Ele me olhou, como se me analisasse.
- Você nunca foi no psicólogo. - ele disse, ainda com a testa franzida.
- Nunca, mas não preciso ir para saber que ele vai me sentar numa cadeira e me deixar falando sobre tudo enquanto ele só assente ou faz pouquíssimas perguntas. Vai me mandar desenhar ou jogar algum jogo que me faça pensar, tipo xadrez e isso não vai ajudar em nada na minha vida.
Ele ficou perplexo.
- Se nunca foi, como sabe?
- Harry, eu leio!! Aí depois de eu contar a minha história desde quando nasci, ele vai dizer: Como você está tensa! Controle-se e viva a sua vida. Pense em outras coisas e blá blá blá
Harry riu da imitação quase perfeita que eu fiz da voz de um homem.
- Você é louca, sabia?
- Sabia. Me dizem isso sempre.
- Não é a toa.
Novamente veio o silêncio. Mas o silêncio com Hazz não era constrangedor. Era normal e nem um pouco estranho para ambos.
- Ainda não acredito no que fez. É surreal, Meg. Tem que ter um motivo concreto, não... só... Me fala.
- Não vai rir?
- Prometo.
Eu suspirei. Cara, o que eu faço agora? Falo? Falo tudo? Jogo na cara dele o que estava entalado na minha garganta?
- Hazz, eu fiquei sem chão! Fiquei desnorteada, perdida. Não sabia o que fazer... Eu não... Me concentrava em nada e... Revivia flashbacks a toda hora.
O olhei. Droga.
- Flashbacks sobre?
Droga.
- Sobre... A gente. Sobre... Aquele dia no... Parque... Lembra?
Eu hesitava para falar cada palavra, mas não estava "com vergonha" porque eu via o brilho nos olhos verdes de Harry. E aqueles olhos estavam me dizendo que ele era a última pessoa no mundo de quem eu deveria sentir vergonha.
Um sorriso torto surgiu em seu rosto quando falei sobre o parque. Ele se lembra.
- Há 4 anos? - ele perguntou, ainda com o sorriso no rosto - Claro que me lembro. Eu tinha o quê? 11 anos?
Eu assenti.
- Eu tinha 10 ainda... Você é o que? 7 meses mais velho do que eu?
- Mais da metade do ano - sorriu vitorioso. - Fiz 15 primeiro do que você.
- Nossa, idoso. - eu disse e ele riu - Ah, nem vale. Daqui a seis meses, ou menos você já faz 16, sai daqui.
- Ok.
Ele disse e se levantou da cama, como se fosse até a porta. Eu o puxei pela blusa e o fiz cair sentado de volta na cama, rindo.
- Me ama, mesmo né? - ele disse e eu senti que corei. Droga.
- Idiota.
Ele riu.
- Mas o idiota aqui é sete meses mais velho do que você, mocinha. Me respeite.
- Pelo amor de Deus! Você está nisso ainda???
- Ah, não corta o meu barato! Deixa eu ser feliz, vai! - ele brincou.
Ok, por que ele disse isso? O que tem a ver com a conversa?
- Seja feliz, então, ué. - eu disse.
- Pode?
O que ele está falando???
- Harry, eu mando em você por acaso?
- Pode mesmo?
Eu já nem sabia mais o que ele estava perguntando.
- Sim - respondi.
E foi aí que ele me beijou.
Hummmmmmm hahaha e aí??
Votem para eu saber que estão lendo a fic!!!Love you!
Ana
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Onde Você Estiver
FanfictionUm amor pode sobreviver a um intercâmbio de 18 meses? Um amor verdadeiro, adolescente e febril, um amor intenso e protetor, completo, e perto do que chamamos de perfeito, pode sobreviver sem beijos, sem abraços, sem tapas de leve e declarações cara...