CAP 8

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Capítulo 8 — "Açúcar Branco, olha aqui."

Bai Tang encarou o negócio pendurado na frente dele, perdido. Duas faixas longas de gaze desciam dos pilares no teto do banheiro, presas em nós que pareciam até profissionais demais. De longe, dava a impressão estranha de uma forca improvisada — e isso só fez seu estômago embrulhar.

— Isso é pra te apoiar — explicou Jiang Yunshu, puxando o pedaço mais curto, depois o mais comprido. — Esse aqui é pra você colocar o pé. Cuidado pra não molhar a ferida. E não cai.

Ele falou aquilo com uma naturalidade esquisita. Aí parou, pensou um pouco, franziu a testa — um gesto tão raro nele que quase parecia fora de lugar — e soltou, direto:

— Quer que eu lave você?

Como médico, o corpo nu de alguém nunca mexia com ele. Era só corpo — pele, osso, músculo. Zero malícia. Zero interesse.
Mas pra Bai Tang...

— N-não precisa! — ele gelou inteiro, como se tivesse levado uma pancada. Aquilo soava igual a um pesadelo voltando.

E voltou mesmo.

Jiang Yunsu o segurando à força dentro de uma banheira funda. A água subindo pelas narinas. As mãos apertando sua nuca. Bai Tang tentando respirar, sem conseguir. O homem o levantando só pra ver o desespero no rosto dele — aquele sorriso torto, cruel — e depois empurrando de volta pra baixo, de novo e de novo.

Bai Tang lembrava do sufoco. Da vertigem. Do peito queimando como se estivesse derretendo por dentro. Da água entrando pela garganta até parecer ácido. A luz amarela do banheiro não aquecia nada; tudo ali era frio e pesado. Ele nem sabia quanta água tinha engolido. Só lembrava do fim: caído no mármore, ofegante, a garganta ardendo de sangue, os pulmões rasgando a cada tosse.

E o alfa?
Sentado. Pernas cruzadas. Olhando pra ele com tédio. Como se Bai Tang não passasse de um brinquedo que ele usava quando queria e descartava quando cansava.

Depois veio o chute no estômago.
Depois o comando seco pra "limpar o chão".
Depois... ele mesmo, Bai Tang, se arrastando, implorando:

— D-desculpa, Senhor... obrigado... desculpa...

Só a lembrança fez sua pele empalidecer.

— S-senhor... eu... eu consigo me lavar sozinho... eu prometo que vou tomar cuidado...

Mas Jiang Yunshu — e não o homem que costumava ocupar aquele corpo — parecia paciente daquele jeito estranho que tranquilizava e confundia ao mesmo tempo.

— Tá. Qualquer coisa, me chama.

A água abriu no chuveiro, preenchendo o banheiro com aquele som constante. Bai Tang começou o banho, tenso como um animal acuado.

Jiang Yunshu saiu.
Andou até o quarto.
Pegou uma caixa grande.
Abriu a terceira porta do armário.
Jogou lá dentro tudo o que encontrou.

Tinha sangue seco nas barras de ferro.

A visão daquilo provocou uma raiva que ele não estava acostumado a sentir. Não era só indignação — era raiva misturada com medo e impotência. Um ódio por alguém que dividia o mesmo rosto que ele, o mesmo corpo, mas era... outra criatura.

Se ele não tivesse renascido ali... quanto tempo Bai Tang ainda ia sobreviver?

Fechou a porta do armário com força. Olhou pros "troféus" daquele monstro.
Era nojento.

E algo começou a cutucar sua mente:
se o antigo Jiang era tão cruel assim... por que Bai Tang nunca pediu divórcio?

Ele sentou, pegou o celular e pesquisou:

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⏰ Last updated: Nov 29 ⏰

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