Intrometido Real

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Pessoal tive que excluir que quase tive um infarto com o tanto de frases cortadas pelo watt que esta bugado para mim nuss!! Então vamos lá mais um pedacinho e ótima leitura rs

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Dimitri andava ereto e firme apesar da idade que aparentava, mostrando orgulho e poder. Essa soberba era necessária para se igualar com os outros homens ali presentes, assim como eu e Eva não olhamos para os lados, não cumprimentamos ninguém. Não precisávamos abaixar a cabeça para nenhuma família ali onde teoricamente o nome Salazar tinha tanto ou mais poder que muitas famílias naquele ciclo.

Eu era Diana Salazar, uma menina criada fora das muralhas. Escondida por meus pais até aquela data para que fosse apresentada a sociedade na idade madura, com uma família com muitas posses que fornecia o que o reino mais presava, os tecidos e as pedrarias, e era por isso a escolha tão nobre de minha roupa, uma família que oferecia esses materiais ao reino não podia ter uma filha vestida com tecidos menos valiosos do que os vendidos para as esposas dos nobres.

Tinha sido um trabalho duro para Eva, Dimitri e Nicolae aprender e decorar tantos nomes de tecidos, mais ainda foi trocar os criados, levando os antigos para o reino sombrio e deixando ali os fieis, foram dois meses de aprendizado.

Um criado passando a outro a arte da manufatura do tecido desde a colheita do algodão até as máquinas de tear, não demorou muito e já saiam belas peças dos criados dos sombrios, enquanto que os antigos criados desses sítios agora tinham moradia no reino sombrio. Alguns sempre iam agradecer diariamente sua boa sorte aos senhores prometendo ser fieis a eles e cuidar dos afazeres que os antigos criados faziam, tinham medo de serem mandados de volta aos verdadeiros Salazar e isso dava pena.

Como dizia Rael sempre, ainda teriam muito para provar sua lealdade, pois a confiança tinha que ser conquistada e eles com o tempo mostrariam que diziam a verdade, eu sentia pena de todos que chegavam ao reino sombrio, todo mundo quer ter uma vida melhor e se conseguem isso, não querem mais uma vida miserável e sem nenhuma dignidade e respeito.

Andávamos devagar, havia pessoas dos dois lados, com o coração apertado me sentia já sendo levada ao altar, se fosse mesmo um casamento um monge cristão estaria ali a frente.

Os monges era criaturinhas miseráveis, em suas regras religiosas havia uma bíblia onde somente dava direito religioso ao homem, uma religião recriada depois do tratado e a única aceita pelo rei. Segundo essa mesma bíblia a mulher nasceu para servir, tudo provava isso porque a primeira mulher serviu Adão lhe entregando submissa uma fruta. Regiam ainda em seu pequeno e luxuoso templo que a mulher tinha sido feita a partir do homem, então sendo assim elas lhes deviam a vida e deveriam servir sem reclamar. Assim seguia um monte de coisas que Nicolae me jurava que não tinha nenhum fundamento e que eu não desse ouvidos a isso.

Se realmente fosse um casamento eu teria que me sujeitar ao juramento injusto sem reclamar porque era a lei, apenas a esposa juraria fidelidade e obediência ao marido já o marido juraria apenas que seguiria as regras da conduta humanis e isso queria dizer que tudo valia para ele, e eu não teria nenhum direito, nada.

Continuamos andando, nosso lugar estava à frente, para resistir ao impulso de olhar para os lados, fixei meus olhos nas cortinas que enfeitavam o palco, estava bizarramente calma naquele momento, Dimitri estava mais tenso que eu, sentia seu corpo rígido ao meu lado.

Muitos olhos se viraram para meu lado quando eu passava, eu sabia que chamaria a atenção em qualquer lugar dentro do reino. Estava preparada para isso, um dos motivos era minha idade e outro era que eu não estava sendo vendida.

Samuel não estava pagando nada por mim, e isso era o mais bizarro a todos.

Um moça imaculada e bela não tendo sido entregue ainda a nenhum homem, não tendo sido parte ainda de nenhum acordo comercial entre minha família e outras, o que demonstrava poder, não precisar usar os filhos como parte nos negócios, uma coisa rara em um reino aonde a mulher era praticamente um produto de valor incalculável, ou melhor calculável de acordo com sua beleza.

Tratado dos Párias- Príncipe CaçadorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora