Capítulo 3 - Destino

3.3K 401 876
                                    

 Quando Quíron chega, Will Solance e Rapunzel levam a garota para a enfermaria. Ela não passou muito tempo acordada, logo depois de dizer seu nome, caiu na mais profunda inconsciência.

 Tadashi dá uma breve lição de moral no caçula.

 — Seu cabeça-ôca, o que estava pensando ao atravessar a fronteira?! Podia ser um monstro castrador de semideuses ao invés de uma menina bonita!

 Hiro apenas faz um comentário sarcástico e dá de ombros colocando o neurotransmissor na cabeça e saindo dali acompanhado dos seus microbôs e de um Tadashi furioso.

 Antes que eu os siga, um garoto ao meu lado chama minha atenção, conversando com o Fúria da Noite que, mesmo depois de a multidão ter se dissipado, continuava agitado.

 — Ei, ei, calma aí, amigão, que tal... Oh, não, não, Banguela!

 — Ah! — Exclamo, me afastando do dragão que agora avança em mim.

 Tropeço e caio sentada, encarando o réptil de frente, o pânico repentino faz meus dedos gelados formigar. Ele me dá uma fungada e logo o garoto se põe entre mim e ele, erguendo um peixe da cesta e atirando para longe; o Fúria da Noite corre atrás.

 — Desculpe, o Banguela é muito dócil quando você conhece ele. — O semideus me estende a mão e me ajuda a levantar. — Deuses, suas mãos são frias! Ér... Eu sou o Soluço, chalé 9.

 — Hefesto, não é? — Bato a poeira da roupa. — Irmão de Tadashi e Hiro.

 — É. — Ele pega outro peixe da cesta e joga para o dragão. — E você é a Elsa. Certo?

 Afirmo com a cabeça.

 — Então... — Ele coça a nuca, meio sem jeito. — Você e a Astrid são amigas, não são?

 Cubro um sorrisinho com a mão e decido que gosto do Soluço. Eu simplesmente adoro pessoas assim tão transparentes como ele, que sem saber me contou sobre sua paixonite.

 — Não sou muito bom — ele diz depois de alimentarmos o dragão, passando em frente à Casa Grande —, quer dizer, sou melhor fazendo espadas do que empunhando uma. Ei, o que é aquilo?

 Sigo com os olhos para onde ele aponta e forço a vista para um exército de garotas que descem a colina. De fato, pareciam um exército, do tipo arrasado que acabou de sair de uma batalha. Quíron e o sr. D saem da Casa Grande para recebê-las e seus olhares escurecem na medida em que as meninas se aproximam.

 — Quem são elas? — Cochicho para Soluço.

 — São as caçadoras de Ártemis. — Ele aponta para uma garota de cabelos escuros trançados e uma espécie de fina coroa prateada na cabeça. — Aquela é Katniss Everdeen, caçadora de chumbo da deusa e a ruiva de cabelo assanhado do lado dela é Merida DunBroch, braço direito de Katniss.

 — Pelos deuses — Quíron segura uma das caçadoras antes que ela caia —, o que aconteceu com vocês?

 — Fomos atacadas de surpresa por ciclopes — Merida explica. — E uma horda de monstros nos atacou logo em seguida. Depois que lady Ártemis parou de se comunicar e do desaparecimento de Thalia, as coisas ficaram assim.

 — Você aí — O sr. D olha para Soluço. — Vá tratar de buscar alguns filhos de Apolo.

 — S-sim, senhor.

 — E você — ele se vira para mim — leve essas garotas para o chalé 8.

 Me apresso em passar um dos braços da líder das caçadoras por cima do meu ombro. Ela estava arrasada, com hematomas em toda parte do corpo, um corte feio no queixo e o pé quebrado.

Solstício de InvernoWhere stories live. Discover now