Capítulo 01

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Anahí chegou a escola preocupada. Nunca havia sido chamada ali, ainda mais por Theo. Alfonso estava viajando e não poderia comparecer. Caminhou apressada, sustentando uma bolsa Armani nos ombros. O barulho de seus saltos prada ecoava pelos corredores, a roupa era de sua grife exclusiva, modelo que ela mesma havia feito. Uma saia em um tom ouro velho e uma blusa de cetim branca. Ela ouvia alguns assovios, comentários como "gostosa" "delicia". Ela parou, respirou fundo. Rolou os olhos e pensou consigo mesma "adolescentes e seus hormônios". Voltou a andar em direção a diretoria.

- Por favor, estão me aguardando na sala da diretora... – disse assim que chegou próximo a secretária.

- Senhora Herrera? – a mulher perguntou, ajeitou os óculos no rosto, Anahí assentiu. – Pode entrar, a aguardam com a senhora diretora...

Anahí agradeceu e caminhou lentamente ate a porta. Soltou o ar pela boca, precisava manter-se calma. Não sabia o que poderia encontrar ali dentro daquela sala. Deu duas batidas, aguardou que permitissem a entrada. Assim que entrou ela buscou o filho com os olhos. Theo estava sentado num canto da sala, de cabeça baixa.

- Theo! – foi ate o menino e se abaixou na frente dele. O menino ergueu o olhar e encarou a mãe com os olhos mareados. Ela lhe beijou ternamente.

- Boa tarde senhora Herrera! – a diretora disse. Anahí levantou e virou-se para a diretora.

- Boa tarde senhora diretora!

Foi então que Anahí percebeu que havia mais pessoas na sala. Além deles, estava outras duas crianças com os pais. Ela os cumprimentou com um aceno de cabeça.

- Podemos começar? Tenho muito mais o que fazer do que estar aqui... – uma mulher bem vestida, com ar arrogante falou.

Anahí a olhou dos pés a cabeça e sentiu nojo. Ela com certeza não fazia nada além de gastar o dinheiro do marido. A vontade de Anahí era de perguntar-lhe o que seria mais importante do que os filhos, mas literalmente mordeu na língua.

- Chamei-os aqui porque os filhos dos senhores tiveram um desentendimento. – ela apontou para as três crianças, todos meninos – Não quiseram me contar o motivo, mas Théo agrediu os colegas com chutes e pontapés.

- Para o meu filho ter feito algo, tem que haver algum motivo – Anahí apertou a alça da bolsa, olhou para o filho – Théo, o que houve? – o menino nada respondeu, ficou calado, de cabeça baixa. Nem ousou olhar para a mãe.

- Ele me chutou, puxou meu cabelo e me empurrou – uma das crianças se intrometeu. Todos olharam para ele.

- E o que fizeram ao meu filho para que ele chegasse a isso? – Anahí questionou olhando dura e friamente para o menino.

- Nada tia! Ele sempre bate em todos. Eu e o Bruno fomos os únicos que somos corajosos. Os outros tem medo! – o outro menino também falou. Anahí estreitou os olhos, decorou bem o rosto de cada um dos meninos.

- Esse moleque é um animal! Olha o que fez com o meu filho! – falou um dos pais, que Anahí deduziu ser o pai do tal Bruno.

- Veja lá como fala do meu filho! – Anahí gritou e em um passo estava a frente do homem.

- Percebe-se da onde vem a agressividade da criança... – o homem falou novamente.

Eu nasci para amar você - Livro 02Onde as histórias ganham vida. Descobre agora