Capítulo 29

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Felipe. (Pai da Malu)

Tenho 27 anos de polícia federal e nunca trabalhei com Máfia, tirando alguns casos a parte. Mas para tentar pegar uma Máfia, não é um trabalho fácil que qualquer pessoa consegue e se no mínimo eu conseguir uma pista, já é um bom trabalho. Mas a Casa Nostra não é uma Máfia qualquer, existe a mais de 50 anos na Itália, não saberia o porque dela está aqui no Brasil, eu não sabia se a Malu estava falando a verdade, se era coisa da sua cabeça... Mas ela é minha filha e se eu conseguir entrar em um caso como esse, eu iria ganhar muito crédito sendo que no Brasil não trabalham com máfias.

— Eu quero todas as filmagens de câmera da cidade pra ontem — Falei alto assim que entrei na delegacia, fazendo todos me olharem.

— O que estão esperando? — Gritei fazendo todos se mexerem.

— Felipe, posso saber o porque disso, sabe que não é fácil essas coisas — Escutei a voz de Mário ao meu lado.

— Te digo quando tiver uma pista — Falei andando até minha sala.

Abri minha sala que estava uma bagunça, papéis em todos os cantos, copos de café, tudo. Eu passava a maior parte do tempo aqui nessa sala ou na rua. Me sentei na cadeira ligando o computador.

— Senhor, já temos imagens de algumas câmeras, estamos enviando. — Escutei uma voz vindo da porta.

— Não, eu só quero a de interiores, não tem nenhuma com mansão? — Ergui a sobrancelha.

— Mansao no interior da cidade? Vou verificar — Disse saindo da sala.

Assim que o computador ligou, umas imagens da cidade apareceu, várias câmeras, fui olhando atentamente não tinha nenhuma do interior da cidade, todas da capital. Não será nada fácil.

Bernardo.

Passei a tarde toda em casa pensando na vida e tentando resolver algumas coisas da empresa, pensando o porque da Malu está demorando tanto e o seu celular esta desligado, eu liguei umas 10 vezes e dava sempre a mesma merda.

"Fora de área ou desligado"

Eu já estava ficando estressado, preocupado, sei lá que porra era. Ela não me dava notícia a horas, poderia está tudo bem ou não. Eu irei matá-la com minhas próprias mãos por não ter me avisado nada.

Me sentei na cama cansado de tanto ligar para essa garota, apoiei meus cotovelos em minha perna e fitei o celular, esperando alguma coisa. Eu já estava olhando para ele a tanto tempo que já queria estourar no chão.

Uma ligação! Malu! Meu coração acelerou quando vi a tela mudar de cor e aparecer ligação desconhecida.

— Malu? Porra — Esbravejei ao por o celular no ouvido.

— Você acha que eu sou burro? Acha que vai por a polícia nisso? Sabe que é burrice Bernardo, sua namoradinha sofrerá por ter aberto a boca, não avisou que a polícia nunca conseguiu  me pegar? — Gargalhou.

— Do que está falando? Eu mandei ela deixar o pai dela fora disso — Falei me dando conta que ela tinha contado tudo.

Desliguei o celular rápido antes que ele possa falar alguma coisa, puxei a camisa que estava em cima da cama. Desci as escadas correndo passando a mão em cima do sofá pegando a chave do carro. Meu Deus, como pude ser burro, ela deve está achando que é tudo uma brincadeira, abri a porta de casa às pressas.

Não demorou muito e eu estava na casa dos seus pais. Estacionei o carro na porta já que não encontrei o carro do pai da Malu. Assim que desci do carro avistei a Malu fechando a porta de casa acenando para sua mãe.

— Oi, porque não avisou que iria me buscar? — Veio sorridente em minha direção.

— Entra no carro, agora — Mandei.

— O que eu fiz? — Disse enquanto passava pela frente do carro abrindo a porta do lado direito.

Malu entrou no carro e eu entrei logo em
seguida. Olhei para as janelas garantindo delas estarem fechadas.

— Olha, eu contei.. — Malu começou a falar e eu a interrompi.

— Cala boca — Ordenei enquanto abria o porta luvas pegando uma faca.

— O que você vai fazer? — Pude notar o medo em seu rosto e sua voz.

Cheguei mais perto dela, que se afastava mais ainda se espremendo na porta do carro. Coloquei minha mão em sua nuca tirando o seu cabelo. Passei a mão em seu pescoço e pude sentir algo por dentro da sua pele. Achei!

— Bernardo! — Malu gritou desesperada, porém quieta, sem fazer movimento nenhum.

Segurei a ponta da faca com firmeza, passei devagar a faca afiada em sua pele negra, fazendo abrir um pouco e sangrar, espremi como uma espinha até o chip sair, escutei um gemido de dor da Malu. Segurei o chip em minha mão e o olhei, fui tão burro quanto a Malu de não ter lembrado dessa merda, eles injetam em todas as pessoas que pegam para escutar a conversar, localizar e tudo, devem ter colocado quando pegaram ela.

— Eu não sabia que isso tava em mim — Disse passando a mão em seu pescoço sangrando.

— Você contou para o seu pai, repete o que eu disse pra você — Falei jogando o chip na rua.

— Mas Ber.. — Choramingou e eu a interrompi.

— Vamos, me diga o que eu lhe disse — Falei apertando minhas maos no volante por tanto stress.

— Que não era para contar ao meu pai, nem a Lua, ninguém — Bufou Maria Luíza.

— Porra, você parece uma criança, agora vou cuidar de você como se fosse uma? Eu vou levar na faculdade, vou te buscar e você irá dormir na minha casa, só irá sair quando eu sair, entendeu ou quer que eu desenhe? — Falei passando a mão no meu cabelo.

— Tá louco? Uma prisão agora? — Gritou fazendo minha cabeça chacoalhar.

Liguei o carro e a deixei falando sozinha, ela batia o pé e falava algumas bobagens no meu ouvido que eu não prestei atenção pois queria saber como eu iria protegê-la de tanta coisa. Ela continuava com a mão no corte, eu iria dá um jeito depois, estava sangrando até demais para um pequeno corte, não sei se foi porque eu espremi. Fui direto para casa do Augusto, que era bem longe, fui em silêncio o caminho todo escutando a Malu gemer ou reclamar que o corte estava doendo.

— Onde estamos? — Perguntou olhando ao redor enquanto eu descia do carro.

— Casa do Augusto, desce — Bati a porta do carro e andei a porta da casa.

Ele morava sozinho, não tinha pais, não aqui no Brasil. Mas Augusto é um homem sucedido na vida, tem tudo que quer, trabalha tanto e estudou muito para isso.

Toquei a campainha e não demorou muito o Augusto abriu a porta. Ele me olhou confuso, eu costumava ligar ou avisar sempre que vinha aqui.

— Eles injetaram o chip na Malu, pra completar essa burra do caralho, contou para o pai — Falei sorrindo.

— Puta que pariu, você não avisou a ela que isso não é filme ou coisas que aparecem na televisão? — Disse o Augusto nervoso.

— Ele disse, mas... — Malu apareceu ao meu lado. — Bernardo — Sussurrou segurando a ponta da minha blusa, puxou devagar e eu não olhei.

— O que eu faço Augusto? — Falei e o Augustou arregalou os olhos.

Virei meu olhar para Malu que estava com a blusa manchada de sangue, ela segurou na minha mão com força e foi soltando devagar, seus olhos estavam fechando e ela cambaleava tentando ficar em pé, segurei no seu braço direito. Malu se jogou nos meus braços e eu segurei no meu colo.

— Malu, Malu acorda — Falei desesperado.  — Chama a ambulância Augusto, rápido — Gritei.

— O que eles vão achar se ver um corte no pescoço dela? Tá louco porra? Entra logo — Augusto gritou.

OBSESSÃO. (Finalizada)Место, где живут истории. Откройте их для себя