My baby

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14 de Agosto de 2015, sexta-feira.
03:15 A.M

Demetria's P.O.V

-Mary, eu preciso de sua ajuda.

Grunhi ofegante, seguando firmemente no celular em minhas mãos.
Eu estava sentada no chão do meu banheiro, mais especificamente no chão de minha suite.
Wilmer dormia calmamente no cômodo ao lado, e eu não estava nem um pouco afim de acorda-lo, sabendo que amanhã ele teria de passar o dia num estúdio de gravações.

-O que... Você está bem?

Pude ouvir a voz suave da loira, vinda do outro lado da linha. Ela expressava rouquidão, o que indicava que ela provavelmente havia acabado de acordar, e mesmo assim, o seu tom permanecia gentil e preocupado.

-Eu... Eu estou com muita dor.

Comuniquei-me num sussurro baixo e aflito, sentindo mais uma forte pontada em meu abdômen.

Me inclinei para frente e juntei meus lábios, para que o meu choro fosse mais silencioso.
Mais uma vez, eu não queria acordar Wilmer.

-Dores? Dems, o que aconteceu?

Ela perguntou num tom assustado, e eu pude ouvir alguns ruídos do telefone. Supus que ela estivesse levantando da cama.

-Eu estou...

Eu pretendia contar a verdade a ela, na verdade, pretendia contar a todo mundo. Mas não dessa maneira.

A questão é que, Marissa é, e provavelmente sempre será, uma das pessoas as quais eu mais confio no mundo. E o fato de eu contar ou não a ela a verdade por telefone, o que era estupido pois só a deixaria mais aflita, não mudaria muita coisa, afinal, eu sentia que ela me ajudaria de qualquer maneira. Independente do que fosse.

Senti mais uma contração em meu abdômen, dessa vez, acompanhada da sensação de vazamento de um líquido quente correndo pelas minhas pernas.

-Apenas... Venha me buscar, ok? Eu lhe explico tudo no caminho.

Pedi num tom sofrêgo, tentando, com muito esforço, controlar o meu choro.

Pude ouvir um 'ok' aflito vindo de minha melhor amiga, e assim encerrei a ligação.
Larguei o iPhone no chão do banheiro, e me levantei com dificuldade, apoiando-me no mármore gelado da pia a minha frente. A sensação era de que todo o meu corpo estava contra mim.

O pequeno tapete em meu banheiro, que antes era branco, e agora estava com uma enorme mancha de sangue no lugar em que eu estava sentada.

Merda, merda, merda.
Isso não podia estar acontecendo.

Abri a porta do banheiro com cautela, evitando ao máximo fazer algum tipo de barulho.
Meu abdômen ainda doía, e minha perna estava quente, cheia de sangue no meio delas. Eu gostaria de poder me vestir, talvez mentir para mim mesma, e dizer que estava tudo bem.
Mas obviamente, eu não tinha tempo para isso, e precisava correr para o hospital, e então, salvar o meu bebê.
Se é que ainda era possível.

Pensar na possibilidade de perdê-lo, fazia com que as dores, e o meu desespero aumentassem ainda mais.

14 de Agosto de 2015, sexta-feira.
08:30 A.M
Cedars-Sinai Medical Center
Hospital em Los Angeles.

Eu escutava algumas vozes distantes, o meu corpo estava leve, era uma sensação estranha. Como se o meu 'eu' na verdade não pertencesse ao meu corpo.

I'm sorry-Está sendo reescrita Where stories live. Discover now