Capítulo 20

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— Joseph!

Um homem alto, de pele escura e cabelos e olhos negros, surgiu de algum lugar. A barba fina em seu rosto estava perfeitamente alinhada e bem feita, o que aumentava sua elegância. Ele usava um conjunto de calça social e terno bege, por cima de um colete, também bege. Seus sapatos eram brancos e brilhantes e ele apoiava-se em uma bengala, do lado esquerdo. Bob mancava no lado da bengala de cabo preto, com um tipo de pedraria no topo, onde apoiava sua mão.

O homem estava tão bem vestido que, por um segundo, nos achei patéticos. Joseph vestia suas roupas habituais: calça escura, sapatos pretos, jaqueta de couro e óculos escuros, tanto de dia quanto à noite, além do boné surrado, é claro. Eu vestia uma camisa cinza simples, com minha jaqueta jeans por cima, além de calças jeans azuis desfiadas e eu tênis Nike favorito. Garry, assim como eu, vestia calças jeans, porém escuras e seu casaco era esportivo e preto e calçava All Stars.

— Bob! — Joseph o cumprimentou.

Eles riram e se aproximaram mais de Garry e eu.

— Garotos, esse é o Bob. Bob, meu afilhado e o amigo dele, Garry.

— E aí? — ele sorriu, nos estendendo a mão.

— Oi. Brad. — disse apertando sua mão. Garry fez o mesmo.

— O que você está procurando? — perguntou para Joseph.

— Você sabe... Três armas pequenas, três grandes e muita munição.

— Trabalho pesado?

— Um resgate.

— Ah, já entendi. É a princesa, né? — Bob caminhou, lentamente, até um balcão — Boa sorte com isso.

— Já ficou sabendo? — meu padrinho o seguiu e nós fizemos o mesmo.

— Apareceu nos noticiários. Os pais devem estar loucos atrás dela. Nunca mais tive notícias dessa família. — caminhou na direção de um balcão, onde haviam alguns controles e outras coisas para armas.

Noticiários? Automaticamente, lembrei do vídeo que Claire havia deixado para mim. Ela havia mencionado um "plano de emergência" cujo conteúdo eu não sabia. O primeiro deles foi expor o desaparecimento de Elizabeth, o que já colocava a família Folks sob a mira de papparazzis, jornalistas investigativos e o governo, de alguma forma. As forças especiais seriam vigiadas e monitoradas, limitando seus movimentos, tornando-os mais cautelosos com possíveis rastros que podem ter deixado pelo caminho, já que o assunto não era de conhecimento geral. Isso, sem dúvidas, nos daria uma vantagem em cima deles. Claire, mais uma vez, estava nos ajudando e apostando suas fichas em nós. Espero não decepcioná-la, onde quer que ela esteja. Espero que seja seguro, pois ela tem que estar viva.

Nos entreolhamos. Joseph não havia contado a história toda e, aparentemente, não o faria, então tentamos agir o mais natural possível, para não desconfiarem, e fingimos que apenas um membro dos Folks precisava ser salvo. Jo pegou um carrinho, onde colocaríamos tudo o que fosse necessário. Bob, atrás do balcão, apertava botões que iam liberando diferentes setores de armas e munições que Joseph ia me dando e Garry colocava no carrinho, empurrado por mim.

— Não acha isso demais? — perguntei.

— Não sabemos com quem estamos lidando, Brad. Quanto mais prevenidos, melhor.

Assenti e continuei a empurrar o carrinho. Garry pegou uma das granadas que estavam no carrinho que Joseph ia enchendo.

— Isso é mesmo necessário, Jo? — perguntou.

— Precisamos de, pelo menos, três.

Concordei. Ainda me sentia estranho aqui. Eu nunca estive em um lugar parecido. Nunca nem frequentei bares de motoqueiros. Após uns vinte minutos, o carrinho estava cheio.

A Garota dos meus SonhosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora