Capítulo 10

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Três dias.

Três dias já se passaram e nenhum sinal de Georgina. Pelo visto eu não teria a ajuda dela. Mais uma vez, éramos apenas Garry, meus pesadelos e eu.

— Nada ainda, cara? — Garry aproximou-se, colocando uma tigela com nachos e duas latas de cerveja no balcão.

— Não, e tenho certeza de que não teremos. — levei as mãos ao rosto.

Ele soltou o ar que prendia e fiz o mesmo. Estava exausto de tudo aquilo. Só queria desligar meu cérebro e nunca mais ligar. Queria me congelar, e só ser descongelado daqui há setenta anos.

— Isso é exaustivo.

— Eu sei, cara. Mas eu estou aqui com você.

Apertamos as mãos, e agradeci mentalmente por ter Garry ali comigo.

▪️ ▪️ ▪️

Saí do campus sozinho. Disse para Garry que eu precisava de um tempo.

Fiquei andando pelo parque. Pelo menos lá eu conseguiria pensar em coisas boas e esquecer os problemas que perturbavam minha cabeça. Sentei em um banco qualquer, olhando as pessoas com seus animais, andando de bicicleta ou só curtindo o dia com os amigos.

Uma garota passou por mim, sorrindo. Sorri de volta.

Droga!

Eu não devia ter feito isso. Comecei a lembrar do dia em que Kim estava lá em casa e eu vi o rosto da garota nela. Fechei a cara e levantei. Infelizmente eu tinha acabado com o meu dia relaxante.

Entrei no carro e fui embora dali. Deixei o carro na garagem e fui até uma lanchonete próxima de meu prédio. Comprei dois hambúrgueres, para o caso de Garry estar lá em casa. Paguei a comida e, assim que saí do estabelecimento recebi uma mensagem.


Número desconhecido:

Vá até a esquina.


Olhei em volta, procurando por algum movimento estranho ou qualquer pessoa suspeita, mas nada parecia fora do normal. Não sabia de quem era o número então, ainda na frente da lanchonete, onde todos podiam me ver, liguei para o número que havia mandado a mensagem.

Este número não existe ecoou do outro lado da linha. Tudo era estranho e bizarro. Queria saber o que havia na esquina, mas ao mesmo tempo estava com medo. Passou por minha cabeça que pudesse ser Georgina, mas por que ela faria tanto mistério e me assustaria assim?

Impulsivamente, guardei o celular no bolso e caminhei até onde a mensagem disse para ir. A rua não era monitorada, então não haveriam gravações de mim quando chegasse lá, nem existiam da pessoa que me enviou a mensagem. Por precaução, enviei uma mensagem a Garry dizendo de onde saí, por onde e para onde estava indo. Se algo acontecesse comigo, saberiam como começar a investigar.

Dois minutos de caminhada depois, cheguei ao local indicado e a rua, como sempre por ali, estava deserta. Não havia movimento de carros e as poucas pessoas que circulavam no dia-a-dia eram os próprios moradores, mas não havia nenhum, naquele momento.

Olhava em volta, à procura de algo que fosse anormal e que explicasse o motivo de um desconhecido me mandar para lá. Foi então que avistei um pedaço de papel colado em um poste a alguns metros de mim. Cheguei mais perto e minha respiração começou a falhar com o conteúdo do cartaz.


URGENTE! 
A menina da foto é Elizabeth Folks, 18 anos, que está desaparecida há um mês. 
Foi vista pela última vez de manhã, indo tomar café, e não voltou mais para casa.
Caso a encontre, entre em contato com o número abaixo.

A Garota dos meus SonhosWhere stories live. Discover now