Capítulo 4

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Malu.

— Bora acordar dorminhoca —  Escutei a voz do meu pai vindo de algum lugar.

Fui abrindo meus olhos devagar, consegui abrir o esquerdo e olhei para porta, ele estava lá.

— Acordei pai — Falei me virando, fechando os olhos mais uma vez.

— Quero você lá em baixo em 20 minutos Maria Luíza — A última coisa que escutei antes da porta ser fechada. Respirei fundo e levantei.

Domingo, o que uma pessoa faz no domingo? Fica na cama ou fica na cama? Opção 2. Minha cabeça doía um pouco, acordei no meio da noite lembrando do homem da noite anterior, eu realmente estava preocupada com a garota... Mas se eles fossem namorados né? Briga de marido e mulher ninguém mete a colher, vou esquecer essa história e focar no resultado do Enem que falando nisso sai amanhã.
Me levantei da cama e fui direto para o banheiro, tirei o vestido e me assustei quando me olhei no espelho... Minha maquiagem agora não estava tão bonita. Tomei um banho demorado para relaxar e tirar todo aquele grude do corpo de suor.

Eu saí do quarto e fui em direção à cozinha, meu pai e minha mãe estavam na mesa me esperando, sentei na cadeira ao lado da minha mãe. Tínhamos o costume de tomar café da manhã juntos sempre que meu pai está em casa, ele não deixa ninguém comer fora da mesa.

— Onde foi a noite passada? — Meu pai falou sem olhar pra mim, colocando açúcar em seu café, me fazendo engasgar com o copo de suco.

— Que? — Falei tossindo.

— Maria Luíza, te fiz uma pergunta e você sabe o que tem que fazer — Ele me olhou dessa vez, apoiando seus braços na mesa.

— Fui em um evento com o tio Roberto, pai — Falei sem nem muita importância. — A mamãe sabia —

— E porque ninguém não me avisa nada? Sou o último a saber das coisas? — Ele fala e deu até dó.

— Porque será Felipe? Porque será... — Minha mãe finalmente abriu a boca.

— Vocês duas não tem jeito mesmo —  Meu pai balança a cabeça

— Filha, nós vamos sair e voltamos à noite, seu pai vai me levar em um lugar — Minha mãe falou e eu ri.

— Sei... — Sussurrei rindo

— Me respeita — Meu pai jogou um pano em minha cabeça, me fazendo rir mais ainda.

Aqui em casa tudo ficava mais divertido com o meu pai, ele era legal, menos quando se tratava de namorado, sair de casa, essas coisas de um pai ciumento! Nós tomamos café e conversamos um pouco, depois os dois pombinhos apaixonados saíram, me deixando sozinha.

Fiquei a tarde inteira sem fazer nada em casa, meus pais já tinham saído de casa... Resolvi ir na casa da Lua, fofoca de amiga é sempre bom e se tem algo que gosto é de sentar e conversar com a Lua.
Fui em meu quarto e coloquei uma roupa pois estava com uma roupa largada e de sutiã, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo já que estava muito calor.

Sai de casa em direção à casa da Lua, Lucca abriu a porta para mim que estava trancada.

— Que barulho é esse? E cadê a Lua? — Disse entrando na casa, que dava para escutar uns barulhos de tiro, em um som, tipo vídeo game.

— Lua tá no quarto dela, você já sabe, os pais dela saíram e vou dormir aqui hoje como sempre, você também já sabe disso Maluzinha e to com uns amigos aí — Lucca falou andando e eu estava acompanhando ele.

Lucca praticamente morava aqui, eu não entendia o motivo dos pais da Lua terem um segurança na cola dela ou deles, mas o Lucca sempre ficava de olho na Lua, até quando não é pra ficar.

A casa da Lua é bem grande, fui subindo para o quarto dela e passei na frente do quarto do Lucca, onde ele ficava quando dormia aqui, uns homens conversaram, deu para escutar algumas vozes, não prestei atenção, passei direto e um homem saiu de um dos quartos do corredor imenso da casa.

— To perdido, você é a Lua? Sabe onde é o quarto do Lucca? desculpa aí incomodar, Lucca disse que só era para ir no banheiro e voltar, mas nem isso consigo achar — Falou o homem do meu tamanho, com uma barba bem feita, um homem muito lindo... Lucca só anda com homens mais velhos que ele.

— Não sou a Lua e o quarto dele é aquele ali — Falei apontando para o final do corredor, ele ergueu a sobrancelha parecendo lembrar.

— Obrigado, me salvou — Ele disse rindo, dei um sorriso simpático e voltei a andar, não quis olhar para trás mas percebi que se me olhava. Parecia que eu já tinha visto ele em algum lugar
Abri a porta do quarto da Lua que estava arrumando o cabelo.

— Vai sair e nem me avisou? Já viu o gato que está aí? Seu namoradinho Lucca não quer nenhum falando com você, já soube com uma informação — Falei sorrindo e Lua deu um sorriso de orelha a orelha.

— A gente ficou ontem e me arrependi de não ter beijado ele antes, o melhor beijo da vida — Ela disse se jogando na cama lembrando

— Pra onde você vai? Eu quero ir também — Falei fazendo bico.

— Vai trocar de roupa, vamos ao shopping —  Ela falou e nem esperei duas vezes.

Sai correndo pra casa, peguei meu cel no caminho e mandei uma mensagem no WhatsApp para minha mãe, avisando que iria sair.
Entrei em casa mexendo no celular, fechei a porta sem olhar para trás e não escuto a mesma bater, me viro e vejo o psicopata! Dou um grito muito alto e corro, sinto ele puxar meu cabelo pelo rabo de cavalo me fazendo voltar para onde tava, ele fechou a porta devagar com a mão direita, à esquerda estava enrolada em meu cabelo.

— Me solta por favor, eu não contei nada pra ninguém, o que você quer comigo? — Falei choramingando.

— Não contou? Tem certeza? — Ele disse erguendo sua sobrancelha com duvida, ele folga suas mãos em meu cabelo e rapidamente me solto, dou o murro mais forte que consigo em seu abdômen e corro para cozinha.
Ouço ele rir, o que me deixa furiosa e com mais medo ainda.

— Acha mesmo que vai me machucar? — Ele disse vindo atrás de mim com um sorriso bem canalha no rosto.

Pego uma faca que está em cima da pia, aponto para ele rápido, minha mão tremia mais que tudo na vida.

— Abaixa isso, você vai se machucar — Ele falou sem medo algum, ele chegava mais perto e eu? Nem sentia minhas pernas mais, eu estava nervosa, queria que meu pai chegasse nesse momento.

— Por favor, não me bate, vai embora daqui — Falei implorando ainda com a faca o apontado.

— Não vou bater, só se você pedir — Ele segurou meu pulso firme, me fazendo soltar a faca. Suas mãos foram na minha boca, ele passava o dedo devagar, fechei os olhos com força, esperando ele me bater ou me matar.

— Eu não vou te machucar garota —  Ele disse e eu abri os olhos.

— Então o que quer comigo? — Falei quase embolando tudo.

— Ter a certeza que não disse para ninguém o que viu, mas vi o quanto você é medrosa — Ele falava enquanto acariava meu cabelo, parecia olhar cada detalhe de mim.

— Você é louco? — Falei tirando sua mão do meu cabelo.

— Não — Ele voltou com a mão onde estava, me deixando irritada.

— Pode ir embora agora — Falei tirando sua mão novamente.

— Não conte para ninguém o que viu, ou eu faço pior com você — Ele disse sério.

— Eu não tenho medo de você — Menti

— Não brinque comigo Maria Luíza — ele disse e deu mais uma vez um sorriso cafajeste, seus olhos não saiam da minha vista.

                      
                  Meninas, me digam o que tão            achando!!

OBSESSÃO. (Finalizada)Where stories live. Discover now