Léo, o pestinha

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Um dia depois, Anahi estava sendo liberada do hospital, Poncho pediu folga do trabalho nesse dia para que a acompanhasse. Seu braço já estava completamente recuperado, por isso o médico dispensou o uso da tipoia.
- Annie? - ele perguntou segurando a mão dela enquanto saiam no hospital. - Parece triste, o que foi?
- Nada não.. - ela disse balançando a cabeça.
- Annie.. - ele a repreendeu.
- Ahh.. É que estava pensando.. Não vai ser fácil conseguir um trabalho... E se eles checaram a minha ficha em um hospital, imagine só em uma empresa... Eles vão investigar o meu passado e quando descobrirem tudo.. - ela ainda se sentia mal em falar aquelas palavras. - Com certeza ninguém vai me aceitar..
- Annie... - ele puxou o queixo dela. - Não pense nisso! Deixe acontecer... Você não pensava a mesma coisa de mim? - ela assentiu, com as bochechas vermelhas. - E no entanto, olhe como estamos! - ele riu.
- Você é uma das poucas pessoas que conseguem me acalmar com simples palavras! - ela agarrou a cintura dele, que deu um beijo na cabeça dela.
- Ah, você disse que trabalhava com o que mesmo?
- Bibliotecária! - ela disse.
- Annie.. Não posso garantir nada, mas meu irmão é diretor em uma escola pública, aqui perto.. Posso falar com ele, vai que damos sorte!
- Você faria isso por mim? - ela perguntou levantando os olhos para ele.
- A pergunta certa é: o que eu não faria por você Baby! Você arrematou meu coração!
Ela riu e juntou os lábios aos dele.

