Capítulo Treze

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Nightmare


Os olhos de Isabelle doíam e sua cabeça latejava a cada vez que ela abria os olhos na tentativa falha de levantar. Sua mãe já batera na porta tantas vezes que ela nem sabia mais o que dizer pra que ela não entrasse e visse a menina naquele estado. Ela ainda vestia as roupas da noite passada e metade da maquiagem estava borrada no travesseiro. Flashes momentâneos da festa passavam pela cabeça da garota, ela não se lembrava exatamente de tudo, mas tinha a certeza que havia se divertido muito.

Mais uma vez sua mãe batia na porta.

-Juro que já estou de pé, já desço. –ela mentiu ainda agarrada ao seu travesseiro. Sentia uma náusea tão forte que parecia estar em um navio no meio do atlântico.

Ela tomou coragem e se levantou, tirou o vestido e a meia calça os jogando em baixo da cama e pegou a toalha correndo pelo corredor antes que alguém a visse por ali. Tomou um banho longo e frio, mas seu corpo e espírito só pariam mais cansados e com sono. Ela estava definitivamente um caco. Saiu antes que sua mãe surgisse novamente a chamando. Voltou ao seu quarto e se enrolou em um roupão azul, apesar de estar um sol forte –as oito da manhã- ela sentia um frio fora do comum.

Sua mãe entrou no quarto dessa vez sem bater e ficou estática encarando a menina.

-Pensei que já estivesse pronta! –ela disse meio brava se aproximando da menina –Você esta bem?

-Não mamãe –ela choramingou deitando na cama.

-O que houve meu bem?

-Me sinto mal, náusea, minha cabeça dói. –ela fez uma cara dramática observando a mãe.

-Não entendo, o que causou isso? Você jantou e veio dormir logo em seguida. –a mulher pareceu pensativa.

-Também não entendo. –ela disse se sentindo pior ainda por mentir.

Amélia se aproximou da menina checando sua temperatura.

-Esta febril. –ela disse indo em direção a porta – Vou avisar seu pai e eu vou ficar aqui com você.

-Não precisa, sei que hoje é um dia importante, não quero atrapalhar. –sua mãe pensou em resistir, mas eles realmente tinham muito trabalho na igreja. –Eu vou ficar bem. –Completou.

-Tudo bem! –seu pai gritou do andar de baixo chamando a mulher –Se precisar de qualquer coisa ligue para a Igreja, há comida pronta na geladeira é só esquentar.

-Tchau mamãe –ela disse e a mulher saiu.

Após ouvir a porta bater e o ronco do motor do carro de seu pai ela se deitou na cama e voltou a cair no sono.

Por um momento em meio ao seu sonho ela aparecia no corredor da escola com suas roupas de igreja, ela andava no corredor indo em direção a Justin. Mas era difícil chegar até ele, as meninas gritavam a chamando de ridícula, cafona, virgem; Os meninos caçoavam das suas roupas a chamando de puritana. Ela gritava pelo nome de Justin, mas ele não parecia se importar. Mudando de cenário ela estava no meio do ginásio, com toda a escola a sua volta eles gritavam coisas horríveis e Justin permanecia em pé a sua frente apenas a encarando. A sua visão ficava turva hora e outra . Quando voltou a ter noção do que realmente acontecia, sentiu seus joelhos batendo em algo gelado, ela estava ajoelhada no ginásio de frente ao seu pai que carregava um crucifixo e apontava a menina a todo instante. Ele gritava "Você é impura" "Manchou o nome de nossa família" "Não é mais minha filha" "O inferno te espera" . Ela estava aterrorizada. Abaixou a cabeça mais uma vez tentando recuperar os sentidos. Lágrimas rolavam pelo seu rosto e ela sentia seu peito pesar. Quando voltou a encarar seu pai, já não era ele quem estava ali.

-Você deveria ter acreditado quando seu pai disse que eu não era uma boa pessoa –Justin disse assustando a menina.

-O que? Mas você não é. –ela tentou se levantar, mas não conseguia.

-Eles não te querem mais por perto, querem que você va embora. Você é uma vergonha, e sinceramente eu não me importo com isso.

-Do que ta falando?

-Sua família, eles querem você longe. –ele deu uma risada aterrorizante. –Você transou comigo feito uma cadela e todos viram.

-O que? Não pode ser –ela gritou desesperada. –Justin, por favor ...

-Sabe a parte mais legal sobre isso? –ele segurou o rosto da menina a fazendo olhar em seus olhos –Eu não me importo, eu não preciso de você. Puritana!

Sua imagem ficou turva e algo a atingiu a fazendo acordar no mesmo instante.

Ela abriu os olhos assustada observando o quarto, seu corpo tremia em cima da cama. Seu rosto pingava suor e seus olhos derramavam lágrimas frenéticamente. Ela não conseguia pensar direito, o sonho voltava aos seus pensamentos e o barulho da campainha a deixavam mais confusa. Pulou da cama pegando seu roupão e desceu as escadas tentando secar as lágrimas que não paravam um segundo. Abriu a porta e se deparou com um pedaço de seu sonho acontecendo na realidade. Ela deu passo pra trás voltando a chorar.

-O que aconteceu? –Justin perguntou assustado tentando se aproximar da menina, mas ela recuou colocando as mãos no rosto.

-Por favor, não. De novo não! –ela disse entre soluços.

-Isabelle –ele fechou a porta e puxou as mãos da menina a fazendo olhar pra ele. –Belle olha pra mim –ele pediu calmo e ela olhou –Você ta me assustando, o que ta acontecendo? –ela abaixou a guarda e ela a puxou pra um abraço apertado.

Ela continuava chorando assustada e ele a abraçava o mais forte que podia tentando acalmá-la.

-Fica calma, fica calma –ele sussurrou e depois de alguns instantes ela parou de chorar. Ela havia percebido que estava acordada. –Agora me conta o que aconteceu? Foram os seus pais? Alguém da escola? –a menina permaneceu em silêncio com a cabeça afundada no peito dele. –Por favor, me conta o que foi –Justin estava tão assustado quanto ela, afinal ela não entendia o que estava acontecendo. Na verdade nem ela.

-Não quero falar sobre isso. –ela sussurrou respirando fundo.

Free Fallin { Justin Bieber }Onde as histórias ganham vida. Descobre agora