Uma pista

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Olá pessoal, como amanhã terei compromisso então estou colocando hoje ta? Espero que gostem, bem vamos lá? Ótima leitura, Hoje não está dos melhores, mas vamos ver.

Fiquei chocada, não consegui dizer uma única palavra o resto do caminho, uma estreita estrada calçada de pedras que nos levava diretamente ao dormitório.

André também não disse nada, não precisava na verdade. Agora eu sabia que o príncipe tinha uma linha fina de vida sendo segura pela mão de seu pai. Caso ele se mostrasse contra os ideais do pai, ele seria morto e isso só me mostrava até onde iria a crueldade de um homem pela cobiça e poder. Senti um pouco de pena do príncipe Tiago por isso, apenas um pouco, ele ainda era meu inimigo número três, ainda não sabia suas intenções nisso tudo.

Entramos em uma sala ampla e aconchegante, uma grande lareira jazia apagada e fria bem no meio da sala, poltronas macias e brancas estavam por toda a parte, tudo ali dentro era em um tom sóbrio, neutro, nem parecia um local para as orgias que eram tão famosas pelo reino.

— Aqui é local de descanso das mulheres senhora.

Assenti e as imaginei deitadas naqueles luxuosos sofás, descansando e esperando para ser chamada para servir aos machos tarados, nem pensar que eu agiria como elas. Pensei comigo. Eu não era esposa de ninguém, não estava interessada em marido e não iria ficar deitada naquelas poltronas fazendo pose para ser vista.

Seguimos para uma saleta aonde havia muitos livros. — Gostei desse lugar.

André riu baixo. — Acho que será a primeira, talvez única dentre muitas.

Ri também, claro que elas não iam pensar em ler quando podiam estar se exibindo por ai para os homens que ficavam por todos os bancos conversando enquanto elas passeavam tentando chamar a atenção.

Era a coisa mais normal entre os maridos emprestar ou alugar suas esposas e como sempre quando não era sua própria esposa os homens tendiam a ser carinhosos e apaixonados, isso me dava pena, elas eram tão escravas quanto os próprios criados que as serviam, e mendigavam algum carinho ou um cortejo de um dia com alguém estranho e carinhoso, isso poderia aumentar demais a autoestima daquelas prisioneiras.

O corredor era imenso, quartos ao lado de quartos com infinitas portas numeradas e nada mais, imaginei quantas vezes foram usados.

— Os lençóis foram trocados não é?

André riu baixo novamente, costume de seu longo tempo de servidão.

— Sim senhora os lençóis estão limpos, na verdade encontrará tudo imaculadamente limpo.

Fiquei aliviada, pelo menos isso, nenhuma lembrança do que realmente era aquele lugar, paramos a frente do quarto treze, olhei para André. _Meio irônico esse número.

Ele não disse palavra apenas assentiu sério, entendendo o que eu queria dizer.

— Vou buscar uma criada para lhe ajudar com seu banho.

—Obrigada André. — Assim entrei para minha prisão.

O quarto era simples com uma cama de casal, lençóis brancos e vários travesseiros e almofadas, uma poltrona macia com encosto em um canto.

Uma mesinha de cabeceira com uma jarra de água e dois copos, uma lamparina e uma caixinha com velas um armário grande de madeira clara que estava aberto e organizado.

Minhas roupas já estavam todas arrumadas nele e minha caixa de madeira trancada a chave estava li também, eu levava a chave comigo em minha bolsinha de mão, olhei com atenção e ela não tinha sido forçada.

Tratado dos Párias- Príncipe CaçadorWhere stories live. Discover now