Chapter Thirteen

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Entón, sou uma vadia, sei disso, mas tenho motivos bons pra ser assim. Viajei pra Salvador semana retrasada, e fiquei lá bastante tempo, então não tinha condições emocionais/financeirashahaha' de escrever durante esse tempo. E sendo uma vadia mesmo, não adiantei merda nenhuma antes de viajar, o que nos leva a um atraso colossal e muito tosco.

Enfim, não vou enrolar ainda mais. Obrigada aos comentários, sejam bem-vindos leitores novos, e espero que, assim como os velhos, estejam acostumados com o papel de trouxa/sofrimento/minha fanfic hahaha' Parei. Obrigada por tudo, pelo apoio, por serem divos assim. Só amor <3 (Bahia me deixou mais amorosa hahaha')

Enfim, esse capítulo é só pra botar medo. E esclarecer que, daqui pra frente, Luke Hemmings tem um novo objetivo. Quem se arrisca a dizer qual? hahaha'

Boa leitura


Luke POV


Eram quase sete da noite quando desci as escadas do segundo andar. O corredor principal da casa estava silencioso, como esperado, mas as luzes da cozinha permaneciam acesas. Segui a claridade apenas por força do hábito, e encontrei Liz recostada no balcão, as mãos ao redor de uma caneca esfumaçante de alguma bebida quente.

Observei sua expressão com curiosidade, reparando nas sobrancelhas loiras unidas no centro da testa, e os olhos cerrados na direção do líquido efervescente. Seus dentes mordiam com firmeza a carne do lábio inferior, para conter a dor.

"Liz?" Atravessei a cozinha de imediato, indo ao seu encontro e puxando-a pelos cotovelos, para afastá-la da caneca. "O que você estava fazendo?!" Meu tom saiu mais severo do que ela estava acostumada a ouvir, o que a fez saltar de susto. 

  Ela piscou algumas vezes, seus olhos encontrando os meus. Como se, pela primeira vez em muitos anos, ela pudesse finalmente me ver ali. "Luke?"

"É." Concordei, pigarreando para retornar à postura indiferente de sempre. A mesma que ela usava comigo todos os dias, quando nos encontrávamos ocasionalmente no corredor ou na sala de estar. Estreitei os olhos para a caneca, e em seguida olhei para ela. "Estava se queimando de propósito?"

Nós dois já sabíamos a resposta. Vez ou outra ela fazia coisa do tipo. Se cortar com a faca inesperadamente, ou até com um caco de vidro. Não era automutilação, propriamente dita. Ela fazia isso apenas para se lembrar de que ainda era real, e de que ainda estava viva. E, apenas por isso, eu podia compreendê-la perfeitamente. Ela não convivia com outras pessoas além de mim, e nós pouco nos falávamos. Meus irmãos não telefonavam. Meu pai nunca voltou pela porta da frente. Num mundo de isolamento, é difícil reconhecer o que é, de fato, real.

"Não percebi que estava tão quente" Ela disse, em seu tom pacato habitual.

Mentir era herança de família para os Hemmings. Nós fazíamos isso com muita facilidade, e pouca enrolação. Por  um momento me perguntei quando havia sido a última vez em que havia dito algo sincero a ela, mas logo lembrei de que não dava a mínima para sinceridade na relação mãe e filho, porque, para começo de conversa, isso não existia entre nós.

Com isso em mente, fiz menção de deixar a cozinha, uma vez que já havíamos tido interação suficiente para toda uma semana. No entanto, dessa vez minha familiar parecia ter algo a dizer, pois sua voz ecoou pelo pequeno cômodo, me fazendo parar a poucos passos da porta.

"Hoje estava vendo um documentário" Comentou, surpreendendo-me. Não era comum ela me contar qualquer coisa que fizesse durante o seu dia, e eu muito menos a ela. Não devíamos satisfação um ao outro, e sempre funcionou muito bem dessa forma.

HQiller ☂ [Muke Clemmings]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora