Capitulo 28 - Cura no lago

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*Ariana.

É verdade, eu queria negar para mim mesma, mas eu tinha que reconhecer, eu estava com ciúmes dele. Cada vez que o via conversando com ela ou a olhando sentia uma angústia no peito. Mas por mais que eu não pudesse controlar meus sentimentos, pelo menos eu tinha que controlar minhas atitudes. Eu já tinha dado muita bandeira.

Pela manhã antes mesmo do pássaro canoro do senhor Papus nos despertar, já estávamos de pé. Nós não iríamos só limpar, íamos também ter que lidar com os cavalos, já que o cavalariço só iria vir um dia por semana, agora que estávamos aqui, o senhor Papus pagaria menos a ele. Muquirana do jeito que era Papus, não iria perder a chance de economizar seu rico dinheirinho.

Quando chegamos ao estábulo, fomos logo levando os cavalos para o campo. Não foi nada difícil, eles eram muito obedientes. Até que chegou a vez de Diamante.

- Deixa que eu vou pegar ele. Ofereceu Andrês.

- Tem certeza que consegue sozinho? Perguntei preocupada.
- Tenho, ele não deve ser tão bravo assim. Desdenhou.

Isso é o que ele disse, mas assim que colocou a mão na porta da baia, quase levou uma mordida

- Opa. Disse ele tirando a mão rapidamente .

- Tudo bem Andrês?

- Tudo. Mas ele é bem nervosinho. Acho que vou precisar que você o distraia, até eu pegar a rédea dele.

- Ok. Concordei um pouco tensa.

Fiquei na frente do cavalo movimentando-me, até que Andrês abriu sorrateiramente a porta e agarrou a rédea de Diamante. O equino bufou de raiva, mas obedeceu Andrês.

- Isso aí garoto. Disse Andrês e lhe deu um tapinha no flanco. Aquele foi seu erro. Num segundo Diamante se soltou, passou a sua frente e lhe deu um coice, se virou e se ergueu sobre as patas traseiras. Ele ia pisar legal em Andrês. Sem pensar duas vezes corri até ele e segurei suas rédeas. O puxei para o lado.

- Ouu. Garoto. Quando eu pensei que eu também ia levar um coice, uma onda de poder saiu de mim para Diamante. Não sei se poder, da terra ou água. Parecia diferente como um conforto, não sei. Diamante se acalmou e se colocou de novo sobre suas quatro patas. E olhou para mim.

- Dona. Disse-me mentalmente.

Como Cassandra havia me explicado, a maioria dos animais não podia falar frases completas com exceção de alguns, como os cavalos d'àgua que tinham uma inteligência superior. E a maioria dos fae não podia ouvir as respostas mentais dele. Andrês havia me explicado que quando ele falava com os pássaros a resposta deles era mais um sentimento de compreensão. Nunca imaginei que podia "ouvir" mentalmente outros animais além de Fortíssimo e seus amigos. Fiquei ali parada olhando para Diamante.

- Dona. Repetiu ele.

- Ai. Resmungou Andrês me fazendo olhar para ele.

- Fica aqui quietinho. Ordenei para Diamante - Andrês você esta bem? Perguntei me ajoelhando a seu lado.

- Nossa ele me nocauteou. Disse ele tentando se levantar - Aii. Será que ele me quebrou uma costela? Sentou se de novo.

- Eu te ajudo. Ofereci.

- Não precisa eu consigo. É só dá uma respirada. Inspirou fundo e levantou segurando o tórax. Levantei também.

- Não é melhor você ir para o médico? Falei esquecendo momentaneamente onde estava.

- Nah. Nem sei se tem médico em Aurór. E quanto ao cavalo?

- Está mais calmo agora. Eu posso falar com ele mentalmente, embora ele não fale muito. Só fica repetindo "dona". Contei.

A filha da rainha - contos dos medium fairy. (Em Revisão) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora