HQiller ☂ [Muke Clemmings]

Chapter Fourteen - 1/2

Preciso pedir desculpas e dizer que mereço a morte? Nah. Melhor pular direto pro capítulo, porque juro que vai compensar minha vagabundagem.
Quero agradecer os comentários, votos, e leituras que vem crescendo muito de uns tempos pra cá. Amo vocês cara, de verdade.

ATENÇÃO AGORA:

- Não me matem quando começarem a ler;

- Aos que sofrem de problemas cardíacos, aguentem o tranco, mas não me responsabilizo por infartes precoces;

- 5SOSFam ta mandando ver nas votações, hahaha' É dia e noite/noite e dia;

- QUEM OUVIU JET BLACK HEART?  (e amou, porque não dá pra não gostar); 

- Boa leitura, e desculpas adiantadas. Parte 2 no máximo segunda feira.

2 chamadas perdidas de Mali-Koa. 0 chamadas perdidas de Calum. 25 chamadas perdidas de Ashton.

Esse era o saldo do meu celular na manhã de domingo, quatro dias após o suposto desaparecimento de Calum.

A polícia de Sydney já havia assumido o caso, como esperado depois de 24 horas da primeira queixa que fizemos na delegacia. Custaram a se envolver com o caso, mas, quando insisti com meu tio – investigador – que acelerassem o processo, finalmente as investigações começaram.

Fui interrogado; eu e Ashton. Uma sala pequena de paredes brancas, dois policiais apenas. Um escrevia num bloco, e o outro fazia as perguntas. A dinâmica do interrogatório era bem simples, mas mentalmente perturbadora. As perguntas vinham rápido demais, de forma que eu não sabia se devia ou não contar a verdade.

Porque a verdade não era tão simples assim.

Eu e Ashton estávamos agora na sala da espera. Mali-Koa chorava na sala ao lado com os investigadores encarregados do caso, Bill e Dougie, ambos pouco simpáticos, embora muito práticos. A iluminação era muito forte, de forma que minha vista já estava cansada de observar o ambiente.

"Por que não contou a eles?" Ashton perguntou, quebrando o silêncio que gelava o clima entre nós. Não olhei em sua direção, apenas encarei o copo de plástico vazio em minhas mãos. Era o terceiro d'água em menos de meia hora. "Digo, sobre nossa ligação naquela noite."

De início, ignorei sua pergunta. Talvez porque estivesse cansado de ouvi-la em minha cabeça repetidas e infinitas vezes durante os quatro dias infernais que antecederam este. Ashton me encarava em expectativa; podia sentir seus olhos castanhos sobre mim. Aguardando.

"Você estava furioso com ele" apontei, ainda que o bolo em minha garganta me impedisse de continuar falando. "Disse que queria que ele morresse, e agora isso" murmurei entre dentes, contendo a raiva com o meu último resquício de racionalidade.

Ashton logo se defendeu.

"Sabe que é modo de falar, Mike, por Deus! Eu nunca desejaria a morte dele, nem nada de ruim. Eu o amo, e você sabe muito bem disso."

Me levantei do sofá de couro desconfortável, farto daquela conversa, e de todo o resto. "Me ligue se atualizarem o caso, Ashton. Vou dormir um pouco."

"Você se quer me ouve!" Ele levantou atrás de mim, segurando meu cotovelo.

Encarei seus olhos pela primeira vez em dias, de forma tão intensa que senti seu agarro diminuir até que ele tivesse me soltado. "Eu ouvi quando você explicou da primeira vez. Não sou surdo. Apenas não quero ouvir a mesma história outra vez. Contar mais de uma vez não torna mais verdadeiro."