Capítulo 45 - Pequena chantagem

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*Andrês.

- Aquele gordinho filha da mãe, me denunciou! Gritou Ariana com raiva.
- Quem te denunciou?
- O senhor Papus. Quem mais seria? Resmungou irritada.
- Ele te denunciou? Estranhei
- Ariana, o que você fez?
- Você não viu o Diamante conosco? Retrucou ela tensa.
- Você roubou o Diamante? Me espantei diante de sua revelação.
- Andrês, você acha que Papus me emprestaria Diamante numa boa? É claro que não. Então eu tive que pegá-lo. Confessou ela.
- Nunca pensei que você fosse capaz de roubar.
- A culpa foi sua. Caiu no encanto daquela mocreia e eu tive que pegar uma carona no Diamante para salva-lo. Se você não lembra eu não vôo. Defendeu-se.
- Vai me culpar agora Ariana? Indaguei olhando feio para ela.
Ela relaxou e fez um bico.
- Não... Esquece isso. Eu só queria saber como ele tem uma foto minha? Disse ela chacoalhando a folha.
- Acho que eu sei como. Disse o tal Red encostado a porta.
"Será que ele ficou ouvindo toda a nossa conversa?"
O olhei com raiva.
- Como? Perguntou Ariana correndo até ele. Me aproximei a contragosto.
- É um encanto de tranferência. Você tranfere uma imagem da sua lembrança para o papel. Os oficiais são especialistas nesse encanto. Descreveu o garoto.
- Ah, mas e agora? Todo mundo vai ver o meu rosto. Vão me denunciar. Disse Ariana aflita.
- Como você faz para não ser pego? Perguntou Ariana para o rapazinho.
- Eu nunca pego de pessoas que me conhecem. Disse o menino com um sorrizinho no rosto.
- Ah como você fez comigo lá na feirinha? Disse Ariana com fingida irritação.
- É mais ou menos. Respondeu o garoto coçando a cabeça.
- Espera aí! Gritei olhando de um paro outro quando entendi do que falavam - Esse é o moleque trombadinha que nos roubou na feira. Disse apontando o garoto.
- Eu não sou nenhum moleque. Gritou o fae.
- Você tem idéia dos problemas que nos causou seu ladrãozinho? Se não fosse por você talvez já estivessemos na capital. Disse eu partindo para cima dele.
Ariana se colocou a minha frente segurando minha cintura.
- Espera Andrês. Gritou ela.
- Você que caiu no encanto da tenebris e agora quer por a culpa em mim. Provocou o garoto.
- Seu moleque! Gritei avançando, mas Ariana me segurou com força.
- Para Andrês! Vem comigo. Disse ela me puxando para longe. O menino ficou me olhando com raiva.
"Como era folgado esse moleque."
Ariana me puxou pelo bosque que ficava em volta da propriedade até um tronco caido.
- Senta. Pediu ela, a obedeci contrariado. Ela sentou do meu lado.
- Como você pode se socializar com esse tipo de gente? Gritei cheio de raiva.
- Não grita comigo! Gritou de volta.
Respirei fundo para me acalmar.
- Desculpa, é que eu não entendo. Disse eu a olhando.
Ela levantou seus olhos até os meus.
- Ele e sua família que me ajudaram quando estava ferida da primeira vez que enfrentei Afrodite.
- Oh. Surpreendi-me.
- E além disso sabe por que ele rouba?
Neguei com cabeça.
- Eles não tem quem os ajude. São treze orfãos, que tiveram seus pais mortos por tenebris. Como... Como meu pai. Nesse ponta ela começou a chorar silenciosamente. A abraçei e beijei o topo de sua cabeça respirando o perfume de seus cabelos que tanto me causaram saudade. Agora eu entendia a ligação que ela tinha com eles.
- Eu sei que o que ele fez foi errado, mas o perdoei e espero um dia poder ajudá-los. Disse ela com a cabeça ainda em meu peito.
- Eu entendo. Se você o perdoou eu o perdôo também. Respondi alizando seus cabelos.
Ela levantou a cabeça e sorriu para mim.
- Obrigada.
Olhei seus olhos cor de safira, aproximei meu rosto do seu, mas ela se levantou interrompendo minha tentativa.
- Temos que nos concentrar no problema do cartaz. Disse ela sem olhar para mim limpando o rosto.
- Se fosse na Terra, o jeito mais rápido seria o senhor Papus retirar a queixa. Avaliei mais para mim mesmo.
- Isso, Andrês! Otima idéia! Aqui também deve ter um jeito de ele retirar a queixa. Ponderou ela animada.
- Mesmo que houvesse jeito, duvido que ele a retiraria. Estamos falando de Papus, ele não ajudaria nem um bebê abandonado a sua porta, quanto mais a ladra do seu precioso cavalo.
Ariana fez uma careta quando ouviu a palavra ladra.
- Acho que eu tenho um jeito de persuadi-lo. Disse ela erguendo as sombrancelhas.
- E o que seria? Me levantei do tronco.
- Tenho um ás na manga.
- Me conta o que é? Perguntei curioso.
- A-fro-di-te. Disse ela pausadamente.
- Como? Me espantei.
- Você vai entender quando chegarmos lá.
- Lá aonde? Disse sem entender.
- A pousada, onde mais? Disse ela despreocupada.
- Você tá louca Ana?
- Não, bobo. Eu tenho um plano confie em mim. Pediu.
- Se você diz. Concordei.
- Vamos. Disse ela me puxando pela mão de um modo nada romântico.
- Você pode me levar voando? Não quero arriscar levando Diamante. Disse ela ainda me puxando pela mão.
- Claro Ana. O que você pedir. Respondi apertando de leve sua mão.
- Valeu, mas antes tenho que avisar Red.
A menção desse nome, parei e retirei minha mão da sua. Ela também parou e olhou para mim com sombrancelhas franzidas.
- Que foi? Perguntou ela.
- Por que você tem que dar satisfação do que você faz para esse cara? Perguntei enciumado.
- Não acredito. De novo isso Andrês...
- Me responde.
Ela suspirou balançando a cabeça em negativa, em seguida pousou seus olhos sobre os meus.
- Eu preciso avisá-lo, para ele informar vovó Ka e os outros para que não se preocupem. Revelou ela.
- É só isso mesmo? Perguntei desconfiado.
- Esse seu ciúme é ridículo.
- É, mas quando era você que estava com ciúmes, lá na pousada você não achava ridículo. Relembrei-a.
- Ah? Eu tinha motivos, Serafina estava dando em cima de você descaradamente. Disse ela ficando vermelha, não sei se de raiva ou vergonha.
- Esse Red também dá em cima de você.
Ela negou com a cabeça.
- Já falei. Eu não o olho como homem, eu tenho carinho de irmã por ele.
Prescutei seu rosto a procura de mentira, mas não encontrei.
- Tudo bem, eu acredito em você. Cedi.
- Nossa eu fico muito feliz por você acreditar em mim. Disse ela sarcástica revirando os olhos.
- Mas... Vou ficar de olho no pirralho.
- Ok Andrês. Disse ela limpando o um fio de suor em sua testa.
- Eu só não quero que outro homem se aproxime de você. Disse eu segurando seu queixo e beijando sua bochecha duas vezes.
- Desgruda Andrês. Disse ela me dando um empurrãozinho
- Vamos logo. Disse ela recomeçando a andar.
A acançei e entrelacei meus dedos nos seus. Ela me olhou feio, mas não se soltou.
Quando chegamos, Red continuava no mesmo lugar de braços cruzados. Quando viu nossas mãos entrelaçadas fez uma careta de desgosto. Sorri vitorioso.
- Ângelo, avise vovó Ka que vou sair com o Andrês.
Ele me deu olhar carrancudo dos pés a cabeça.
- Onde você vai Ana?
- Não interessa. Respondi.
Ana levantou a mão me calando.
- Vou resolver aquele negócio do cartaz de procurada, não quero que por causa disso descubram quem sou.
- Espera Ariana. Interrompi - Ele sabe quem você é? Perguntei surpreso.
- Sei. Disse ele calmamente.
- Eu não acredito que você contou para ele. Você que sempre disse que tinhamos que tomar cuidado para ninguém descobrir quem era. Falei inconformado soltando sua mão.
- Eu precisei tá, eu não queria contar para eles.
- Eles? Ariana, para quem mais você contou?
- Vovó Ka, Isadora e...
- E... Incentivei.
- Lay.
- Lay! Ele vai contar ao Papus. Disse nervoso.
- Ele não pode. Se fizer isso ele morre. Intrometeu-se Red.
- Como assim morre? Me explica isso Ariana.
Ariana me olhou sem jeito.
- Eles fizeram um ritual de lealdade. Não sei você sabe como é...
- Ah! Eu sei muito bem como é. Meu pai e Linus o fizeram com sua mãe. Interrompi-a - Mas esse ritual são para os cavaleiros mais confiáveis da familia real, não deve ser distribuído a torto e a direito! Disse eu nervoso.
- Eu não destribui! Gritou ela.
- Não? Você disse eles. Com quem mais você fez esse ritual?
- Com o Red e a Isadora.
- Até com uma criança!
- Foi preciso, ela estava ferida e isso a curaria.
- Mas isso também a liga a você.
- Eu sei, mas dos males o menor.
- Se eles morrerem, você sentira uma dor tão grande como se perdesse um pedaço da alma. E você sendo mestiça será ainda pior. Avisei.
- Eles são faes puros viverão mais do que eu. E além disso não adianta discutir sobre uma coisa que não dá pra mudar.
- Tá certo Ariana você tem razão. Falei desistindo da discução por enquanto.
- Precisamos ir. Disse ela ansiosa.
- Eu quero ir com você. Isso vai ser perigoso. Disse o tal Red.
- Não se preocupe, eu a protegerei. Se você não sabe eu sou o guardião dela. Retruquei.
Ariana pigarreou.
- Red cuide do Diamante, logo estaremos de volta. Vamos Andrês. Disse se virando para mim.
A tomei em meus braços e antes que ela protestasse subimos ao céu.

A filha da rainha - contos dos medium fairy. (Em Revisão) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora