Capítulo 20

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— Se der tudo certo, eu venho visitar vocês, tá bom? — me aproximando dela e fico em sua altura. — Agora entre e vai brincar com as outras crianças, quando puder eu te vejo. — Ela assente, beijo sua testa e entra no orfanato em seguida e eu fecho a porta com o coração se quebrando e mantendo as lágrimas dentro de mim.

— Vamos! — Jeyson me puxa pelo braço novamente e chegando onde queria, mas eu vou sair daqui sim! Olhei a velocidade em que estávamos, era 90km/h, ( noventa kilometros por hora) depois olhei a estrada e por fim tomei coragem em meu plano de escapatória. Não vou com ele para canto algum!  
Abri a porta do carro de leve e devagar, enquanto Jeyson dirigia.

— Nely nem pense nisso! — Diz firme ordenando com cara de pouco espanto.

— Já fiz! — Digo olhando para ele mostrando que estou cumprindo o que eu quero. Ficar longe dele. Volto minha atenção para a porta aberta e me jogo do carro na velocidade em que estávamos.

  Caí rolando em uma descida, senti galhos e folhas pelo meu corpo e uma batida forte no meu pé. Quando o impacto da descida terminou me levantei e senti meu pé doer, mesmo assim corri, a dor no meu pé aumentou, mas não parei. Respirando forte e sentindo meu sangue percorrer depressa pelo meu corpo todo, era uma sensação muito diferente, pois essa adrenalina toda, não é algo que eu sinta todo dia.

— Você enlouqueceu de vez só pode! — Jeyson me surpreende pegando na minha cintura e me colocando contra uma árvore, minhas mãos em defesa por causa do susto ficou apoiada em seu peito, como se eu fosse empurrá—lo e ele com as mãos na árvore me impedindo de sair para os lados.

— Por que você não para de me assustar? — Pergunto ofegante.

— Se você parasse de fugir talvez isso não acontecesse. — Respondeu grosseiro.

— Me diz Jeyson, por que quer que eu vá com você pra alcateia se não nos damos bem? — Pergunto o encarando.

— Porque já te disse, temos um laço e não a como quebrar — Responde simplesmente.

— Isso não é um motivo muito bom sabia? — Dou um sorriso sem graça.

  Ele ficou em silêncio e me encarou duma forma diferente, continha em seu olhar profundo sentimentos que não consegui defini—los. Nesse momento estávamos escutando a respiração um do outro e me senti sem graça com este acontecimento, acho que corei um pouco, pois ele deu um sorriso discreto virando o rosto e tirou o braço da árvore.

— Vamos embora.  

— Antes me diga, você realmente iria destruir o orfanato se eu não tivesse vindo com você?

Ele vira para mim — Claro, não duvide disso! Não são simples ameaças que eu não vá cumprir. — Voltou a falar rude e agora fiquei pasma, ele realmente iria destruir o orfanato.

— Você é maluco em fazer algo desse tipo? — Pergunto sem acreditar.

— Sim faria, agora vamos de uma vez tenho assuntos a resolver e não sou maluco.

  Ele fala não se importando com nada, mas como ele pode dizer algo desse tipo? Sem nem uma consideração pelas crianças lá?

— Anda Nely! — Diz andando na frente.

E assim vou indo,mas meu pé dói muito, seguro a dor e continuo andando. Jeyson está caminhando mais a frente, consegui andar por mais seis minutos, mas só aí mesmo, pois não aguentei mais a dor e cai sentada no chão e algumas lágrimas silenciosas saíram do meu rosto.

  Jeyson olha para trás e me vendo caída no chão corre até mim.

— O que foi agora? — Pergunta se abaixando. Seu tom de voz fica dum jeito que parece estar cansado.

O Temido Alfa - Livro 1 (Concluído!)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora