Noivado com um assassino.

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Olá pessoal estou deixando essa história para vocês para ver o que acham e tem um Book trailer para vocês se quiserem dar uma olhadinha :D Atenção pessoal, o primeiro capítulo é forte mas são lembranças dela, o livro é mais singelo e é um romance ... diferente.

 diferente

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Ainda era madrugada, mas eu já não tinha sono. Sentia uma angústia dentro de mim, hoje é um dia diferente dos habituais, um dia que espero há dois anos. Quando amanhecer finalmente será o começo de minha busca por pistas e o primeiro alvo será um assassino cruel e muito sanguinário e... Meu futuro noivo.

Posso dizer que tenho sorte de tê-lo conquistado, também agradeço minha boa sorte por ele não me reconhecer ou desconfiar de quem eu sou de verdade.

Como é engraçada a visão que temos um do outro, ele sempre me diz que foi amor à primeira vista, pobre infeliz, não posso dizer o mesmo, pois eu nunca esqueci nenhum detalhe daquele funesto dia...

Escondida atrás do celeiro eu pude ver tudo através das frestas largas da parede de madeira, via todas elas apavoradas e sem poder fugir. Havia dois deles, o que estava ali dentro e outro do lado de fora, eu sabia por causa dos gritos por todos os lados.

Não conseguia imaginar como estava sendo com as outras fora do celeiro, só rezava para não ser encontrada e não acontecer comigo o mesmo que acontecia com meninas ali dentro.

Estava escondida dentro de uma carroça encostada à parede, então minha visão era privilegiada. No começo parecia um banquete para um homem só. Havia quatro baias e ele escolhia aleatoriamente, todas elas gritavam, se negavam a acompanhá-lo, mas sem piedade ele as arrastava até o meio do celeiro e então fazia atrocidades com as pequenas.

Tive tempo de ver todos os estupros, e depois de deixá-las sangrando por baixo com sua brutalidade ele as estripava. Após a sexta menina ele já não via mais graça na tortura, parecendo entediado ele começava apenas a despi-las para depois enfiar o punhal em suas barrigas profundamente.

Começava pelo baixo ventre e subia por toda parte mole, deixando um imenso corte vertical.

A pilha ia aumentando no centro do celeiro, meninas ainda vivas e abertas agonizavam uma em cima da outra, os olhos vidrados pelo choque e pela morte lenta, ao menos a pobre da sétima menina até o resto tiveram mais sorte que as primeiras.

Até hoje vejo aquilo como uma festa onde tinha um banquete para um único convidado que se farta com o que consegue comer e depois já enfastiado, permanece na festa por obrigação.

Lembro-me de quando a lona que me escondia foi arrancada, da luz do céu invadindo meu pequeno refúgio.

Eu queria poder ter gritado, me esperneado e implorado, porém, já tinha visto o bastante lá dentro para saber como seria comigo ali fora, até sentia a dor antecipada no local onde seria dado o primeiro golpe.

O que eu sentiria quando a faca começasse a subir eu não sabia, mas era a parte que mais me apavorava. No entanto quando aconteceu foi mais rápido do que imaginei, passou tudo como um raio na minha cabeça.

Em segundos fui arrancada da pequena carroça em que estive escondida, fui despida apenas do colete de noviça do templo e recebi uma única, rápida e limpa dor perto do umbigo no lado direito.

Vi o olhar de dor do meu malfeitor, a agonia que ele sentia ao me matar, também vi raiva em seus olhos e estranhamente eu sabia que não era de mim, era de algo mais.

Estava tão entorpecida que nem gemia e talvez tenha sido isso que salvou minha vida, ele me carregou e me levou até o celeiro me colocando com delicadeza em cima da pilha de corpos.

Hoje penso na ironia que é um assassino gentil e preocupado com a maneira de largar um corpo no seu último lugar.

Fiquei ali quieta e em estado de choque, ouvindo o último suspiro de várias meninas enquanto esperava o meu último suspiro chegar.

Ainda consegui ouvir a discussão dos dois, nem me mexia por medo de Samuel, medo que ele percebesse que eu ainda estava viva e decidisse fazer comigo as atrocidades que fez com as primeiras que ele matou.

Não sabia como funcionava, mas se era um banquete aquilo, só pude supor que sua fome iria voltar, ou talvez eu fosse a saideira, não sei. Só sei que fiquei imóvel respirando o mínimo possível e não emitindo um único som.

Meu malfeitor estava irado. — Não precisava isso tudo, Samuel. Nossas ordens era deixar os corpos aqui e pendurar os coletes para que a sacerdotisa pudesse ver antes dos corpos aqui dentro.

— Acha mesmo que vendo tantas garotas eu não ia aproveitar, André? Elas iam morrer de todo jeito seu idiota, elas eram nossas presas, eu apenas aliviei a tensão antes de completar o serviço.

—Tensão? Você quase as abriu ao meio seu infeliz! O que você fez foi uma crueldade desmedida. Por sorte não servimos juntos ao senhor...

Uma gargalhada fez minha espinha gelar, sabia que desmaiaria ou morreria a qualquer momento. Meu corte estava pressionado pela coxa de uma menina que tinha dado espasmos antes de morrer, o fluxo havia diminuído, ainda assim me sentia sonolenta, as vozes começaram a ficar distantes, ainda entendi quando o meu malfeitor falou.

— Não consigo entender essas ordens, éramos aliados e colaboradores uns dos outros. Fomos enviados aqui para cuidar dessas meninas até vir à sacerdotisa, e olha o que realmente tínhamos que fazer.

Então não ouvi mais nada, tudo ficou escuro. Acordei minutos ou horas depois não sei, mas já era noite.

Havia uma fogueira lá fora ao longe, a vozes dos dois estava distante, a janela do celeiro era baixa e eu não perdi tempo, com esforço afastei a perna endurecida e fria, levantei cambaleando e a alcancei.

Estava quase passando por ela, quando senti uma mão pressionar minha boca e uma voz sussurrada e urgente em meu ouvido.

— Não grite!

 — Não grite!

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Tratado dos Párias- Príncipe CaçadorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora