Psychiatrist // L.P. {terminada}

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[Poderá conter cenas de sexo, linguagem forte ou cenas de violência. Se és sensível a este tipo de coisas ou não gostas do conteúdo, a leitura será da tua completa responsabilidade].

E L O R A.

Sexta feira, quem é que aguenta aqui mais um dia? Por muita tortura que me façam e muita porrada que me dêem, eu terei que aguentar. Eu quero tanto escapar daqui, quero que dê, nem que seja um bocadinho de tempo para eu conseguir também arranjar um mapa na sala dos negócios deles para que eu possa ter noção de onde estou agora, embora saiba que estou em Londres, para ter noção de o destino que quero. Eu quero primeiro que tudo, ir à casa dos meus pais, sabendo ainda que possa ser lá que eles me procurem primeiro. Se bem que seria extremamente estúpido porque alguém que é "vendido" pelos próprios pais nunca desejaria volta a vê-los. Eu preciso de vê-los, dizer-lhes umas boas verdades e também que eles me dêem comida, quente e comestível, que não seja pão e sopa.

Sinceramente, eu não sei onde é que tenho a cabeça. Se for apanhada, morro de vez. Se tentar chegar à casa dos meus pais, provavelmente morro também, visto que eles moram em Birmingham. Nem sei o que é que lhes passou pela cabeça para me trazerem para tão longe, era mesmo para se verem livres de mim? Para terem a certeza que se eu alguma vez conseguisse escapar daqui não teria a mínima hipótese de reencontrá-los por morarem a três ou mais horas de distância? Pode levar até dias, mas eu chegarei lá inteira.

Saio da cama, assim como todas as outras quando ouvimos o relógio a dar as nove horas. Normalmente acordo sempre um pouco antes, é sempre desconfortável dormir quando se têm mais dezanove raparigas cansadas e com dores no mesmo quarto e também porque não se consegue dormir propriamente bem quando se levou com um cinto na zona das pernas durante cerca de vinte minutos. Hoje é sexta feira, por isso, por alguma razão que ainda desconheço, temos direito a um "pequeno-almoço" e somos brindadas com sumo, cereais e pão. Muitas destas raparigas esperam pela sexta feira para poderem comer uma taça de cereais e saborear o que há muito lhes foi retirado, ainda que não seja nada de mais, esperam também porque é o dia em que tratamos das feridas umas das outras, silenciosamente. E muitas das vezes elas também esperam pelo domingo da mesma maneira porque é o dia em que podemos ter direito a um duche.

Vestimos os nossos trapos e logo saímos em direcção ao "refeitório", cada vez mais me passava pela cabeça a pergunta de como é que aqueles quatro rapazes/homens conseguiam organizar tudo isto? Como é que eles conseguiam manter este negócio estúpido em altas? Todos os meses nós recebemos pelo menos cinco novas raparigas, há sempre uma escolhida para falar com essas cinco e explicar-lhe o que é que elas vão sofrer aqui dentro e só tenho a dizer que estou muito grata por isso nunca ter acontecido a mim, pois elas começam a chorar e não há quem tenha piedade delas. Pois, na verdade, quem é que teve piedade de nós? Ninguém.

Sentámos-nos "livremente" nos bancos corridos que lá estavam e retirámos para os nossos pratos um pedaço de pão com qualquer coisa e deitávamos nas tigelas os cereais e o leite, tudo isto sempre sobre o olhar atento de Louis, Zayn, Niall e Harry, para que não houvesse o azar de alguém se armar em espertinha e roubar um pedaço de pão. Claro que não havia ninguém que fosse burra o suficiente para fazer tal coisa, pois já todas nós sabíamos que iríamos receber um belo castigo - sintam o sarcasmo. Depois de quatro tortuosos anos, eu ainda me questiono vezes e vezes sem conta qual é o propósito desta casa. Para que é que ela existe? O que é que nós estamos aqui a fazer e por quê? Por que é que os nossos pais se deram ao trabalho de escolher este orfanato com tantos que há para aí? Porque é que eles decidiram desfazerem-se de nós depois de tantos anos a aturarem-nos? Nunca na vida fiz qualquer mal aos meus pais, nunca lhes levantei a voz ou um dedo, nunca fui mal educada, nunca os desrespeitei e é isto que eu mereço por ter vivido com eles dezasseis anos?

O que é que estas raparigas fizeram de mal para estarem aqui todas? Estamos aqui com o propósito de morrer sem nunca termos visto um bocado do que é o mundo lá fora? Não tivemos o direito a ser feliz, não tivemos o direito a ter uma adolescência normal, um amor duradouro, não tivemos oportunidade de entregar a nossa inocência a quem nós escolhemos, não tivemos a oportunidade de fazer absolutamente nada e só nos resta escolher morrer como ninguém. É, afinal, como ninguém que eu vou morrer depois de fugir daqui, de passar dias e dias na rua sem comida, água ou roupa, de encontrar os meus pais e lhes mostrar quem eles me fizeram hoje: uma pessoa sem coração, rude e completamente cheia de ódio deles, do mundo e de tudo aquilo que possa existir. Uma pessoa com nojo do seu próprio ser, uma pessoa que só deseja uma coisa: encontrar paz na morte. Ao menos se eu acabar no inferno, sei que serei melhor entregue do que se continuar a viver neste sítio imundo.

Eu vou fazer com que as minhas palavras os magoem tanto que eles serão obrigados a odiarem-se a si próprios, vou mostrar-lhes o que é a dor, o que é o sofrimento como eles nunca experimentaram na vida deles.Vou mostrar todas as cicatrizes do meu corpo, sem falhar nenhuma. Vou contar-lhes como foi horrível e dolorosa a primeira vez que um rapaz me tocou.Apenas lhes vou dar a conhecer o meu verdadeiro eu, aquele que foi criado depois de destruírem o meu carinhoso e bondoso eu. A minha personalidade morreu no dia em que eles me deixaram aqui, dizendo-me apenas que eu viria passar uns dias com umas raparigas que seriam minhas primas embora eu nunca tivesse ouvido falar em tais pessoas. Disseram que me viriam buscar na semana seguinte, que eu não teria que me preocupar e que eu era a melhor filha de sempre. Mentiras atrás de mentiras encheram os meus ouvidos naquele dia, ninguém para além de mim soube o quão grande foi a dor ao vê-los ir embora naquele dia, o quão eu desejei ter sido uma pessoa melhor todos os dias desde sempre. Mas não passam de desejos e uma vez que a magia não é real, eles irão ser apenas coisas da minha cabeça e tal como eu, morrerão em breve.

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Muito pensamento da nossa Elora! Já vi que vos está a fazer confusão (?) eles serem tipo maus e violentos. Estão a gostar ou nem por isso? :\

Obrigada pelas músicas que sugeriram, vou ver onde as consigo encaixar pelos capítulos que já escrevi :3 E muito obrigada porque a fic já chegou aos 100 votos!!!!! Wow.

PORQUÊ CAPÍTULO HOJE? PORQUÊ CAPÍTULO A ESTAS HORAS A.K.A 01:42??? FAÇAM FESTA QUE HOJE É O MEU ANIVERSÁRIO E FINALMENTE (!!!!) CHEGUEI AOS 18 WOOOO HOOOO. PARABÉNS PARA MIM!