Capítulo 41

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— Elizabeth? — perguntei confuso assim que abri a porta.

— Oi, Brad... — sorriu para mim.

— Entra. — sorri de volta, tentando despertar de meu sono repentino.

Caminhei até o sofá, onde ela já estava sentada.

— Quer beber alguma coisa?

— Não, obrigada. — ajeitou-se no sofá.

Sentei ao seu lado, alternando o olhar entre o chão e ela. Queria fazer tantas perguntas. Queria beijá-la tantas vezes. Queria apertá-la em meus braços e não soltar nunca mais.

— Como andam as coisas? — perguntei.

— Uma loucura! — bufou — Não aguento mais o meu telefone tocando, papéis para assinar, provas para fazer... Não sei como meus pais lidavam com isso.

— Imagino...

Um silêncio embaraçoso instalou-se entre nós. Odiava não ter o que falar com ela, até porque já tínhamos passado por cima disso, não precisamos de regressão. Depois de um tempo, ela suspirou e levantou, indo em direção à janela da sala. Sorri ao vê-la fazer isso. Geralmente, eu que fico maravilhado com a vista da janela da casa dela.

— Sabe, Brad, sua vista consegue ser mais bonita que a minha. — disse, sem tirar os olhos da janela.

— Tenho minhas dúvidas. — sorri, indo em sua direção.

— Moramos à poucas quadras de distância, mas nossas vistas são completamente diferentes. Você vê a Manhattan verdadeira, o mundo real. Eu vejo a Manhattan bonita, que só os riquinhos mimados podem ver.

— Você não é uma riquinha mimada, Lize. Você é muito mais que isso. Se um terço das pessoas do mundo fossem iguais a você, teríamos um mundo muito melhor, acredite. Você tem conteúdo, é engraçada, divertida, bondosa... Você é incrível, Elizabeth.

Ela agora encarava-me com os olhos brilhantes. Seriam lágrimas?

— Brad, eu... — parou, abaixando sua cabeça.

Peguei seu queixo com o indicador, fazendo-a olhar para mim. A luz da noite agitada, era toda refletida em seus olhos.

Nossa, como ela é linda!

Ela fechou seus olhos e segurou minhas mãos. Aproximei nossos rostos e juntei nossos lábios. Seu corpo relaxou instantaneamente. Percebi que eu também tinha certo efeito sobre ela e acabei deixando um sorriso escapar.

Segurei sua cintura e puxei-a para mais perto. Ela passou seus braços por meu pescoço, agarrando meus cabelos. Num movimento rápido, peguei suas pernas, entrelaçando-as em meu corpo. De imediato, ela se assustou, mas logo entendeu o que eu tentei fazer e relaxou.

Caminhei com ela até meu quarto, chutando a porta, logo em seguida. Deitei-a na cama e lembrei de quando trouxe a Kim. Lembrei do susto que levei quando vi o rosto de Elizabeth nela, mas agora era real. Eu tinha Elizabeth comigo. Eu não levaria mais nenhum susto, porque eu queria aquela menina doce, de olhos e cabelos brilhantes, ao meu lado.

— Brad... — Lize sussurrou enquanto descia meus beijos por seu pescoço.

Ela desistiu de tentar falar, agarrando meu pescoço, levando meus lábios ao encontro dos seus. Apertei seu quadril, fazendo-a contorcer um pouco o corpo e jogar a cabeça um pouco para trás, arranhando minhas costas com as mãos livres.

Ela levantou, sentou na cama e ficou de costas para mim. Demorei um pouco para entender e sorri quando percebi o que ela queria. Desabotoei cada botão de seu vestido, delicadamente. Cada centímetro aberto, era um novo arrepio em sua pele e mais um motivo para o brilho nos meus olhos.

Abaixei as alças de seu vestido vermelho rendado, depositando um beijo em suas costas, causando um novo arrepio em seu corpo, além de um suspiro profundo. Ela tirou os braços das alças do vestido, deixando seu busto nu. Fui até a barra de meu short, tirando e o jogando no chão. Terminei de tirar o vestido de Elizabeth, deixando-a só com a lingerie que vestia.

Ela virou-se, tímida, com suas bochechas coradas. Sorri, beijando sua bochecha e a mesma sorriu de volta. Deitei-a lentamente, via em seus olhos o quanto estava nervosa, então sussurrei um "relaxe" em seu ouvido e assim ela fez.

Tirei as últimas peças de roupa que nos restavam. Ela me lançou um rápido olhar, dando um leve sorriso. Sorri de volta e, em um segundo, éramos um só. Ela fechou os olhos, soltando o ar pesadamente, assim como eu, ao sentir todo o meu corpo se arrepiar.

▪️ ▪️ ▪️

ELIZABETH

Meu corpo explodia em um milhão de sensações. Todas elas eram maravilhosas. Estava em completo êxtase. Brad deitou-se ao meu lado, ofegante, assim como eu. Deitei em seu peito, passando a mão por sua barriga levemente úmida. Suspirei, sorrindo. Olhei para ele, que já olhava para mim, selando nossos lábios. Ele começou a passar a mão por minhas costas nuas, o que me provocou alguns arrepios e suspiros.

Comecei a lembrar do real motivo de eu estar lá e uma lágrima ameaçou rolar, mas eu logo a sequei. Não estragaria esse momento. Afastei todos os pensamentos ruins de minha cabeça. Eu precisava pensar no agora. Nesse momento. Nosso momento.

Brad acariciava meus cabelos, quando pegou no sono. Não foi difícil saber que ele estava, de fato, dormindo, pois, sua mão ficou pesada no topo de minha cabeça antes de cair, bruscamente, atrás de mim.

Me ajeitei, ainda agarrada a ele, sentindo o cheiro, já fraco, de seu perfume. Analisava cada detalhe se seu rosto, memorizando cada linha, cada pelo que começava a crescer ao redor de seus lábios e em seu queixo. Passei os dedos, suavemente, por seus lábios, depositando um beijo calmo.

Olhei ao redor de nós, gravando os detalhes de seu quarto, como se um dia eu fosse precisar saber de cor tudo e onde cada coisa estava ou esteve. O ventilador no teto girava devagar, fazendo-me divagar por meus pensamentos e acabar me perdendo neles. Não era justo. Nada, para mim, estava sendo justo.

Afastei os novos pensamentos que bombardeavam minha mente e agarrei Brad outra vez. Hoje eu só queria relaxar nos braços dele, apreciando a falsa sensação de segurança, porque, nenhum de nós estava seguro. Não ainda.

Quanto mais eu mexia nas coisas do meu pai, mais eu descobria que nunca estivemos seguros, tudo tinha sido uma bela e doce ilusão. Os problemas sempre estiveram ali, eu só não os enxergava, porque minha visão de mundo não era a que sou obrigada a ter agora.

Meu pai me preparou para um momento como esse, há anos e durante anos. Mas agora que eu tinha que colocar em prática tudo o que me foi ensinado, eu entendo o motivo de ele ter evitado ao máximo me envolver nos negócios da família. Ele sabia que seria demais para mim, assim como foi para ele, um dia. Mas ele escolheu continuar com o império do pai, levando-o a um novo patamar, até chegarmos onde estamos. Fico me perguntando o que ele sacrificou para a FA chegar onde chegou.

Encarei Brad, mais uma vez, me odiando por saber o que estava por vir e não poder alertá-lo. Não poder pedir desculpas adiantado por todo o impacto que eu causei e ainda causaria em sua vida, simplesmente, por ser eu.

Sentia inveja da tranquilidade com a qual ele dormia. Queria estar envolta de toda aquela paz que o envolvia, nesse momento. Era pra ser o nosso momento, mas acabou virando apenas dele, porque eu já não me encontrava mais aqui. Já não conseguia mais apenas pensar em nós e em tudo o que faríamos a partir de agora. Já não conseguia mais pensar como um time, para a própria proteção dele. Eu precisava começar a pensar no singular, a partir de agora, mas a sensação de o estar traindo me sufocava e revirava todas as minhas entranhas, mas já era tarde demais para pensar a respeito.

Continuei me revirando na cama, torcendo para que ele não acordasse. Passei a mão em seu rosto tranquilo, aproximando, ainda mais, nossos corpos. Queria guardar esse momento em minha memória, antes de tomar a decisão que mudaria nossas vidas. Demorei muito para pegar no sono, mas lembro que antes de dormir, meu único pensamento era o quanto eu lamentava por tudo.

Eu sinto muito Brad. 

A Garota dos meus SonhosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora