Então, é isso. Esse capítulo é inteiramente dedicado à minha companheira pra todas as horas, ideias e livros, Milena Saraiva. Por ter me ajudado com os capítulos, por ter postado a maioria deles, por ter cobrado todos. Não teria chegado até aqui sem você, cara.
Aliás, agradeço também aos leitores. Por tudo, absolutamente tudo. Vocês são, e foram, os grandes amores da minha vida. Agradeço cada mensagem privada, post no meu perfil, comentário, voto.
É a reta final, hqillers.
Estão prontos?
Boa leitura.
Michael POV
Havia algo de muito errado com alguém traumatizado ao ponto de ferir a própria mãe repetidas vezes, sem que ela se quer tivesse ciência disso. Porque ferir as pessoas é algo que exige a consciência das mesmas no ato. A dor tem de ser sentida, ou não há propósito humano em causá-la. Ferir alguém sem que a pessoa saiba é sinônimo de um prazer oculto tão sombrio que não consigo imaginar a dimensão. Como esfaquear alguém pelas costas ou envenenar um estrangeiro que nunca o conheceu.O que me leva a crer que, mesmo colocando sua mãe para tomar sol em cima do corpo dos filhos dela, Luke amava Liz. Ele apenas não amava o fato de não tê-la por inteiro. Assim como não suportava o fato de que Calum e Ashton sempre viriam em primeiro lugar na minha vida.
Porque de todas as sequelas de Luke, a mais profunda era não ser o protagonista da vida de ninguém. Talvez por isso ele tivesse se dado ao trabalho de criar uma história de repercussão mundial onde ele seria o antagonista. Onde o seu personagem, um serial killer de teor irônico, baseado em quadrinhos, soasse tão interessante aos ouvidos de todos que se tornasse subitamente impossível negar a sua existência.
O telefone tocou por apenas uma vez até Kieran atendê-lo com um eufórico "Alô?"
No que eu respondi, bem baixo "Ele vai ao julgamento."Silêncio mortal do outro lado da linha.
Eu podia ouvi-lo respirando. Tão incerto quanto eu.
"Devemos impedi-lo?"
Sim.
Não.
Por que?
"Caso ele se entregue, facilita todo o processo de liberdade do Ashton" Comentei, tentando soar despretensioso.
"Embora seja exatamente isso o que ele quer. Levar a culpa, e ser reconhecido por isso durante meses. Um mito. Pode imaginar o tamanho da repercussão do caso, uma vez que ele mesmo se entregue, Michael?"
Sim.
Não.
Por que?
Vai inflar o ego dele.
"Não sei o que fazer." Admiti. A coisa mais sincera que eu me ouvia dizer em meses.
"Onde você está agora?"
Minhas mãos tremiam ao volante. O rádio cuspia letras desconexas de algum hit pop indie. O celular estava plugado nos fones, de forma que eu podia dirigir normalmente com ambas as mãos. "Indo para o tribunal."
"Você o perdeu de vista?!" Kieran exigiu saber, furioso.
Meus olhos vagaram da rua para o espelho retrovisor, encarando a figura sentada no banco de trás.
"Na verdade, não."
E desliguei.
Luke sorriu através do espelho retrovisor, seus olhos azuis fixos em mim. "Você pegou o caminho mais longo por algum motivo específico...?" Quis saber, soando mais superior do que de costume. Eu não esperava menos. Hoje era o seu grande dia, afinal. O dia em que ele se tornaria o monstro que construiu.
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HQiller ☂ [Muke Clemmings]
FanfictionMichael é um viciado em quadrinhos que tem algumas teorias a respeito do serial killer à solta em Sydney. A começar pelo fato de que o tal assassino teria alguma influência no épico vilão de Batman, Pinguim. O que ele não sabe, é que talvez seus pal...