Capítulo 17 - Idris

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- Como assim, Izzy? - perguntou Clary espantada. - Simon e Maia se beijando? Ele não faria isso, não depois de tudo o que vocês passaram.
- Mas fez, aquele mundano safado estava beijando Maia quando cheguei lá. Por que ele não recuou? Não quero mais saber do Simon, eu o odeio.
- Não odeia, você só esta nervosa pelo que viu, passar um tempo longe dele irá te ajudar a pensar.
- Não quero pensar no que vi. Quero distância dele. E daquela Licantrope atirada. Ela sabia muito bem que estávamos nos aproximando novamente e fez de propósito, juro que se visse ela agora seria capaz de arrancar suas garras.
- Izzy, você está exagerando, isso é ciú...
- Não diga isso, Clary, não é ciúmes, e sim ódio. - digo, me aproximando da porta do meu quarto. - Ele diz que me ama e a  beija, que ótima forma de demostrar amor!
- Isabelle...
- Não. Não venha defendê-lo, Clary, ele errou.
- Sim, e vou ouvir o que ele tem a dizer.
- Eu não quero ouvir nem sequer uma palavra que venha a sair de sua boca. - digo, e percebo que Clary está com uma expressão estranha. - Ele me fez pensar que irá fazer igual a Robert, e não quero isso. Não quero ele comigo assim, nem sei mais ao certo se o quero.
Ela pensou um pouco, como se estivesse procurando as palavras certas para dizer, mas então perguntou:
- Quando é a viagem à Idris?
- Amanhã! Ficaremos uma semana lá. Uma semana!
- Será ótimo, pense em tudo que vocês construíram juntos. Não se deve desistir de tudo por causa de um mal entendido. Agora eu tenho que ir antes que Jace apareça e pergunte o  motivo da minha demora, tente dormir um pouco, vai te fazer bem - disse ela se afastando, mas antes de sair do corredor ela se virou. - Amanhã, antes de vocês irem, passo aqui para ver como você está.
E com isso ela saiu. Sem muita opção do que fazer sozinha em plena sexta-feira, caminhei em direção ao meu quarto, iria fazer qualquer coisa para não ficar pensando nele, fui até meu closet e guardei meu colar de rubi vermelho, peguei uma blusa preta e um short da mesma cor, e tirei toda aquela roupa que tinha planejado para impressioná-lo. Fui para minha cama e tentei dormir, o que não deu certo, já que aquele beijo não me saía da cabeça. Peguei meu Códex e abri em Integrantes do Submundo, estava disposta a estudar o comportamento das Fadas, mas acidentalmente ele se abriu em Licantropes."A primeira destas doenças é a lincantropia, que, acredita-se, surgiu ..." não. Licantrope. Tudo o que conseguia pensar era nos lábios de Maia grudados em Simon. Passei algumas páginas e ali estava. Vampiros. "Vampiros são vítimas de outra infecção demoníaca, que os transforma em bebedores de sague ." Bebedores de sangue. Me lembrei de quando Simon virou um vampiro.
Quando o levaram para o Hotel Dumort e Clary ficou desesperada e saiu atrás dele com Jace. Simon. O vampiro que salvou várias vezes minha vida havia beijado uma licantrope e eu vi, afastei meus pensamentos e continuei lendo.
"Possuem presas afiadas retraídas, que se projetam quando a sede de sangue é provocada. Estas cortam a superfície de uma veia da vítima, e, em seguida, o vampiro suga o sangue até se satisfazer. O ato de beber sangue provoca uma onda de energia e vitalidade no vampiro. Vampiros experientes conseguem resistir à tentação e conter a vontade de extinguir o sangue, deixando as vítimas vivas capazes de se recuperarem, mas novos vampiros podem ter  problemas para controlar o impulso de beber  o sangue até a morte da vítima. Pior, após a picada inicial de um vampiro, o veneno contido na sua saliva entorpece e a dor pode se tornar a experiência prazerosa para a vítima. O veneno age como relaxante muscular e um estimulante, e até mesmo um Caçador de Sombras forte..." Fui ficando sonolenta, coloquei meu livro ao lado da cama e apaguei a luz do quarto.