-/-

No sábado, eles foram juntos ao orfanato, Anahi parou na porta do mesmo, de mãos dadas com Poncho e o coração a mil.
- Um pouquinho nervosa! - ela disse vendo que ele a observava.
- Calma! - ele disse dando um beijo na mão dela. - Vai dar tudo certo!
Entraram no orfanato e logo foram recepcionados por Helena, uma senhora sorridente que era a diretora do orfanato.
- Annie! - ela disse sorrindo e abraçando a moça.
- Oi Tia Helena! - ela disse com carinho. Certas coisas nunca mudam.
- Como você está linda! Por onde andou? Todos sentimos sua falta!! - ela disse olhando-a. - Como vai Anabelle?
Ninguém sabia do que havia acontecido, então todos supunham que ainda eram as melhores amigas de sempre.
- Eu estive viajando a trabalho, morei por 3 anos em Monterrey, fazendo um curso! Anabelle está ótima! Continuamos iguais! - ela disse brincando e a senhora riu.
- E esse, quem é?
- Alfonso Herrera! - ela disse sorrindo. - Meu... - parou e pensou, o que eles eram?
- Namorado! - ele disse sorridente e apertou a mão de Helena.
- Muito bonito! Cuide bem da minha pequena princesa hein! - ela disse e ele riu.
- No que depender de mim, ela sempre será bem cuidada! - ele disse e entrelaçou os dedos aos dela novamente.
Sorriu tímida.
- Será que posso ver as crianças? Estou com tanta saudade! - ela disse.
- Mas é claro Annie.. Não precisa nem me pedir uma coisa dessas! Eles também estão sentindo muito a sua falta! Mas devo alerta-la que nem todos estão aqui, alguns foram adotados nesses 3 anos!
Anahi sentiu como se tivessem apertado sua garganta, nenhum ar passava e ela realmente ficou com medo de que Léo tivesse sido adotado.
- E o... - ela engoliu em seco, não conseguiu terminar a frase.
- Léo? - Helena perguntou e Anahi assentiu. Todos sabiam da paixão nítida entre ambos. - Está no pátio! Aprontando, como sempre!
Anahi sorriu mostrando todos os dentes e seguiram em direção ao pátio.
- TIA ANNIE!!!! - algumas crianças gritaram e vieram abraçá-la.
- Oi oi oi gente!! - disse beijando todos. - Catherine, Hugo, Fernanda, Patricia, Klauss, Thiago... - Anahi foi chamando nome por nome e beijou todos. - Como estão grandes!!!!
Corria os olhos pelo pátio e não via o pequeno Léo.
- Que tal irem todos lavar as mãos, já pedi que a Chica faça um lanche bem gostoso, aí todos nos sentamos e eu conto uma história para vocês?
Todos gritaram e correndo para dentro da casa.
Ela correu de novo os olhos e então viu um menino de cabelos bem pretos conversando com mais três, que ela não conhecia, em um cantinho, um pouco escondidos. Pareciam a ponto de aprontar alguma.
Ela sentiu o coração querer saltar da boca, o cabelo ainda estava cortado tigelinha e ela teve certeza de que era ele. Chegou perto, mas ele estava de costas, por isso não a viu.
- Gatito! - ela chamou e no mesmo instante o menino virou, com os olhos arregalados e um sorriso enorme no rosto.
- NANY!!!!!! - gritou e pulou no pescoço dela.
Léo era muito pequeno quando tudo aconteceu com Anahi, e como não conseguia falar direito ainda, a chamava de Nany, e ela sempre amou se chamada assim apenas por ele.
Abraçou o menino forte, ainda em seu colo, matando toda saudade que sentiu desse pequeno.
Poncho olhava a cena de longe, sorrindo de braços cruzados. Algo nas feições daquele menino não lhe eram estranhas.
- Puxa! - ele olhou para o lado e viu Helena lá com ele, também observando Anahi e Léo. - Você são parecidos! - ela disse olhando para ele, que sorriu. - Anahi sempre foi apaixonada por ele, e ele por ela... Tanto que até hoje, em suas orações antes de dormir, ele pede pela Nany dele! - ela riu. - É um pestinha, mas é um amor de menino!
Anahi se achegou até eles, de mãos dadas com o menino. E Poncho realmente estreitou os olhos quando viu o menino de perto.
- Léo, esse é o Poncho, meu namorado! - ela sorriu ao apresentá-lo assim.
- Namorado Nany? - ele perguntou olhando para ela. - E porque você chama Poncho? É meio estranho!
- Leonardo! - Helena o repreendeu. - Tenha modos!
- Deixa Dona Helena! - Poncho riu. Abaixou e ficou da altura do menino. - Meu nome é Alfonso, mas é muito grande, então meus amigos me chamam de Poncho!
- Igual os meus amigos que me chamam de Léo! - ele sorriu. - É, acho que você é legal... E se a Nany gostou de você, é porque você é legal mesmo!
Anahi parou para olhar os dois, os mesmos olhos verdes, e o cabelo bem preto. Eram tão parecidos que chegavam a parecer parentes. Se tudo desse certo entre ela e Poncho, e um dia conseguissem adotar Léo, ele não pareceria adotado mesmo!
- Sim Léo, ele é muito legal! - Anahi falou, passando a mão no cabelo do menino, carinhosa.
- Então eu gosto de você também! - ele se soltou da mão de Anahi e abraçou Poncho. E esse abraço, foi estranhamente bom. - Mas não pense em roubar a Nany de mim! - ele se soltou e pegou a mão dela de novo.
- Eu sei dividir muito bem! - ele sorriu e levantou, dando um beijo na testa dela.
- ECAAAAAA!!! - Léo mostrou a língua e Poncho, Anahi e Helena caíram na gargalhada.
Anahi juntou todos no pátio e contou que tinha ido viajar e por isso tinha ficado tanto tempo sem aparecer, depois apresentou o namorado.
- Ahhh eu já conheci ele... - Léo gritou para todos sentando bem de frente para a morena. - É o Pancho!!!
- Poncho!!! - Anahi corrigiu e todos riram, com Poncho ficando vermelho.
E ela logo depois se pôs a contar as mais variadas histórias.
E ali estava a verdadeira Anahi, não aquela marcada pela vingança e raiva. Era como se tivesse voltado no tempo e nada daquilo realmente tivesse acontecido.

Bad Twinsحيث تعيش القصص. اكتشف الآن