Capítulo 20 - As fadas

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- Por que as torres estão vermelhas? - perguntou alguém do fundo.
- A Corte Seelie - ele parou, então percebi que algo realmente grave tinha acontecido.- tentou invadir Alicante!

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- Como assim tentaram invadir Alicante? - gritou alguém do fundo.
- Tenham calma - disse Jia Penhallow, aparecendo ao lado de Robert- Elas não conseguiram, temos certeza que estão desesperados para chamar nossa atenção.
- Que meio amigável de chamar atenção - disse Jace, com seu tom irônico - Estamos tentando invadir sua cidade.
- Jace - começou Alec- Sem ironias agora.
- Eles nos mandaram uma carta - disse Jia Penhallow - Querem voltar a fazer parte do Conselho.
- E como nós negamos, - completou Robert- a Corte Seelie tentou invadir Alicante.
- As fadas acharam que não tínhamos restabelecido as barreiras depois da guerra.
- Qual será a punição deles por tal crime? - perguntou alguém na minha frente.
- Não podem passar por tal crime ilesos. - disse alguém no fundo - Entrar em Alicante sem permissão é  crime.
- Eles vão  ser punidos pelos seus atos, haverá uma reunião com o Conselho e decidiremos qual será sua punição. - disse Jia. Peço aos participantes da reunião que estejam amanhã nesse mesmo horário no Salão de Acordos, enviaremos um comunicado aos representantes do submundo.
E então saímos do Grand, estávamos todos dispensados por hoje, exceto Robert, que ficaria com Jia Penhallow, estudando o comportamento da Corte Unseelie, já que é raro entrarem em contato.
Esperei que o Grand estivesse mais vazio e as ruas para voltar ao meu quarto, não queria falar com ninguém, e mesmo não conseguindo evitar, meus pensamentos pairavam em Simon.
Não conseguia mais mentir para mim mesma, já sentia a falta de Simon. Como Alec falou, nossa aproximação tinha ocorrido rápido demais, e seria algo estranho não o ter por perto. E por um segundo me pergunto se ele sentia minha falta, mas não poderia simplesmente me atirar em seus braços quando voltássemos, ele havia errado e tinha que lidar com as consequências de ter se agarrado com Maia.
Caminhei lentamente perdida em meus pensamentos até que ouvi uma voz atrás de mim.
- Isabelle?
Me virei rapidamente para ver quem era. Morcego.
-Olá, Morcego. Como vai?
- Estou bem, e você?
- Estou bem também. 
- Vim apenas te dar um recado - disse ele - Maia quer conversar com você.
- Diga àquela Licantrope atirada para não aparecer na minha frente - digo, tentando parecer calma - ou sou capaz de matá-la.
- Isabelle, - disse ele calmamente - Maia estava completamente bêbada, e você sabe que Simon, mesmo não se lembrando de tudo, a ama.
Sabia que ele estava certo, mas mesmo assim ainda odiava Maia com todas as minhas forças.
- Vou dizer a ela para conversar com você antes da reunião do Conselho amanhã.
Antes que pudesse dizer não ele já havia sumido.
Mesmo não querendo teria que conversar com Maia. Antes que pudesse perceber havia chegado em casa. Entrei na sala e, pelo visto, não tinha ninguém em casa, caso contrário, já teria ouvido os barulhos.
- Isabelle?
Reconhecia aquela voz. Era minha Mãe.
- Por que demorou tanto para chegar?
- Encontrei Morcego, e ficamos conversando.
- Por isso sua demora. - disse ela, se aproximando - Simon não vai gostar nada disso.
- Mãe... - mas antes que pudesse continuar ela me impediu.
- Não diga nada, sei que irá falar que são apenas amigos e não estão juntos, mas sei que ele te ama, só de ver o jeito que ele te olha.
- Mãe! - digo completamente envergonhada.
- A propósito, por que Simon não foi se despedir de você antes de viajarmos à Idris?
- Ele tinha um compromisso com a mãe e não podia adiar. - digo, me aproximando das escadas - Agora se não se importa, irei dormir.
Antes que ela pudesse dizer alguma coisa estava subindo as escadas e indo para meu quarto. Tudo que queria era poder me jogar na cama e dormir. E foi exatamente o que fiz.
Cerca de duas horas depois acordei, ou melhor, Alec me acordou.
- Izzy, acorde logo!- gritava ele - Pelo Anjo! Você deve estar doente.
-Alec, me deixe dormir.
- Acorde. Maia esta lá embaixo querendo falar com você.
- Não quero falar com ela - digo, e sem perceber meu tom saiu mais bruto do que esperava.- Não tenho o que falar com Maia.
- Iz, está acontecendo alguma coisa que eu não sei?
- Não.
- Então mandarei Maia subir.
- Alec, eu não quero... - mas ele não me deixou continuar, já tinha saído e fechado a porta.
Minutos depois ouvi uma batida na porta.
- Isabelle?
Era Maia.
- Posso entrar? - perguntava ela - Preciso muito falar com você.
Me levantei da cama ainda sonolenta e caminhei rapidamente até a porta e a abri.
- Eu estava dormindo, e você me fez acordar. O que quer comigo? - digo da maneira mais bruta que consigo.
- Posso entrar? - perguntou ela.
- Entre, não quero que todos ouçam tudo que tenho para te falar.
- Obrigada. - disse ela, entrando no quarto - Preciso falar sobre o que houve en... entre mim e Si... Simon na festa do Magnus.
- Me dê apenas um motivo para não mutilá-la agora mesmo!
- Eu sei que o que fiz foi errado.
- Errado? - perguntei irritada - Você chama isso de errado?
- Isabelle, eu...- mas não permiti que ela continuasse.
- Você sabia que Simon e eu estávamos nos aproximando, você sabe muito bem que ele não se lembra de tudo o que houve, e mesmo assim estava se jogando para cima dele.
- Isabelle, me ouça.
- VOCÊ O BEIJOU! - gritei, perdendo a paciência - SUA LICANTROPE ATIRADA!
- Eu estava bêbada! - disse ela, defendendo-se - E não sabia o que estava fazendo.
- Ah, claro que não! - digo com um tom de ironia - Você o beijou sem querer, foi apenas um tropeço e estava com as garras em Simon.
- Isabelle, por favor, me ouça.
- Eu te odeio, Maia.
- Eu sei disso - disse ela rapidamente. - Mas você precisa entender que Simon não teve culpa.
- Claro que teve, por que aquele mundano idiota não recuou?
- Não deu tempo, assim que comecei a beijá-lo você apareceu.
- Então a culpa foi toda sua. - digo com um tom de raiva - Por que você o beijou?
- Eu estava bêbada - começou ela - e Simon veio falar que havia se lembrado de quando estávamos juntos, quero dizer, quando estava com nós duas.
- E você se achou no direito de beijá-lo? - perguntei irritada.
- Eu não deveria ter feito o que fiz.
- Ainda bem que sabe.
- Mas vamos confessar, Simon está mais bonito do que antes.
- Você tem muita sorte, Maia, por estarmos em Idris, caso contrário, arrancaria suas guarras agora mesmo.
- Isabelle, eu estava apenas...
- Não quero saber, vá embora e fique longe de mim, para seu bem. Juro pelo Anjo que se encostar no meu Simon não serei tão paciente como estou sendo agora.
Ouço uma batida na porta.
- Entre - digo - está aberta.
Então rapidamente a porta se abre e Jace entra.
- Meninas, - disse ele - ouvi alguns gritos, está tudo bem?
- Tudo ótimo - respondi - Maia já estava de saída, não é, Maia?
- Sim - respondeu ela - Isabelle, pense no que te falei. Até mais.
E saiu do quarto. Estava feliz por ela ter ido embora. E por um momento fiquei pensando se tudo que ela falou era verdade ou se estava apenas defendendo Simon, mas acreditava que depois daquele acontecimento ela não havia o visto, e seria impossível ele pedir a Maia para vir falar comigo, talvez Simon não tivesse culpa, mas mesmo assim ainda sentia raiva dele e queria matar Maia, principalmente por falar que Simon estava mais bonito que antes, era verdade, porém Simon não era dela, e sim meu.
Em toda minha vida nunca havia me envolvido tanto com alguém como estava envolvida com Simon, talvez eu o amasse e ainda queria ele por perto, não deixaria que Maia estragasse tudo que havíamos passado juntos, fomos ao inferno e voltamos, e Simon quase morreu para me salvar. Eu o queria por perto, mas ele teria que lutar e me convencer que não seria igual a Robert.
Saí do meu quarto e caminhei lentamente em direção à escada ainda perdida em meus pensamentos, ou melhor ainda, pensando em Simon. Será que ele me amava o bastante para estar disposto a lutar por mim?
Me aproximei da sala e ouvi duas vozes, que imediatamente as reconheci. Magnus e Alec. 
- Meu Deus, Alexander. Eu te amo.
Não pude me conter em observar a cena, eles estavam tão apaixonados, Magnus encaixava a cabeça no ombro de Alec. Sabia que eles não tinham a eternidade juntos, mas parecia que nem mesmo a morte abalava o amor deles.
- Isabelle?
Me virei e vi minha mãe atrás de mim.
- Venha comigo, preciso falar com você.
- Tudo bem. - digo e a sigo até seu quarto.
- Entre. - disse ela - Preciso que me responda apenas uma pergunta.
- Diga.
-  Eu quero que você diga apenas a verdade. - pediu ela.
- Tudo bem...
- Maia beijou Simon na festa de Magnus?


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Hey, Shadowhunters, o capítulo em plena segunda-feira! Que maravilha! Bem, como a fic está em reta final vou postar dois por semana.
Aí está o capítulo, espero que tenham gostado. ;) 
Dedico esse capítulo a @Yasminlemos. Espero que tenha gostado.
Bem, como a fic está quase chegando a 5k em visualizações, (muito obrigada♥) no próximo capítulo terá uma surpresa para vocês, mas agora não posso dizer o que é. Haverá um sorteio com os nomes de quem comentar, e o resto vocês descobrem no próximo.
Ahhh, ainda agora, sem querer, eu atualizei a fic. Foi apenas um erro. Mas aqui está, deixem suas opiniões nos comentários. 
Sábado eu volto. ;) Byee!




Os Instrumentos Mortais  - Recuperando as LembrançasWhere stories live. Discover now