Estava tudo claro, o dia estava lindo, o sol quente e o céu  sem nuvens, estava no Central Park, ou o que parecia parte dele, era como se tivesse se passado vinte anos, ele estava com muitas mudanças para apenas alguns dias, algo estava errado, tinha que estar, não poderia ter mudado tanto em poucos dias.
Comecei a caminhar lentamente sem saber para onde estava indo, era como se não pudesse sair do parque, algo me prendia ali. Algo que eu não sabia explicar o que era. Caminhei sem saber como eu  havia parado lá, estava me aproximando de um parquinho onde havia varias crianças brincando, um daqueles meninos estava sentado perto de uma árvore lendo um mangá  do Naruto, na hora ele me lembrou Max. Ele amava aqueles mangás, havia morrido muito cedo por culpa de Sebastian, nunca iria beijar ninguém, muito menos se apaixonar ou virar um Caçador de Sombras, Sebastian havia tirado tudo isso dele.
Estava indo embora quando senti alguém esbarrando em mim, imediatamente olhei para baixo e vi uma menininha perto de mim. Ela tinha a pele branca, com cabelos castanhos escuros cacheados, e os olhos da mesma cor.
- Me desculpa- disse ela, com uma voz tímida- Eu estava procurando minha mãe e acabei esbarrando em você. Uau! Como você é linda - disse ela sorrindo.
- Tudo bem. Mas onde está sua mãe?
- Ela foi comprar um sorvete para mim.
- Você está só com ela?
- Não! Papai também veio ao parque com a gente. 
- Qual é seu nome, pequena? Quantos anos você tem?
- Meu nome é Mary Elizabeth Lewis - ela levantou a mão mostrando que tinha quatro anos. No mesmo instante congelo. Lewis. Em toda minha vida só havia ouvido esse sobrenome uma vez, e era o de Simon. Olhando atentamente para ela percebi que seus pequenos olhos eram da mesmo cor que os  de Simon. Simon Lewis. Ou poderia ser a filha de Rebecca, sua irmã. É  isso. A única explicação lógica para tudo. Alguns segundos depois pude perceber que aquela criança ainda me olhava.
- Quer que eu te ajude a achar seu pai ou sua mãe? - pergunto, tentando ser gentil com ela. Só assim teria certeza de quem são os pais dela.
- Por favor, não quero ficar aqui sozinha.
- Me diga como seu pai é.
- Mais alto que você, ele tem cabelos castanhos e os olhos iguais aos meus, e usa óculos.- disse ela subindo ao banco e me fitando com os olhos.- Ele tem uma banda famosa, todo mundo o  conhece.
- Qual é o nome da banda? Você sabe? - pergunto curiosa.
- Sei sim, mamãe não me deixa esquecer. Os Instrumentos Mortais.
Não. Não pode ser. Esse era o último nome da banda de Simon. Não era possível essa criança ser filha de Simon.
Eu congelo. Não consigo pensar em uma explicação lógica para tudo isso. Antes que possa falar alguma coisa ouço uma voz conhecida.
- Filha?
É Simon. Eu reconheceria sua voz mesmo que se passassem trinta anos sem ouvi-la. Como assim? Simon com uma filha? Não pode ser ele. É impossível, eu o vi apenas há algumas horas.
- Papai! Papai!
E a pequena Mary saiu correndo e se jogou nos braços dele.
- Onde está sua mãe? 
- Ela foi comprar um sorvete para mim.
- E te deixou brincando?
Ela fez que sim com a cabeça.
- Maia Roberts, nunca muda.
- Aí fui procurá-la - prosseguiu Mary. - e  achei essa linda senhora, ela ia te procurar comigo. Acredita que ela não sabia quem era você?
Então ele se virou e me olhou profundamente, antes que pudesse dizer qualquer coisa. Aquele era mesmo Simon. Mas parecia estar vinte anos mais velho.
- Isabelle Sophia Lightwood?

Acordei ofegante e olhando para tudo ao meu redor. Estava no meu quarto, tudo não passava de um sonho, um sonho onde Simon e Maia estavam juntos e com uma filha, mas apenas um sonho.
Levantei da minha cama e fui para meu closet colocar meu uniforme, deveria ser cerca de 08:00 horas, então não iria voltar a dormir. Logo depois de estar pronta para ir à Idris verifiquei se meu Códex estava no lugar certo, sem nenhum dano. Em perfeitas condições. Saí do meu quarto e fui em direção à cozinha, queria comer alguma coisa antes da viagem. No corredor próximo da cozinha pude ouvir a voz de Magnus e Alec, mas ainda estava cedo.
- Bom dia. - digo, entrando na cozinha- Não está muito cedo para estarem aqui?
- Bom dia, minha querida irmã, teremos que ir de qualquer jeito, melhor que seja cedo então.
- Vamos que horas?
-Sairemos em alguns minutos  - responde Magnus - Catarina irá fazer um portal e nos levar.
- Por que você mesmo não faz?
- Não posso, a Clave impede que qualquer integrante do Conselho faça portais.
- Claro que iam impedir, eles têm medo do que Clary fez.
Olhei para a porta e vi Clary vindo em minha direção.
- Vou garantir que Simon fique bem enquanto estiver lá, já que Maia estará longe, não tem muito o que se preocupar.
- Clary, já falei que não quero saber dele. Quero que ele morra.
- Iz, não fale isso, sei que você o ama, vocês ainda serão muito felizes, mas antes têm que lutar por isso.- prosseguiu ela - Pense em tudo que vocês já viveram, foram para o Edom juntos, não será um beijo que irá separá-los.
- Clary? - chamou Jace, se aproximando de nós. - Vai ficar falando com Iz e não comigo?
- Pelo Anjo, Jace, eu  já estou saindo! Até quando voltarmos, Clary. - digo.
E com isso saí e deixei eles lá conversando, alguns minutos depois já estávamos na frente do portal. Todos já haviam atravessado, só faltavam os Lightwoods. Atravessamos todos juntos, em questão de segundos já havíamos chegado à Idris.

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Hey, Shadowhunters, aí está o capítulo de hoje. Espero que tenham gostado.
Queria agradecer a todos vocês que estão lendo minha fic. ;') Fico muito feliz por ter cada um como meu leitor fiel. (Oh, meu Deus, nunca imaginei que iria falar isso!♡) Queria dedicar o capítulo de hoje para a @Juulaissa. Juuh, espero que você tenha gostado. ;)
Deixem suas opiniões nos comentários e o que acharam desse sonho... 
Bem, isso é tudo.
Bye e até a próxima! ;)




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