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L I A M.

Acordei cedo, olhei para o relógio e ainda eram só nove e cinco da manhã. Como era sábado, ontem decidi que iria simplesmente cancelar tudo o que tinha combinado para hoje, todas as consultas que tinha com pacientes desmarquei e tive uma ideia que até agora guardei para mim.

Deixei-me ficar uns vinte minutos na cama, aproveitando o quentinho que estava debaixo dos lençóis enquanto verificava algumas redes sociais, mas nada de importante se passava no mundo. Decidi levantar-me e tomar um duche rápido, vestindo uma roupa quente e casual.

Assim que estava quase pronto, saí do quarto parando à porta do quarto da Elora, respirei fundo e bati à porta, mas ela não respondeu por isso assumi que ela ainda estava a dormir. Abri a porta devagar, sem tentar fazer muito barulho e logo reparei que o meu pensamento estava certo e a Elora estava a dormir.

Sentei-me ao pé do seu corpo e comecei a encher a sua cara de beijinhos, na testa, nas bochechas, no nariz e no queixo e quando ela finalmente se começou a rir, na boca.


"Estúpido." Murmurou ainda com a voz ensonada quando quebrei o beijo.

"Anda lá dorminhoca, tenho uma proposta para ti." Ri.

"O que é?" Ela olhou-me atentamente.

"Bem, eu sei que da última vez que sais-te, não correu muito bem." Cocei a nuca. "Mas eu gostava de te convidar para irmos ao um encontro?"


Ela continuou a olhar-me atentamente, muito pensativa. Sei que a proposta era algo arriscado, a Elora ainda estava meio traumatizada com a última vez que foi à rua e eu não quero de todo que ela fique assustada.

Quero que apenas passemos um bom dia, para varia. E fora de casa, porque a minha vida ultimamente tem sido casa-consultório e consultório-casa. Não quero de todo pô-la em risco, mas visto que passou já quase um mês desde que ela se deparou com aqueles estúpidos que lhe faziam mal, é muito provável que eles já não andem aqui na zona.


"Prometes que me proteges de qualquer mal que aparecer?" Ela perguntou inocentemente.

"Claro que sim, Elay. Isso nem se põe me questão." Sorri.

"Então sim." Ela sorriu de volta.


Puxei o seu corpo e abracei-a. Ela sussurrou um 'obrigada' e eu sorri, pensei que fosse um pouco mais difícil de a convencer, mas até nem foi.


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"Já estás pronta Elora?" Perguntei alto, batendo na porta da casa de banho.

"Um segundo." Ela respondeu.

"Anda lá Elay!" Bufei já cansado de esperar.

"Já aqui estou." Ela abriu a porta, revirando os olhos. "Que impaciente, meu Deus."

"Pois, pois. Vamos masé." Ri.


A Elora estava deslumbrante, apesar de estar completamente normal. Ela vestia uma saia preta até ao joelho e uma camisola branca que tinha detalhes de renda e umas botas de cano baixo. O seu cabelo estava solto e os seus olhos estavam ligeiramente maquilhados.

Eu nunca tinha visto a Elora assim tão bonita, mas também, nunca antes a tinha convencido a sair de casa e como é um encontro, o nosso primeiro encontro, acho que ela está muito bem.

Psychiatrist // L.P. {terminada}Where stories live. Discover now