Chapter Nine

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Entón... eu até mereceria apanhar por causa daquela história de "em dois dia posto" ~leva pedradas~, coisa e tal. MAS EU TENHO UMA DESCULPA PRA ISSO. O capítulo tava lá, pronto, querendo ser postado, e decidi revisar ele. Mas ai senti que tava uma bosta, e tava mesmo. Seria só enrolação, e decidi que queria uma coisa diferente. Conclusão: Tive um surto de criatividade, passei a semana toda me desdobrando pra escrever, e ficou pronto ontem de madrugada, mas só tive como postar hoje de noite.

Obrigada aos comentários, aos votos, tudo. Vocês são uns amores. E como meus amores, me sinto na obrigação de avisar que forninhos.vão.cair.esta.noite.

Sem mais delongas,


Luke POV



Da porta automática dos fundos da cozinha, para o lado exterior da casa, a impressão era de se ter atravessado para outra festa, numa dimensão alternativa. Como se fossem dois mundos completamente distintos um do outro. Enquanto as músicas do lado de dentro da casa consistiam em batidas eletrônicas mais pesadas, com letras eróticas, o lado de fora irradiava indie.

Tal como a atmosfera do lugar, os próprios convidados do lado exterior eram diferentes. Estes não bebiam para ficar bêbados, mas sim para acompanhar os cigarros de outras drogas. E apesar de detestar a maioria das festas, eu tinha de admitir que o lado de fora daquela era até bem agradável.

Também havia um bar improvisado no quintal, esse com direito a um barman decente, e não um universitário metido a enólogo. O homem girava os potes para mistura de bebidas em pleno ar, atraindo atenção de um grupo de pessoas para seu show. Os drinks eram enfeitados com pisca-pisca, e possuíam, em maioria, uma coloração neon bem chamativa.

Eu segui Calum em meio ao acumulado de pessoas na pista de dança ao redor da piscina, e ele vez ou outra comentava alguma coisa maldosa sobre os outros convidados, por cima do ombro. Estava apenas sendo simpático, e eu não o culpava por ser um completo idiota na maior parte do tempo. Fazia parte do fardo de ser comum.

Enquanto assistia seu corpo se desviar dos dançarinos bêbados e/ou chapados, meu cérebro começou a trabalhar rápido com as estratégias. Ontem à noite eu havia pensado em cada detalhe para um futuro reencontro decente com Calum, mas o acaso não estava exatamente a meu favor. Muitos imprevistos tendiam a ser muito inconvenientes num plano homicida.

E Michael estava se tornando um maldito obstáculo, que tomava forma cada dia mais. Embora fosse muita hipocrisia da minha parte dizer que isso me irritava de alguma forma. Honestamente, era o extremo oposto. De alguma forma ele estava apenas tornando toda a caçada e planejamento mais fascinantes, sempre prestes a mudar no último instante.

Uma pesquisa revelava que a cada duas pessoas, uma delas teria problemas psíquicos. E era curioso imaginar que, no nosso encontro, ambos acabaram por fazer parte da categoria "anormal".

No início, admito que não depositei muitas esperanças sobre Michael. Mas a coisa agora era diferente. Eu o havia subestimado, e ele estava apresentando mais potencial do que o imaginado. Por isso, novamente eu tive de me adaptar a um novo plano. Que envolveria muito além de um simples assassinato, já que agora havia mais do que uma vítima em jogo.

"Quer um cigarro?" Calum ofereceu, finalmente parando de andar. Eu imitei seus movimentos, a pouco mais de um passo de distância dele. Estávamos frente a frente, e ele não tentou ser discreto quando analisou meu rosto. "Só fumo quando tô estressado, e Ashton conseguiu acabar com minha noite."

Enfiei as mãos nos bolsos da calça jeans, chutando o ar com um dos pés de maneira acanhada. Calum ergueu as sobrancelhas em expectativa, e me aproximei de sua orelha, segredando "Eu nunca fumei antes. Não saberia nem o que fazer..."

HQiller ☂ [Muke Clemmings]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora