CAPÍTULO 7 — "Não se preocupe, não tenha pressa."
O barulho explodiu pela casa — BANG! — seco, violento, cruel.
A força de um alfa adulto acertou Bai Tang em cheio, jogando o pequeno ômega escada abaixo. Ele bateu no sofá como se fosse um boneco jogado de qualquer jeito, sem chance de se proteger, sem tempo pra entender.
O alfa — Jiang Yunsu, o homem que deveria ser seu marido — estava completamente bêbado. Fedia a álcool, suor e raiva acumulada.
Ele cambaleou dois passos, apontou o dedo na direção de Bai Tang e cuspiu o veneno:
— Já basta eu perder o apetite vendo aqueles sorrisos falsos lá fora... e quando eu chego em casa tenho que olhar pra essa tua cara mentirosa também?!
Bai Tang estava no chão, meio de lado, tentando entender onde estava. Os ouvidos zumbiam como trovoada, como se o mundo tivesse ficado distante. Sangue escorria do canto da boca — uma gota, depois outra, silenciosas — enquanto ele tentava apoiar o corpo com o braço ferido.
Assim que colocou peso no chão, o braço fraquejou e ele tombou de novo, batendo o queixo no piso com um toc surdo.
Jiang Yunsu desceu os degraus com passos pesados, arrastados, cada pisada mais carregada de raiva. Sem esperar, agarrou o cabelo de Bai Tang, puxou com força, ergueu sua cabeça só pra estalar outro tapa — ainda pior, ainda mais duro.
O mundo de Bai Tang virou um borrão escuro.
Ele não viu o tapa chegando — só sentiu o impacto, o estalo profundo que parecia partir sua cabeça em duas. Seu rosto caiu de lado, sem controle, sem força. Era como se cada golpe desligasse uma parte do seu corpo.
Não havia reação.
Não havia luta.
Não havia saída.
— MALDITA VADIA! — Jiang Yunsu rugiu, cuspindo cada sílaba. — COMO VOCÊ OUSA VIVER TÃO BEM SEM MIM?!
Ele jogou Bai Tang no chão como quem se livra de lixo e, sem hesitar, desferiu um chute direto no abdômen macio — um golpe certeiro, cruel, calculado até no meio da bebedeira.
A dor foi tão aguda que, por um instante, a mente de Bai Tang clareou — como um reflexo de sobrevivência. Ele encolheu o corpo no instinto, protegendo a cabeça, chorando baixinho, como se até gemer fosse proibido:
— S-senhor... senhor... eu... eu estava errado... por favor... não bata...
Sua voz era só um fiapo, quebrada, quase sem som.
E o alfa nem reagiu. Nem piscou.
O barulho dos golpes ecoava abafado pela sala, como se tudo estivesse distante. Bai Tang engolia cada gemido, engolia o medo, engolia o ar errado — porque sabia que ninguém viria ajudá-lo.
Ninguém nunca veio.
Seu braço, antes só machucado, começava a inchar. Roxo. Quente. Dolorido. Era o tipo de dor que fazia o corpo tremer sozinho, sem controle.
Mesmo assim, ele rastejou.
Entre móveis, tapetes, pés de cadeira.
Se arrastou usando a mão boa, tropeçando nos próprios joelhos, tentando subir os primeiros degraus como se aquilo fosse a única chance de continuar vivo.
Jiang Yunsu só riu.
Encostou-se no sofá, soltou um arroto alcoólatra e murmurou com um sorriso torto, preguiçoso:
— Quer correr? Se você correr, eu peço divórcio.
Bai Tang congelou.
A palavra caiu na mente dele como gelo.
Divórcio.
O fim.
A ruína completa.
YOU ARE READING
Why Is It Possible For This Type Of A To Also Have An O?
General FictionTítulo: Como é possível que esse tipo de A também tenha um O? Autor(es)图 南 鲸 Status: Sinopse: Depois de 18 horas de operação, um certo médico muito bonito morreu na mesa de cirurgia - só para acordar e descobrir que havia transmigrado para o corpo...
