Correndo perigo

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Fiquei esperando Dexter no carro alguns minutos enquanto ele terminava de arrumar suas malas. Quando ele finalmente chegou fui correndo para o banco de motorista pra não deixa-lo dirigir.

-Se você não quer que eu dirija é só pedir tá?! Não precisa sair correndo feito louca.

Dei um soquinho em seu ombro e liguei o carro. Dexter abriu um grande papel que ocupava todo o espaço que ele estava sentado. Era um mapa com todas as cidades da região.

-Tudo bem, aonde devemos ir primeiro?- perguntei.

-Precisamos ir até SmithTown para fazer uma parada e depois continuar seguindo por StarCity.

-Como não sei onde ficam essas cidades você me manda ir e eu dirijo.- falei dando uma piscada pra ele.

Nós rimos e ficamos um bom tempo em silêncio apenas com o barulho do carro percorrendo aquela linda estrada vazia e calma cheia de árvores. Foi então que ele quebrou o silêncio dizendo.

-O que aconteceu noite passada...vai significar alguma coisa daqui pra frente?

-Acho que pode significar, mas quero ir com um pouco de calma ok?!-disse e fiquei calada pra ver o que diria sobre isso

-Eu não vou apressar nada.- ele disse sorrindo fazendo um cafuné no meu cabelo.

Já estava começando a ficar escuro e então paramos em SmithTown como ele tinha dito. A cidade era pequena só havia alguns prédios e casas, um mercado e alguns comércios e uma padaria que em cima tinha um hotel. Compramos hambúrgueres na padaria e fomos pro minúsculo quarto que conseguimos arranjar.

-Esqueci meu fone de ouvido no balcão, vou lá pegar e já venho.-disse pra Dexter indo em direção a escada.

-Espere vou com você!

-Tem certeza? Não quer ficar e descansar?

-Preciso de pasta de dente. Esqueci a minha em casa.- ele disse sorrindo com exagero pra mostrar os dentes sujos.

Dei risada dele. Descemos pelas escadas porque nos avisaram que o elevador tinha quebrado. Estávamos descendo, eu uns dois degraus a frente dele quando ele se apressa, chega do meu lado e segura minha mão com carinho. De uma forma me senti mais segura estando ligada a ele, mesmo não correndo nenhum perigo. Eu sorri pra ele como fez o mesmo, encostei a cabeça em seu ombro e continuamos descendo. Quando ia puxar algum assunto ouvimos a porta de entrada para as escadas ser aberta e fechada com força. Me assustei um pouco e virei pra trás pra ver quem era. Vi dois homens com um fisico de porte grande, com expressões sérias no rosto. Apertei mais forte a mão de Dexter esperando que ele fizesse algo a respeito. Ele apenas olhou com uma cara de "vai ficar tudo bem". Abri a porta que dava pra padaria e fui até o balcão onde não achei meu fone.

-Por favor? Você viu um fone branco em cima deste balcão?

Um homem de chapéu de cozinheiro branco se virou pra mim e disse:

-Não senhorita. Algo mais em que possa ajuda-la?

De repente vi de canto os homens da escada chegarem na padaria vindo bem na minha direção. Me apressei e fui atrás de Dexter a procura de ajuda.

-O que foi? Por quê o nervosismo?

-O-o os caras...d-da escada...vieram meio que "correndo" atrás de mim quando me viram.

Ele me puxou mais pra perto de si e inclinou a cabeça tentando olhar o corredor pra ver se algo de estranho acontecia. Ele virou com rapidez e encostou a cabeça na prateleira respirando com intensidade.

-O que foi? O que você viu?

Ele não respondeu nada, apenas fez um sinal pra ficar em silêncio. Concordei com a cabeça e me inclinei pra poder entender a situação observando o corredor. Vi os dois homens com armas na mão e o garçom do balcão estendido no chão morto. Comecei a chorar na hora e Dex me puxou tampando minha boca pra me fazer ficar em silêncio. Ele fez sinal apontando pra porta que dava na rua, a qual era nossa única saída ja que não sabíamos o que nos esperaria la em cima no quarto. Ele segurou minha mão novamente com aquela firmeza e começamos a andar abaixados, vimos os dois homens indo para um corredor oposto ao que estávamos. Quando conseguimos chegar até a porta Dex pressionou a lavanca tentando abrir, pra piorar nossa situação não abria de jeito nenhum e logo percebemos que estava trancada. Ele me puxou pro corredor ao lado e pegou o celular no bolso recorrendo a ajuda. Quando estava terminando de digitar 190 tivemos uma surpresa muito desagradável. As luzes se apagaram deixando tudo completamente escuro, e as luzes dos postes na rua também se apagaram. Fiquei imaginando meu fim numa padaria desconhecida com um cara que estava começando a gostar muito mas nem conhecia direito. Fui interrompida desses pensamentos quando vi Dex com uma lavanca de metal na mão tirada de não sei onde. Ele respirou fundo e contou até três se preparando. Ele foi bem ágil e quebrou o vidro bem rápido abrindo a porta pela fechadura da frente. Ele me chamou e fui correndo até que me levantou pelos braços me colocando do outro lado da porta, tomando cuidado para não me machucar com os vidros quebrados. Quando me equilibrei finalmente me virei pra trás e dei um grito.

-Dex!!! Corre agora!!!

Disse bem apavorada apontando pra trás vendo os dois caras correndo atrás de nós com as armas apontadas. Dex não pensou duas vezes e ao invés de sair por cima onde não havia vrido, empurrou a porta usando seu peso e imediatamente correndo pro carro.

-Cadê a chave?-ele disse irritado.

Apalpei os bolsos e encontrei na minha jaqueta. Joguei pra ele que logo ja foi ligando o carro. Quando estava fechando a porta do carro vi eles bem perto e pude ver o tiro que deram antes de apagar completamente devido a bala que entrou no meu braço esquerdo. Fechei os olhos e a ultima coisa que vi foi Dex pondo a mão no meu ombro e dizendo "tudo vai ficar bem, vou te proteger desse perigo".

OS SEGREDOS DELEOnde histórias criam vida. Descubra agora