Capítulo 7

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Faz três semanas que estou tendo esses pesadelos. Não aguento mais sonhar com essa garota.

Quem é essa garota?

Eu queria gritar, bater em alguém. Me bater. Estou ficando louco!

Fui para um bar, afogar tudo o que estava sentindo numa boa dose de álcool.

— Posso te ajudar, amor? — a bartender aproximou-se. O bar estava lotado.

— Quero uma dose bem grande da bebida mais forte que você tiver.

Ela sorriu e foi buscar um copo.

— Dia ruim? — perguntou, despejando um líquido incolor em meu copo.

Mês péssimo — corrigi, pegando meu copo assim que ela terminou de enchê--lo.

Tentei engolir tudo de uma vez, mas a bebida era realmente forte.

— Você vai morrer se beber tudo isso de uma vez. — ela sorriu.

Sorri de volta. Ela pareceu satisfeita em ver que conseguiu arrancar pelo menos um sorriso fraco de mim.

— Meu expediente acaba em quinze minutos, se quiser esperar, podemos dar uma volta. — ela piscou, jogando seus cachos negros para trás, indo em direção a uma outra pessoa. Sorri involuntariamente com sua provocação.

Aguardei os quinze minutos, perto da saída. Acho que ela pensou que eu havia ido embora, pois, ao me ver parado na porta, sorriu surpresa.

— Vamos? — perguntei estendendo o braço para ela.

— Vamos. — ela encaixou seu braço no meu, sorrindo.

Saímos do bar, em direção a meu carro. Entramos no veículo, colocamos o cinto de segurança e, antes de dar partida, estendi-lhe a mão..

— A propósito — comecei —, sou o Brad. — sorri.

Ela sorriu de volta, apertando minha mão.

— Olá, Brad. Sou a Kim.

— Muito prazer, Kim.

Continuamos nos encarando por alguns segundos, até ela quebrar o silêncio:

— E então, para onde vamos? — perguntou.

— Não faço ideia. — gargalhei, ligando o carro.

Ela olhou-me surpresa com a resposta, e dois segundos depois estava gargalhando comigo. Pela primeira vez em semanas, eu me senti normal. Me senti um universitário, que vai para bares e sai com garotas. Que pega o carro e sai por aí em busca de aventuras.

— Então, eu conheço um clube muito legal, virando à esquerda. — apontou a direção enquanto estávamos parados em um sinal vermelho.

— Então vamos lá.

Dobrei a esquina e encontrei o tal clube. Era um tipo de galeria de grafite. Achei bem interessante, nunca havia estado em um lugar como esse antes. A maioria das pessoas que frequentavam lá, eram como Kim: cabelos cacheados ou crespos, pele achocolatada, dreads, tranças, etc.

Por fora a galeria parecia pequena, mas quando você entra, ela dobra o tamanho. Ficamos cerca de duas horas e meia na galeria. Cada minuto valeu muito à pena. Aquele era o melhor lugar onde estive nas últimas semanas. A exposição do mês era sobre a cultura negra. Haviam palestras e diversas exposições artísticas, enaltecendo a importância do negro na sociedade. Estas iam desde pinturas e esculturas a apresentações de dança e curtas peças teatrais.

▪️ ▪️ ▪️

Entramos em meu apartamento aos beijos. Para ser sincero, não achei que ela fosse querer algo comigo no primeiro encontro, se é que podia ser chamado assim.

— Eu podia ser um psicopata, sabia? — disse empurrando-a contra a porta, trancando-a logo em seguida.

— Eu tenho certeza de que você não é.

Sorri, pegando-a no colo e levando-a para meu quarto.

— Muito legal seu apartamento. Há quanto tempo você está aqui?

— Pouco tempo. Vim para cá por causa da faculdade.

— Hmm, universitário. Gostei disso. — ela sorriu maliciosamente.

Chutei a porta do quarto, e joguei-a na cama. Ela sorriu, puxando-me para mais perto. Deitei-me em cima dela, que entrelaçou as pernas em minha cintura. Afundei meu rosto em seu pescoço, distribuindo beijos por todo o perímetro do local.

Abri minha camisa azul com botões, com uma arrancada. Alguns botões saíram, mas não me importei. Joguei a blusa longe, e esperava fazer o mesmo com a blusa dela, em alguns segundos.

Kim levantou os braços, para que eu levantasse sua blusa, e foi o que eu fiz. Apreciei a cena por alguns segundos e logo voltei a dar vários beijos em seu pescoço, ousando em descer por seu busto. Ela pareceu não se importar. Subi meus beijos até seus lábios, onde nossos lábios pareceram entrar em sintonia.

Ela saiu de baixo, empurrando-me contra a cama, sentando em meu colo. Kim mordeu os lábios ao passar a mão por minha barriga. Começou a arranhar todo o meu tronco, descendo as unhas até o fecho de minha calça. Assim que a abriu, puxei-a de volta, ficando por cima dela novamente. Puxei seu short jeans justo, e joguei-o longe, beijando suas coxas. Subi meus beijos até seus lábios e dei um grito ao olhar para seu rosto. Ela não era mais a Kim.

Seus cabelos negros e cacheados agora estavam lisos e castanhos; Sua pele achocolatada agora estava clara; Seus olhos escuros agora eram castanhos claros. Ela era a garota que há um mês não me deixava dormir direito.

Ela era a garota dos meus sonhos, ou melhor, pesadelos. 

A Garota dos meus SonhosWhere stories live. Discover now