Capítulo 22 - Lightwood

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Preciso que me responda apenas uma pergunta.
- Diga.
-  Eu quero que você diga apenas a verdade. - pediu ela.
- Tudo bem...
- Maia beijou Simon na festa de Magnus?

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A princípio congelo. Não sei o que responder, mas minha mãe está me observando de uma forma tão intensa que preciso lhe dizer algo.
- Mãe, por qual motivo  você quer saber?
- Pelo Anjo! Agora está explicado porque ele não foi te ver antes de virmos a Idris. Eu nunca gostei muito da Maia, mas agora ela se superou. Juro que nesse momento queria ensinar essa garota Licantrope a não mexer com o que não é dela.
- Mãe, você não vai fazer nada, não quero que a senhora interfira nos meus problemas.
- Você deve ter ficado pensando que Simon seria igual a Robert, por isso se afastou.
- Mãe, o que eu e Simon tínhamos...- mas ela não me deixou continuar.
- Simon nunca será como seu pai, minha querida, ele errou, mas não se lembra de muita coisa, é como se tudo estivesse acontecendo pela primeira vez com ele, tenha paciência e mantenha Maia longe dele. Agora preciso sair, volto só a noite, fique bem.
- Mãe! Não vá atrás de Maia.
- Mesmo querendo, não irei interferir nos seus problemas. - disse ela, me deixando sozinha em seu quarto.
A tarde estava bonita, poderia sair caminhando por Alicante ou até mesmo ir ao Gard e conversar com Jia sobre a Academia, mas tudo que queria era ficar naquele quarto, e pensar em tudo que havia acontecido comigo nos últimos meses, quando finalmente havia admitido meus sentimentos ele tinha sido retirado da minha vida, isso não era nada justo, e ao longo desses três meses, logo depois que o vi naquela lanchonete, ele vem se lembrando de tudo o que aconteceu, e na última semana Maia aparece para estragar tudo, minha vontade era de mutilá-la em Idris mesmo. Me levantei da cama e caminhei em direção ao guarda-roupa, não conseguia explicar, mas algo me levava a olhar lá dentro, e então levantei e caminhei lentamente em direção a ele, e quando abri a porta me deparei com algo prateado virado para baixo e a princípio não sabia se olhava ou não, mas a única pessoa que minha mãe queria poder levar sempre com ela era Max. Só poderia ser ele. Ele havia morrido cedo demais, nunca seria um bom guerreiro. Mas quando virei o porta-retrato me surpreendi com a foto que estava ali, era minha mãe quando era mais nova e Robert, eles estavam com duas Lâminas Serafim, aparentemente estavam em Idris, ele a olhava de uma forma completamente apaixonada.
- Mesmo que não acredite - disse Robert, parado na porta do quarto e vindo em direção a mim. -, eu já a amei muito, e ainda a amo.
- Ama tanto a ponto de traí-la.
- Isabelle, você não me entende.
- E vejo que nunca vou entender, você diz que a ama, mas estava a traindo. Que ótima forma de demostrar seus sentimentos.
- Isabelle, eu gostaria muito que você parasse e me ouvisse.
- Mas não quero ouvir. - digo, já irritada e guardando o retrato onde havia encontrado. - Você traiu minha mãe, sabe quanto tempo ela sofreu por sua culpa? Não, você não sabe, porque liga apenas para você.
- Não é verdade.
- Não? - perguntei, impressionada. - Você nunca cumpre os juramentos, fez a mesma coisa com seu Parabatai, se afastou quando ele disse que estava apaixonado por você. "Onde fores, irei", vejo que cumpriu muito bem sua promessa, papai, espero nunca ser como você. Saí do quarto sem a possibilidade de me entender com Robert, ou melhor, meu pai. Caminhei lentamente até a sala para fazer algo que ocupasse minha cabeça, não queria pensar em tudo que Robert havia feito, e mesmo não querendo ele me lembrava muito Simon, principalmente depois que encontrei Maia com os lábios grudados aos dele, tudo o que queria era mutilá-la ali mesmo, mas não posso bater na representante dos Licantropes. Nesse momento desejei que Luke fosse o representante, ou até mesmo Morcego, e poderia deixar uma bela marca em seu rosto. Era incontrolável, meus pensamentos sempre iam a Simon.
- Tudo isso é saudade do mundano? - disse Jace, entrando na sala, tenho quase certeza que estava vindo de seu quarto.
- Posso muito bem sobreviver a falta de Simon, como você a falta de Clary. - digo, o provocando.
- E quem disse que sobrevivo com a ausência de Clary? - disse ele, se jogando no sofá, ignorando que o fato de estar sentada ali antes dele chegar, e colocando suas pernas sobre as minhas, pelo visto teríamos uma longa conversa. - Ela mudou completamente minha vida - continuou ele. - Ajudou a construir o Jace que sou hoje, um Jace melhor que antes, quando não a tinha em minha vida. Agora diga a verdade -pediu ele-  Sente saudade do mundano?
- Sim, eu sinto. É como se só me sentisse completa quando estou com ele.
- É a primeira vez que vejo você apaixonada, Izzy.
- Digo o mesmo em relação a Clary.
- Espero que fiquem bem depois de tudo o que você e Simon passaram, e juntos.
Mas ele não sabia que eu esperava o mesmo.

                      *****


Estava ao lado do Lago Lyn, a semana havia passado rápido depois que tive aquela conversa com Robert, meu querido pai. A reunião com a Corte Unseelie tinha ocorrido, ainda pior do que esperava. Como já sabia, Jace e eu não pudemos participar da reunião, ordens da Clave, mas Alec fazia questão de nos contar cada detalhe.
A reunião havia atrasado por conta das fadas não estarem no Gard, e eles resolveram discutir a respeito da punição da Corte Seelie tentar invadir Alicante, e a Clave simplesmente decidiu os tratar como criminosos, a Guerra Maligna havia acabado há pouco tempo, mas ainda assim as sequelas que ela havia deixado estava cada vez pior.
Logo depois a Corte Unseelie chegou ao Gard, ou melhor, o que era para ser dela.
Eram  apenas dois integrantes da Corte Unseelie pedindo que a Corte Seelie voltasse a fazer parte do Conselho, e claro que a Consuelo e o Inquisidor não concordaram e expulsaram as fadas de Idris.
O resto da semana havia passado sem muitos acontecimentos importantes, tirando o fato que Alec e Magnus estavam ainda mais grudados e estava fugindo de olhar no fundo dos olhos de meu pai e odiá-lo cada vezes mais.
Voltaria para Nova York hoje mesmo, isso significa que a qualquer momento veria Simon. E não estava preparada para o ver,  não sabia como iria reagir ao vê-lo na minha frente, talvez gritar com ele ou até mesmo ficar paralisada sem fazer nada. A verdade era que tinha medo dele fazer o mesmo que Robert tinha feito com minha mãe. Mas eu o amo, mesmo não querendo.
Mas graças ao pai de Magnus Simon não se lembrava mais de nada, e nossa reaproximação estava indo ótima até Maia aparecer e grudar os lábios nele, mas não podia fazer nada com ela pelo fato de ser líder do bando de nova York, e representante do Conselho.
As sequelas da Guerra Maligna pareciam estar cada vez pior. E ainda apesar de tudo, o que me doía mais era a morte de Max.
- Imagino que esteja pensando em Max. -disse Alec, caminhando lentamente em minha direção. - Mamãe pediu para te chamar, voltaremos a Nova York em 30 minutos.
- Sempre penso nele, Alec. - respondi.- Eu ainda acho que a culpa dele estar morto é minha.
- Isabelle Lightwood, pare de se torturar - disse ele, se sentando ao meu lado.- Havia me esquecido como todos os Lightwoods sofrem mais do que conseguem carregar. Mas Izzy, minha querida irmã, aprenda, Max não morreu por sua culpa, e sim por culpa de Sebastian. 

- Obrigada, Alec.

- Agora vamos, antes que mandem Jace atrás de nós. 

Nos levantamos e caminhamos lentamente e silenciosamente em direção a casa. Queria conversar com Alec, mas não sabia o que, era bom ter meu irmão ao meu lado.
Todos já estavam na praça quando chegamos e Catarina estava lá para abrir nosso portal de volta. Os representantes do Conselho já haviam atravessado, exceto Magnus, que estava esperando pelo namorado e Jace.
- Estão prontos? - perguntou Catarina.
- Estamos - respondeu Robert. - Pode abrir.
E como sempre, em questão de minutos estávamos na frente do Instituto.
- Finalmente em casa -disse Jace - Que saudade de matar os demônios daqui.
- Impossível encontrar demônios as 11:00 horas. - retrucou Alec.
Estávamos caminhado lentamente quando vi uma garota pequena e de cabelos vermelhos apoiada na porta do Instituto. Era Clary.
Ela sorriu ao ver Jace e correu ao seu encontro se jogando nos braços do meu irmão. Eles se beijavam sem nenhum pudor e confesso que senti um pouco de inveja deles.
Desviei o olhar e comecei a caminhar para os degraus de entrada do Instituto.
Ouvi Clary dizer meu nome e me virei.
- Olá, Isabelle! Que saudade! - ela disse me abraçando fortemente.
- Oi, Clary. Como vai?
- Vou bem, não vou te fazer essa pergunta, pois já imagino sua resposta. Bom eu só queria matar a saudade de vocês e por isso chamei todos para irmos num barzinho hoje a noite. Que tal?
- Obrigada pelo convite, Clary, mas estou cansada e quero dormir.
- Esqueça! Não aceito não como resposta!  Você não pode parar sua vida por causa de um término de namoro. Passo aqui às oito -disse ela sorrindo e se erguendo para beijar minha bochecha. Fiquei observando aquela pequena criatura saltitar até meu irmão com intensa euforia.
Balancei a cabeça e sorri seguindo meu caminho, fechando a porta atrás de mim.


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Hey, Shadowhunters, aqui está o capítulo, mil desculpa pela demora, não consegui atualizar na quarta, sabem, uma certa série lançou o primeiro episódio e eu estava surtando. Afinal, o que vocês acharam? Mas finalmente postei! ;) Espero que tenham gostado.
Dedico esse capítulo a @MiillySilva, espero que tenha gostado. ^_^
Deixem suas opiniões sobre o capítulo nos comentários, e também deixem os números para entrar no grupo do Whats que fiz para a fic. <3
Gostaria muito de conhecer vocês. ;)
Bem, eu acho que é só isso. 
Byee  e até a próxima! ;)




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