Capítulo 24 - Muitas informações

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CLARA POV

Camila estava com os olhos lacrimejados e com um sorriso no rosto, talvez tenha ficado emocionada com a história. Já Lauren, estava com a cabeça baixa, chorando e sem expressão. Eu não consegui conter o choro, e Mike não estava diferente de mim.

—É isso. –suspirei.

Camila se levantou, veio em nossa direção e nos abraçou. Mike e eu levantamos da cadeira e demos um abraço coletivo. Minha filha soluçava e me apertava com seu abraço. Lauren permaneceu sentada, o que me preocupou bastante.

—Quem são nossos pais? –Lauren perguntou e Camila se soltou.

Me sentei novamente e minha filha sentou-se em meu colo e abraçou meu pescoço. Respirei fundo e comecei a falar.

—Os pais da Camila são: Alejandro Cabello e Sinueh Cabello. Nunca os vi pessoalmente e nem tenho notícias.

—Por quê me deixaram no orfanato?

—Eu não sei.

—E os meus? –Lauren perguntou, séria.

Eu sabia quem era a mãe da Lauren, mas se eu disser é perigoso ela surtar de vez. Talvez agora não seja o momento certo de dizer a ela. Isso. Vamos esperar mais um pouco, preciso me preparar para isso.

—Eu...não sei. –respondi e Mike me olhou indignado.

—Como assim não sabe?! –Lauren gritou e bateu as duas mãos na mesa. Olhei para baixo. –Quando você vai continuar mentindo para mim, Clara?! –arregalei os olhos ao ouví-la me chamar de Clara. Ela nunca me chamou assim. –Quer saber? Estou cansada!

Se levantou da cadeira e correu da cozinha batendo os pés.

—Lauren! –Camila gritou e foi atrás de sua irmã.

—Clara, nós prometemos contar a verdade! –Mike disse irritado.

—Eu sei o que estou fazendo, Mike.

(...)

CAMILA POV

Corri atrás de Lauren e subimos as escadas correndo, quase tropeçando. Ao chegar em seu quarto, ela quase bateu a porta, mas eu segurei.

—Lauren! –disse com a respiração ofegante.

Ela andava de um lado para o outro, desesperada e chorando. Seus olhos estavam arregalados.

—Camila, eles mentiram para nós durante anos!

—Lau...

—Eu não acredito nisso!

—La...

—Eu não aguento mais mentiras! A mamã...Clara não contou a verdade para mim!

—LAUREN, SE ACALMA!

Quando aumentei a voz e ela começou a chorar ainda mais. Eu não sabia o que fazer, realmente! Lauren tapou o rosto com as duas mãos e foi perdendo o equilíbrio. Antes que ela caísse de joelhos no chão, consegui segurá-la. Peguei em sua cintura e a fiz sentar na cama. Me ajoelhei em sua frente e pedi:

—Olha para mim. –continuou com as mãos no rosto. –Lauren, olha para mim. –olhou em para mim. Seus olhos estavam vermelhos e inchados por causa do choro. –Você não pode ficar crucificando a mamãe e o papai. Se não fosse eles , talvez nós estaríamos no orfanato até hoje! Eles nos deram amor, carinho e muito mais do que nós merecemos. Se coloca no lugar deles. Imagin a como é pensar que sua filha pode decidir morar com outra pessoa! –suspirei. –Escuta. –Segurei seu rosto com as duas mãos. –Nós vamos descobrir quem são seus pais. Estamos juntas nessa, certo? –ela assentiu e fungou. –Nós estamos juntas nessa.

Me levantei e ela, ainda sentada, abraçou minha cintura com força. Acariciei sua nuca e minha irmã continuou a chorar, escondendo o rosto em meu peito.

—Vai ficar tudo bem, Laur. –beijei o topo da sua cabeça.

—Obrigada, Camz. –me soltou. –Você pode me deixar sozinha? Preciso pensar

—Tudo bem. –limpei suas lágrias com meu polegar.

Saí dali e dei a última olhada para trás. Lauren estava olhando para baixo. Suspirei e fui até o meu quarto. Me joguei na cama e fiquei ali.

Eu entendo o lado do papa e da mama. Eles nos deram amor, carinho e tudo que precisávamos. Nunca vou deixar de chamá-los de mãe e pai. Eles sempre serão minha família. Mas agora, eu quero saber quem são Sinueh Cabello e Alejandro Cabello e por quê eles me abandonaram.

Eu vou descobrir, não importa o que aconteça.

(...)

LAUREN POV

Meu mundo parecia ter desabado. Perdi minhas estruturas. Então quer dizer que eu sou adotada? Quer dizer que eu não sou uma Jauregui de sangue? São muitas informações para minha cabeça. Eu não aguento isso!

Passei a mão pelos meus cabelos e suspirei. Me levantei e fui até o banheiro lavar o rosto. Céus! Eu estava horrível! Meu olho estava inchado e eu toda descabelada. Peguei meu celular que estava no meu bolso e disquei o número da Vero.

—Fala, Jauregay!

—Oi, Vero.

Que voz é essa? O que houve?

Posso ficar uns dias na sua casa? Eu te conto tudo.

Claro, Laur. Estou te esperando.

Obrigada.

Desliguei e fui até meu armário arrumar minha mochila. Eu estava péssima. Minha cabeça estava explodindo! Separei roupas íntimas, roupas casuais e pijamas e enfiei tudo na mala. Coloquei a alça no ombro e saí do meu quarto.

—Onde você vai? –Camila perguntou, preocupada ao ver minha mochila nas costas.

—Vou ficar uns dias na casa da Vero.

—Lauren, não faça isso.

Me aproximei dela e segurei seu rosto com as duas mãos. Ela estava com os olhos marejados, provavelmente também deve ter pensado bastante. Dei um selinho demorado nela e depois dei um beijo na sua testa.

—Eu preciso. –sussurrei.

A deixei para trás e ela não me impediu. Apenas saí de casa sem ninguém me ver e fui a pé me encontrar com minha amiga.

Eu vou descobrir quem foram os filhas da puta que me abandonaram, não importa o que aconteça.

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Como estamos?

I'm in love with my sister? - CamrenWhere stories live. Discover now