44❤ A Volta pra casa

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[Musica de Josué e Ana, os dez mandamentos na mídia]

Pai? — o chamei assim que peguei ao telefone, sua respiração parecia acelerada me deixando assustada.

Filha? Não vai dar pra falar muito ou perguntar como está sendo ai, e eu sei que deve estar sendo muito bom. Mas preciso ser breve.

— Pai, você está me assustando. — Falei andando pelo quarto.

Filha, sua mãe...

- O que tem ela? — O interrompi.

Passou mal novamente, eu não queria atrapalhar sua lua de mel. Mas preciso que venha o mais rápido possível. — Uma preocupação começou a invadir meu peito, achando que talvez pudesse ter mais algo de mal para me contar, mas ficou por aquilo.

Pode deixar pai, amanhã estarei ai.

  Nos despedimos e eu desliguei o telefone encarando Nathan que esperava algo sair da minha boca.

— Precisamos voltar. — Falei me aproximando do mesmo, sei o quanto nossa lua de mel é importante para ele, e pra mim claro, mas eu precisava voltar, pela minha mãe.

— Eu entendo. — Disse com um fiapo de tristeza na voz.

— Podemos voltar, eu preciso ajudar a minha mãe, ver como ela está. — Falei segurando seu rosto entre as minhas mãos.

— Eu sei meu amor, não se preocupe. — Falou colocando suas mãos sobre a minha cintura e eu o abracei, seu abraço, como sempre, aconchegante e repleto de carinho.

— Vou arrumar as malas.

— E eu vou comprar as passagens.

  Assenti e ele saiu do quarto. Fiquei dobrando as roupas e as colocando na mala, tudo organizado do mesmo modo que havia vindo.
  Eu pensava em minha mãe, o quanto eu estava preocupada não se media, ela sempre foi minha mãe, mas nem sempre aquela mulher que ela tinha se tornado, fria e sem sentimentos. Eu a amo, desde pequena, mesmo depois de tantas coisas.

   .....

— Mãe? — Gritava seu nome enquanto caminhava pela casa em sua procura.

— Estou aqui. — A voz dela Veio da direção do quarto e foi pra lá que eu fui. A encontrei lendo um livro, como eu ainda não sabia ler muito bem, não me ousei a tentar. — O nome desse livro é Discurso de um amor rasgado" de Willian Shakespeare. — Falou me olhando com seu sorriso, mamãe me conhecia muito bem. Sorri e sentei ao seu lado na cama.

— Quem é?

— Um autor muito famoso.

  Ficamos em silêncio por uns instantes enquanto eu apreciava o livro que ela continuava lendo.

— Mãe...o que é amor?

  Ela me olhou pensativa escolhendo as palavras exatas que ela devia dizer e apenas me encarou com seu sorriso.

— Meu amor...o tempo irá dizer, o tempo irá dizer.

  Dei-lhe um olhar confuso pela sua resposta, não era o que eu esperava.
  
   .....

  E eu descobri, o amor não é algo que apenas sentimos, mas sim que demonstramos através das nossas atitudes, e Deus, a vida e Nathan me ajudaram a entender isso.

  Continuei dobrando as roupas. Fui até a janela e olhei para o céu estrelado naquele lugar. O Brasil, mesmo não conhecendo todos os lugares, é bonito, tem sua beleza.

— Já comprei as passagens. — Nathan falou fechando a porta atrás de si.

— Sai quando?

— Amanhã às nove horas da manhã.

  Concordei e continuei arrumando nossas roupas, Nathan me ajudou pegando alguns pertences como relógio, pulseiras, anéis, e várias outras coisas. Não que fosse necessário tudo isso mas achei bem melhor levá-las para me prevenir. Deixei uma roupa pelo lado de fora para botar quando fosse para o aeroporto.

— Acho que já acabou! — Falei fechando a mala.

— Vamos dormir?
 
  Assenti e escovei meus dentes para me deitar. Desliguei a luz do banheiro e fui me deitar ao lado de Nathan que passou seus braços em volta de mim aproximando meu corpo do seu.

— Não vou mentir que queria ficar mais um tempo aqui, aproveitando essas férias do trabalho.

— O que? — Falei batendo em seu peito. — Você vê nossa lua de mel como uma férias? Eu não acredito.

Ele riu.

— Eu não quis dizer isso...eu...

— Shiu, boa noite! — Falei me virando para o lado oposto de Nathan e retirando suas mãos da minha cintura.

— Ah, Ella, era brincadeira.

  Continuei quieta e fechei meus olhos para dormir, mesmo assim fui enroscada por seus braços. Não era sério, era uma brincadeira.
  Escutei sua respiração em minha nuca e podia jurar que ele estava me encarando esperasse que eu o olhasse. Mas continuei com os olhos fechados e peguei no sono.

[...]

  Sentia cosquinhas em minhas costas mas continuei com os meus olhos fechados por causa da claridade que invadia o quarto pela janela que não estava com a cortina em seu devido lugar.

  Abri meus olhos e vi que Nathan estava beijando minhas costas indo em direção a minha nuca me fazendo arrepiar. E logo em seguida passou seu nariz na minha bochecha me dando um selinho, sendo que eu não estava em boas condições para ser beijada.

— Bom dia meu amor.

  Continuei quieta, olhei para o relógio na parede branca a frente da cama e marcavam sete horas da manhã, dava para eu dormir mais uns trinta minutos.

— Ainda está brava? Sabe que eu brinquei né. — Ele se aproximou e sussurrou ao pé do meu ouvido. — Jamais iria falar que nossa lua de mel é uma férias do trabalho. Estou aqui porque eu te amo, porque quero fazê-la feliz, Deus me concedeu esta grande  honra. De ser seu esposo...

  Sorri e sentei-me na cama e dei de cara com uma bandeja que continha um suco natural parecendo ser de laranja, algumas panquecas.

— Ai, obrigada meu amor. — Falei dando um beijo em sua bochecha. Por um momento eu tinha esquecido completamente da minha mãe. Mas ela voltava a minha mente de qualquer maneira.

  Logo segui para o banheiro, deixando para tomar o café depois com Nathan, queria tomar um banho primeiro e tirar aquela aparência de sono.
  Sai do chuveiro e encarei minha aparência no espelho, os cabelos lisos, já que eu tinha usado toca para não molhar.

  Sai do banheiro com a toalha enrolada no meu corpo e peguei a roupa que eu usaria para ir pra casa.

  Oramos pedindo a Deus que guardasse o nosso dia, que tudo fosse feita da sua vontade e que não deixasse o mal nos atingir. Entregamos tudo nas mãos d'Ele e fomos tomar nosso café.

[...]

  Já estávamos no aeroporto, eu e Nathan sentamos na espera de anunciarem o voo. Estava tudo cercado com fotógrafos mas os seguranças estavam segurando eles e eu tampava meu rosto ou sorria para eles.

  Nosso voo foi anunciado em fração de minutos e assim fomos sendo perseguidos por flashes.

  Peguei meus fones e coloquei na musica Oceans da Hillsong UNITED, uma ótima banda americana.

  No decorrer da viagem acabei pegando no sono junto com Nathan que dormiu serenamente em meu ombro.









  

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