23❤ Morar sozinha

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[Fiorella narrando]

Meus olhos não me permitiam abri-los, minha cabeça latejava, meu corpo doía, eu me esforcei o máximo para abrir os olhos e poder olhar a minha volta.
Com mais um pouco de esforço, consegui abrir meus queridos olhos. Olhei a minha volta, demorei um pouco para identificar o local, até que consegui. Estava em um quarto de hospital?
Me mexi um pouco mas me arrependi logo em seguida, meu corpo doeu mais. Um médico atravessou a porta rapidamente me deixando um pouco assustada.

- Olha quem finalmente acordou!!

Finalmente?

- O que...aconteceu? - Perguntei olhando cada movimento que ele fazia mexendo nas coisas do quarto.

- Não se lembra? - Perguntou colocando um remédio em meu soro.

Após essa pergunta eu tentei pensar um pouco, tentei refrescar minha memória, e tudo voltou como um soco na minha barriga.

As pancadas e a última coisa que vi foi pessoas correndo em minha direção.

- S-Sim, na verdade não muito.

- Você sofreu um acidente Fiorella, ficou um mês em coma. e hoje finalmente acordou.

- Um mês?

- Sim, a pancada na cabeça foi muito forte e agradeça a Deus, pois quem sofre um acidente que você sofreu...bom, digamos que não saia vivo.

- Er...pode me dizer quem está lá fora?

- Bom...seu namorado acabou de sair, sua mãe e seu pais estão lá fora, ah e uma menina que eu acho que é sua amiga também.

Meu coração acelerou ao escutar as palavras "seu namorado". Nathan estava ai, estava para me ver.

- Poderia chamar minha mãe por favor? - Pedi tentando me sentar.

- Não faça esforços. Irá piorar as dores, creio que já percebeu isso.

- Com toda certeza.

- Vou chamá-la.

Ele saiu e eu fiquei esperando, queria sair dali o mais rápido possível. O cheiro de hospital era horrível, e com a roupa eu me sentia exposta em um centro da cidade, era tão fina e tão clara.

- Filha?

Respirei fundo.

- Oi mãe.

- Filha meu amor, você acordou. Não acredito nisso.

- Graças a Deus. - Falei, o que deixou ela desconfortada.

- Bom...logo você estará em...

- Mãe, eu irei morar sozinha.

Falei a pegando totalmente de surpresa. Sua expressão mudou totalmente, por mais que minha voz ainda estivesse saindo fraca pelo fato de ter acabado de acordar.

- Não Fiorella.

- Sim, pai, já tenho 21 anos, vou fazer 22. Está na hora. E eu quero, vocês não podem me proibir, sou maior de idade. Aliás não quero vocês me bancando por mais que não precise. - Falei tocindo e me esforçando para falar. Eu não queria mais viver sob o teto dos meus pais, tinha 21 anos e precisava me cuidar, aprender a morar sozinha.

- Mas Ella...

- Por favor mãe.

Ela ficou quieta me dando as costas e saindo furiosa.

- Filha...tem certeza? - A voz doce do meu pai, ele era bem mais carinhoso que minha mãe.

- T-Tenho pai.

Ele sorriu e se virou para sair, quando eu menos esperei. Acabei adormecendo pensando em como Deus havia me livrado da morte e em poucos dias estaria em casa. Ou melhor, morando sozinha. Espero...

[...]

Senti algo apoiado em meu braço e algo escorrendo pelo mesmo. Abri meus olhos lentamente e o encontrei ali, chorando na minha frente pedindo para que eu acordasse. Ninguém havia falado nada com ele?

- Por que estou sussurrando? Apenas eu estou escutando.

Respirou fundo. Parecendo bravo consigo mesmo.

- Eu também estou escutando...não haja como se eu não existisse. - Falei lhe pegando de surpresa. Que logo levantou a cabeça lentamente para me encarar, e sorri.

- Meu amor, você acordou. - Falou dando pequenos beijos em cada canto de meu rosto.

Meu coração acelerou com as palavras "meu amor" saindo de sua boca. Minha vontade era de abraça-lo e beijá-lo, eu tinha passado perto da morte mas graças a Deus eu estou aqui agora.

- Pelo visto me desculpou... - Saiu sem que eu percebesse.

- Ella, me perdoa por tudo que eu disse, eu dei ouvidos ao coração... - Ele começou a falar tudo rapidamente como se estivesse cometido um crime e eu logo o interrompi.

- Shiu...

Ele ficou me encarando com seus lindos olhos azuis que tanto me encantava.

- Obrigada meu Deus, obrigada Pai. - Disse ele com lágrimas nos olhos e eu me esforcei para secá-las.

Ele acariciou meu rosto me fazendo fechar os olhos, o clima estava confortável, já não sentia mais o Cheiro de hospital e nada mais me importava, apenas eu estar ali com todos, como Deus me salvou e eu não poderia parar de agradecê-lo.

- Com licença. Sem querer atrapalhar, mas preciso fazer uns exames na Fiorella. - Um dos médicos falou passando pela porta e vindo em nossa direção.

- Ah claro, mas poderia me dizer a quantas horas ela está acordada? - Nathan perguntou para o médico que analisou bem a ficha que tinha em mãos.

- Exatamente uma hora.

- E a Brenda já sabe?

- Acho que não. - Respondi olhando fixamente para Nathan.

Me despedi de Nathan que iria pra casa tomar um banho e contar a novidade para sua família. Mas prometeu que voltaria o mais cedo possível. Enquanto eu fui encaminhada para a sala de exames e lá fiquei o resto da noite.






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