A Garota dos meus Sonhos

Capítulo 24

Prosseguimos em silêncio, até eu começar a reconhecer aquela estrada.

— Para, Jo! — gritei inesperadamente.

Ele freou, bruscamente, e torci para que não tivesse feito muito barulho.

— Que merda é essa, Brad?! — gritou, nervoso.

— Desculpa! — gritei também.

— Por que me fez parar? — perguntou.

— A cabana está na subida dessa ladeira. — apontei para a grande subida de barro.

Não dava para ver direito, por causa das árvores, mas eu tinha certeza de que era ali.

— O homem estacionava o carro entre essas árvores. — apontei para um lado da floresta.

— Então vamos estacionar no lado oposto. — Garry sugeriu.

— E se ele ver? — perguntei.

— Se escondermos direito, ele não verá. — Jo ligou o carro e deu ré, até alguns arbustos altos.

Saímos do carro, cobrindo nosso veículo com um tipo de manta em folhas falsas, camufladas, além de galhos e pedaços de arbustos. Feito isso, olhamos de vários ângulos diferentes e o carro parecia bem escondido. A falta de iluminação no território contribuía para que ele ficasse, ainda mais, camuflado entre as árvores.

— Algumas coisas que vocês precisam saber: há um porão na cabana, sugiro de vejam se há algum corpo lá dentro. — comecei — Elizabeth fica no quarto da segunda janela, ou pelo menos ficava. Ele pode tê-la mudado de lugar.

— Uma pergunta que deveria ser feita há muito tempo: como ele é? — Jo perguntou.

Naquele momento eu percebi algo que nunca havia notado, o rosto do homem nunca apareceu nos meus sonhos. Os flashes dos pesadelos passavam rapidamente por minha cabeça, me fazendo perceber que algo sempre me impedia de ver seu rosto.

— Eu não sei. — sussurrei, ainda perdido em meus pensamentos.

— Como assim, não sabe? — Garry espantou-se — Você sonha com o cara há três meses!

— O rosto dele nunca apareceu.

— Nossa... Então estamos na estaca zero, neste ponto. — foi tudo o que Joseph disse.

O silêncio instalou-se ali por alguns instantes.

— Eu sei como ele é fisicamente, se isso ajuda.

Relatei, brevemente, como o homem surgia em meus sonhos. Roupas, corte de cabelo, porte físico, métodos utilizados para me matar ou ferir Elizabeth, etc.

— Vamos logo, então?

Respirei fundo, sentindo meu coração acelerar cada vez mais.

Acalme-se, Brad!

— Brad, se acalma. Você precisa estar com a cabeça leve. — Joseph segurou meus ombros.

Assenti e me acalmei. Depois estalei meu pescoço e dei uns pulos. Aquilo sempre ajudava a eliminar as tensões do corpo antes de algum jogo importante, funcionaria aqui também.

Começamos a prender as armas nos coldres e passamos as maiores por nosso tronco.

— Só usem as granadas em caso de emergência! — Jo avisou.

— Ok. — respondi.

— O que seria um caso de emergência para você? — Garry perguntou prendendo sua pistola na calça.