Adoção?

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Uma semana se passou...
Anahi começou a trabalhar na biblioteca da escola que seu cunhado, Fernando, era diretor, e amava poder estar cercada de livros novamente. Ela e Poncho já deram entrada no pedido da guarda de Leonardo.
Léo saiu do hospital no dia seguinte, e estava no orfanato já, sob os cuidados zelosos de Dona Helena e Dona Chica, e recebendo todos os dias a visita de Anahi e Poncho.
Anabelle não pôde ser liberada do hospital pois seus pontos inflamaram devido ao grande stress que passou, primeiro perder a filha recém nascida, e depois ter que lidar com o desaparecimento de Johanna.
Thomas tentou entrar no quarto de Anabelle no mesmo dia, porém foi interceptado pelo guarda que alardeou, mas, infelizmente, ele conseguiu fugir, não dando sinal de vida depois desse ocorrido, fazendo com que o policial Ian ficasse cada vez mais frustrado. E também porque não descobriram nenhuma pista de onde Johanna poderia estar.
Anahi também ia todos os dias ver Anabelle no hospital, dar seu apoio e mostrar que estava com ela para tudo. E também vivia na delegacia, tentando ajudar a encontrar sua tão amada sobrinha. Como Thomas estava fora de jogo, Anahi viu que não era perigoso deixar que a irmã soubesse do seu relacionamento com Poncho, que, na verdade, foi uma surpresa muito grande para Anabelle, que no final, ficou muito feliz pelo casal.

-/-

- Não agüento mais ficar deitado sem poder fazer nada Tia Helena! - Léo cruzou os braços bravo, todas as crianças tinham ido à escola, e ele ainda tinha que ficar de repouso.
- Meu menino.. Você tem que se recuperar... - ela disse tranqüila acariciando o cabelo dele.
- Já estou recuperado... Quer ver? - ele fez menção de levantar, mas parou ao ver o olhar reprovador de Dona Helena.
- Vamos ver o que a Nany acha disso... - pegou o celular do bolso e fingiu digitar.
- NÃO!!!! Ela vai me dar a maior bronca!! Por favor, tia Helena, não liga por Nany não! Eu prometo ficar quietinho! - pediu com os dedos cruzados, usando a maior cara de piedade do universo.
- Não levante mocinho! Aproveite que hoje está friozinho para dormir! - falou rindo, deu um beijo em sua testa e logo saiu do quarto.
Léo cochilou logo depois disso, estava tomando remédios muito fortes, que o faziam ficar com muito sono.
Acordou assustado, minutos depois com o barulho de algo caindo.
Fixou o olhar, coçando os olhos para ter certeza de que não estava sonhando, e do outro lado do quarto, viu uma menina, ela estava muito suja, e com a roupa toda rasgada. Ela estava de costas, procurando algo debaixo da cama de um dos seus amigos.
- EI! - chamou e ela levantou rápido, batendo a cabeça na madeira da cama.
- Aiiiii! - exclamou esfregando a cabeça e o olhando assustada.
- Quem é você? - ele perguntou e ela apenas arregalou mais os olhos. Ela parecia ainda mais nova do que ele, e estava tão suja que parecia ter sido abandonada.
A menina olhou para os lados e tentou sair correndo, mas tropeçou e caiu no chão.
- Não corra! Como é o seu nome? - ele perguntou tranquilo. - Sou Leonardo, mas pode me chamar de Léo... Sou amigo!
A menina levantou, arrumando a roupa rasgada, olhando para o chão.
- Sou Johanna... - falou baixinho e Léo abriu um sorriso.
- O que faz aqui? - ele perguntou.
- Por que você não está na escola? - ela perguntou em cima dele.
- Estou operado... Tenho que ficar de repouso! - Léo revirou os olhos e a menina riu.
- Posso ver? - ela perguntou.
- É feio.. Não se assuste! - ele disse se descobrindo e puxando a camiseta para cima, um pequeno cortinho coberto por pontinhos pretos era visto.
- Dói? - ela perguntou.
- Agora não...
- O que foi?
- Apêndice... Ele inflama do nada.. Aí tive que tirar! - ele deu os ombros.
- Ah... - ela suspirou.
- Mas quem é você?
- Já disse.. - ela respondeu dando os ombros.
- Sim.. - ele sorriu. - Mas o que faz aqui? Por que está com a roupa toda rasgada?
- Ahhh... Eu fugi de casa... Minha mãe foi para o hospital porque minha irmãzinha ia nascer.. E eu fiquei sozinha com o meu pai... Só que ele me batia muito... Vivia bêbado em casa... - ela mostrou as cicatrizes de suas pernas. - Ele batia muito em mim e na mamãe... Só que sem a mamãe em casa, ele falou que ia me mandar embora da cidade... Aí eu fugi... E pra escapar dele me enfiei no meio de um arbusto, mas não vi que era uma roseira... Estou toda machucada, além da roupa rasgada...
- Nossa.. Que barra Johanna.. - ele falou sério. - Mas como chegou aqui?
- Estava passando pela rua, e já estava anoitecendo... E eu tava com muito medo de ficar sozinha lá fora... - ela suspirou. - Aí vi essa casa enorme, e do lado de fora, tinha uma portinha que dava para o porão, que estava aberta... Nem pensei duas vezes.. Corri e entrei no porão... Estou escondida lá... Aí depois descobri que era um orfanato... Na hora que vocês vão para a escola, eu subo para pegar comida porque já vi que a cozinheira que dirige a Van do orfanato... E a diretora fica no escritório dela, e a cuidadora fica arrumando os quartos.. Então é a hora perfeita... Só que hoje está muito frio... Eu queria pegar um cobertor pra me aquecer lá embaixo.. Esperei a cuidadora mudar de quarto para entrar aqui... Não imaginei que uma das crianças estava aqui no quarto hoje.. - ela suspirou.
- Ei... Relaxa! Eu vou te ajudar! Vamos ser amigos Ok?
- Sério? - os olhos dela brilharam.
- Vem... Vamos no quarto das meninas, vou pegar uma roupa pra você tirar essa rasgada... Depois vamos pegar a caixa de primeiros socorros para limpar seus machucados e você vai tomar um banho! Depois pegamos cobertores e você pode se esconder de novo... Com a condição de que volte aqui pra me ver, enquanto eu não puder descer lá ainda..
- Combinado! - Johanna falou, animada depois de tanto tempo tão triste. - Mas você pode levantar?
- Vamos bem devagar... E que a Tia Helena não me veja! - disse enquanto levantava da cama com a ajuda de Johanna.

Bad TwinsWhere stories live. Discover now