Capítulo 21

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Parei em frente a sua porta. Eu não sei se batia ou se abria a porta devagar ou se fazia as duas coisas ao mesmo tempo, mas se tratando de Thomas, decide bater na porta. Sua voz grossa e potente ordenou que entrasse e assim que me viu, ficou bastante claro o quanto estava zangado.

- Melissa... - pronunciou meu nome devagar levantando-se da cadeira.

- Thomas! - falei alto nervosa. Eu não sabia do que esperar de um Thomas com raiva.

- Suponho que deveria esta deitada.

- E estava deitada.

- Creio que sim, porém ainda deveria estar. - percebia seu controle para comigo então resolvi falar a verdade.

- Me chateava estar naquele quarto.

- E o livro que lhe dei?

- Então, ele me chateava... - Thomas me lançou um olhar incrédulo.

- Pensei que seria do seu agrado.

- E eu agradeço o cuidado que teve por escolher tal livro, mas se lesse mais alguma coisa daquilo, era capaz de ter dor cabeça. - ele parecia entender meu ponto de vista mais ainda continuava muito sério.

- De qualquer forma você precisa descansar.

- Eu estou ótima, perfeitamente bem. - digo com ênfase fazendo Thomas me olhar por segundos, bastante irritado.

- Não conseguirei trabalhar se tiver que ficar de olho em você a todo instante. - dou de ombros.

- Então não fique de olho em mim! Eu ficarei aqui para trabalhar com você. Já tem todas as contas da empresa?

- Essa é sua solução? - disse, com tom de deboche. Cruzo os braços na altura de meu peito e falo firme.

- Eu não vou ficar mais de uma hora deitada naquele quarto esperando alguém aparecer para me fazer companhia.

- Não foram mais uma hora. - rebate sentado em sua cadeira e descanso minha mãos na cintura.

- Não se trata do tempo...

- Foi no máximo meia hora. - ele continua.

- Tanto faz! Eu não vou ficar mendigando companhias, se não me quiser aqui, vou atrás de algum segurança para conversar ou ficarei na cozinha com Beth. - faço menção de sair mais volto. - A propósito, você deixou claro que eu teria que vir hoje, se quisesse o emprego, pois bem, aqui estou eu, no entanto o senhor não permite que eu trabalhe, só espero que não desconte do meu salário!

Viro-me para sair e ele me interrompe.

- Fique Melissa. - escuto sua voz contrariada. - Se sair por aí sei que fará extravagâncias e aqui, poderá descansar. - escondo um sorriso que ele percebe mais não questiona nada. - Pode ficar no sofá, é mais confortável.

- Tem os papéis das contas de sua empresa?

- Não precisa trabalhar...

- Então ficarei aqui te olhando?

- Não será um sacrifício. - diz sorrindo e ergo uma sobrancelha.

- Engraçadinho. - caminho para trás de sua mesa onde ele está, sentando na beirada. - Me deixa fazer alguma coisa. - peço e olha para a mesa sorrindo.

- Você não desiste! Aqui, os papéis.

Pego de suas mãos e sento-me por completo em sua mesa. Não é preciso ir ao fundo para saber que tem algo errado. Eu tinha uma ideia do que estava acontecendo e acredito que ele também.

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