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03/11/2010 Londres
Star Blue Farm

Nunca entendi o porquê de não poder viver na cidade, ou então não poder ter amigos.
Minhas primas Emma e Beatrix sempre estão viajando e se divertindo, já eu mal saio de casa, estou sempre estudando ou cuidando de algo na fazenda.
Mas hoje eu vou poder ir a cidade pela primeira vez, minha tia diz que quando uma Winchester faz 15 anos sua vida muda, não sei o porquê, já perguntei a minhas primas, tias e claro a minha mãe, mas a única coisa que me respondem é 'espere e verá ' , e isso me irrita.
eu sou a única na casa que é loira e tem os olhos quase brancos, Emma tem os cabelos pretos como a noite e seus olhos são de um amarelo lindo, já Beatrix tem os cabelos azuis e os olhos negros o que da um contraste perfeito, as gêmeas tem os cabelos rosas e os olhos castanhos, já mamãe e minhas tias tem os cabelos pretos e olhos dourados, e claro eu sou a única que acha isso estranho...

Amoray?

Me assustei com minha tia me chamando.

— Já estou indo tia Morganna —

Coloquei minhas botas surradas e me olhei no espelho apenas para conferir se o meu vestido não estava amassado, minha mãe odeia que eu saia com as roupas 'mastigada' como ela diz, respirei fundo e sai do meu quarto trancando a porta e descendo as escadas em seguida, as minhas quatro primas estavam sentadas com suas melhores roupas, quando repararam em mim, todas se levantaram e vieram dar os parabéns pelos quinze anos, minha tia já estava na porta esperando.

[…]

Tia Morganna conduzia por uma estrada de terra, enquanto eu observava aquela paisagem que nunca havia visto, aos poucos as árvores vão se transformando em prédios, casas e avenidas, era a minha primeira vez na cidade, as pessoas se vestiam diferente, não havia animais e mato espalhados, era tudo tão... agitado.

Pouco mais de vinte minutos e minha tia estava estacionando o carro na frente de um beco, eu estava nervosa, nunca havia saido da fazenda, muito menos para ir conhecer alguém. Eu desci do carro acompanhando a minha tia pelo lugar, ela bateu em uma porta de ferro e logo uma mulher mais velha apareceu.

— Morganna Winchester, você está atrasada —

— É o aniversário dela o que posso fazer? —minha tia questionou a senhora ao mesmo momento que os olhos dela analisavam meu corpo.

— Entrem — ela abriu mais a porta nos dando passagem.

O corredor era mal iluminado me fazendo ter alguns calafrios, minha tia parecia não se importar e andava a minha frente despreocupada, o pequeno corredor levava a uma sala com quatro espelhos um ao lado do outro formando um semicírculo e no chão um pentagrama, tia Morganna se sentou em uma poltrona e me indicou a outra para que fizesse o mesmo.

— Alchimist, ela não sabe o processo, minha irmã a criou alheia  ao nosso mundo — minha tia encarava a senhora enquanto explicava, mas eu mesma não entendia.

— De certo uma idiotice, mas tudo bem — ela parou em minha frente e estendeu a mão que eu peguei no momento seguinte, ela me posicionou encima da estrela em frente aos espelhos — Me diga o que vê Amoray — ela se mantinha atrás de mim com as mãos em meus ombros fazendo uma leve pressão.

— Eu e a senhora —respondi não entendendo o que aquilo significava.

— Olhe atentamente, se concentre, e me diga exatamente o que vê — ela aumentou a pressão das suas mãos e eu voltei a encarar o espelho um pouco mais atenta.

— Sou eu... — as palavras saíram inicialmente baixas — mas estou diferente, meus cabelos estão curtos e sua cor mudou para vermelho, meus olhos estão castanhos tão claros que quase são verdes, minhas unhas estão maiores e o vestido agora é preto, meus pés estão descalços, e minha pele não esta tão pálida como antes, minha boca esta vermelha como um morango e...e....e....tem uma marca em meu pulso, o símbolo me é familiar, mas eu não sei dizer o que significa ou até mesmo o seu nome — quando terminei de descrever o que via, senti meu corpo estremecer e antes de sucumbir a escuridão vi de relance os olhos avermelhados de Alchimist.

[…]

Acordei já em minha cama, apenas a luz da lua cheia invadia pela minha janela, eu tentava me recordar de algo mas nada fazia muito sentido, me levantei e reparei que minhas roupas haviam sido trocadas, agora eu usava um vestido preto longo, não encontrei minhas botas então apenas desci as escadas, minha tia Bárbara foi a primeira que encontrei.

— Estou tão orgulhosa querida. Você está linda assim — ela me deu um abraço e um beijo em minha testa —  Venha, vou chamar Rose e Morgana. Já está quase na hora — apenas acenei com a cabeça, ainda um pouco confusa. Não compreendi o elogio, mas a seguir mesmo assim.

Minha mãe estava com tia Morgana sentada na sala, e assim que me viu, seu sorriso se abriu.

— Você esta linda filha, eu sabia que você seria única — ela se levantou do sofá e me recebeu em  um abraço apertado — Eu e suas tias temos algo para lhe contar, sente-se —minha mãe indicou o chão, e quando reparei elas já estavam sentadas formando um semicírculo então fiz o mesmo.

"Então, é alguma coisa haver com o meu presente?"- sorri animada, elas sempre me faziam uma surpresa diferente.

"Não meu amor, dessa vez é mais sério"- elas se entreolharam e Morganna soltou uma respiraçao pesada.

"Amoray, lembra quando eu te falei, que os quinze anos de uma Winchester é especial?"- apenas concordei com a cabeça -" você não é mais apenas uma menina, agora você também é uma invocadora, e seus poderes vão se intensificar até os 21 anos"- eu ainda estava paralisada na palavra invocadora, eu sabia o que signicava, eu tinha estudado com os meus professores sobre lendas, mas isso era impossível porque não passava disso lendas, não é?

"Filha eu não quis te criar nesse mundo, eu sabia que essa hora iria chegar, por isso foi Morganna a te levar a Alchimist, eu não saberia lidar com a sua mudança, mas você ficou linda, e agora eu e suas tias temos que invocar seu poderes, por isso da marca de Hamsá, é por ela que eu passarei parte dos meus poderes e invocarei os seus" -eu ainda não tinha processado nem as primeiras informações, imagina isso de poderes e invocação - " eu preciso que você feche os olhos e se concentre na minha voz, apenas relaxe, amanhã eu vou te explicar o que você quiser, só faça isso Amoray" -fiquei nervosa mas fiz o que a minha mãe pediu, ela pegou as minhas mãos e eu fechei os olhos minhas tias começaram a falar baixo, mas acabei focando apenas na voz da minha mãe.

Sua palavras em latim me deixavam agitada, mas eu não ousava mexer um músculos, um calor começou a tomar conta do meu corpo e uma leve dor de cabeça começou a surgir e os meus sentidos foram sumindo dando lugar a apenas uma imagem de um garoto com roupas pretas e então mergulhei mais uma vez na escuridão.

✘✘✘

Oi Zaynte, tudo bem com vocês???

Bem to nervosa, tipo muito mesmo, depois de tirar Gotham do ar me veio essa ideia e bem aqui está, bem vai se um pouco complicado nesses primeiros cap, mas prometo dar o meu melhor OK!!?

Então já sabe né nom?!

Curtiu aperta a estrelinha, quer se expressar comente, se quiser da uma ajudinha compartilhe.......

Obrigada

Fran❤

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