uma fera, ainda era tão animalesco quanto, de um jeito intenso e selvagem que mesclava dor e prazer em uma combinação alucinante e viciante. Ele penetrava Bela com força, em diversas posições, e não tardou para que ambos atingissem o gozo e repetissem a dose, sempre insaciáveis.

***

Com o passar do tempo, as coisas entraram no eixo na vida dos recém-casados, que foram morar na propriedade de Oxfordshire após Dominic reaver o seu título de duque de Newcastle. Bela nunca mais pisou no vilarejo que a julgou, vendo as irmãs, o pai e a tia Eliza quando estes iam visitá-la em sua casa.

A nova duquesa de Newcastle logo conquistou o coração de todos os aldeões locais não só pela beleza, mas também pela simpatia e bondade. Ela passou a ser querida por todos e o duque também ganhou alguns amigos leais. A felicidade do casal se completou com a chegada do primeiro herdeiro, Charlie, após Dominic e Bela completarem um ano de casados. Outros se sucederam: Ethan, Rebecca, Lauren e Jacob.

No final das contas, o aprendizado e a reflexão que traz esta história é de que não devemos julgar com os olhos e sim com o coração. A essência é fundamental e a aparência é superficial. Nem tudo que se vê é o que parece. A beleza interior tem mais valor, no entanto, todos têm defeitos e já cometeram erros. Não julgue, pois você também pode ser julgado. Ame com o coração e não com os olhos. E já dizia o ditado que quem ama o feio bonito lhe parece, pois a beleza está nos olhos de quem vê.

Então, conscientes do caminho que haviam percorrido e que iriam percorrer, a Bela e a fera viveram e fizeram amor selvagem felizes para sempre. Dominic nunca deixou de ser uma fera e Bela sempre teve roupas de menos, apesar de viver encomendando vestidos, pois estes eram constantemente rasgados por seu amado.

A Bela e A FeraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora