Capítulo 18 - Chuva

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Música do capítulo: Who Says - Selena Gomez

Boa Leitura ♥ 


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Quando finalmente encontro forças para me levantar, vou até meu quarto e procuro meu celular.

Disco o número da única pessoa que eu sei que pode me ajudar agora.

- Alô.

- Oi, Nicole. É a Natalie.

- Oi Branca! - Ela fala com uma voz super animada. - Pera aí, você tá bem?

- Não. - Daí não aguento e começo a chorar de novo. Não acredito que ele sequer me ouviu.

- Estou chegando aí.

Alguns minutos depois, escuto baterem na minha porta.

Agora, eu já vestida com uma camisola de algodão minha, vou abrir a porta.

- Oh, Natalie! - Nicole lamenta ao meu ver e me acolhe em um abraço e eu logo desabo novamente a chorar.

Amigo é foda mesmo. São nesses momentos que você reconhece seus amigos de verdade. Aqueles que não hesitam em nenhum momento te ajudar quando você precisa, a sua segunda família!

- Vem, vamos para seu quarto, aí você me explica o que aconteceu.

Quando sentei na minha cama, com ela de frente para mim, comecei a falar:

- Então, nós passamos aqui em casa só para eu trocar de roupa e sairmos para jantar...

- Espera, espera! - Ela me interrompe e ergue uma sobrancelha.

- Vocês vinham da casa dele...rum rum rum... - Ela ria.

- Ei! - Eu ria também enquanto enxugava as lágrimas. - você poderia restar atenção no meu problema, por favor?

- Tudo bem, tudo bem, foi só um comentário, não quero saber os detalhes do seu homem, porque já tenho meu Deus do Sexo.

- Nicole! Posso terminar de falar, queridinha?

- Ta, ta...continua.

- Então eu já estava decidida a contar tudo para ele depois do jantar, mas quando eu saí do quarto ele estava com uma foto minha e do David nas mãos. - Nicole cobriu a boca com as duas mãos.

- De onde ele tirou essa foto?

- Sei lá, mulher. Ontem eu queimei minhas fotos com David. Devo ter esquecido de alguma. Ou ele deve ter encontrado a foto dentro de algum móvel meu já que eles perteciam a minha antiga casa. - digo, pensativa. - Mas essa não é a questão! O lance é que eu entrei em pânico, nem consegui dizer nada e nem ele deixou-me fazê-lo.

- Até eu entraria. Nossa, como você é azarada, ein? No dia que você ia contar ele descobre antes.

- Eu não sou azarada. Sou burra mesmo. Reconheço que demorei demais pra contar, fiquei enrolando, com medo, mas uma parte de mim ainda não queria confiar em ninguém, mas eu me apaixonei! - Gemo, frustrada.

- Own, amiga. Posso ser sincera contigo? Fico feliz por você ter se apaixonado. Sei que não é um bom momento, considerando tudo que você sofreu e tá sofrendo, mas desde que você conheceu o Jake, você tem pensado mais ou menos no David?

- Menos, eu acho. Ultimamente quase nada. Até tomei a iniciativa de queimar nossas fotos, porque sei lá, quero apagar o passado o máximo que eu puder, mesmo que ele ainda esteja presente. Não queria ficar vendo as fotos e ficar me lembrando.

- Tá vendo? Sem ele mesmo saber, ele te ajudou a superar isso. É aquele história: um amor cura outro. Não desista dele, eu tenho certeza que vocês podem dar certo. Sei que isso parece meio clichê, mas desde daquele dia que vi vocês juntos no baile de máscaras, percebi que ia rolar algo mais, tinha um brilho diferente nos olhos de ambos. Então, vai atrás, mulher! Vai a luta!

Sorri, percebendo que tudo aquilo era verdade.

- Amanhã falarei com ele. - Finalizo, um pouco melhor.

- Amanhã? Amanhã é uma ova! Você tem que ir hoje! Não deixe pra amanhã o que você pode fazer hoje. Sei que é meio clichê, mas é a verdade, nunca se sabe, né, amiga?

E talvez aquilo tenha aberto meus olhos de verdade. Quinze minutos depois, Nick já tinha ido embora, porque eu disse a ela que queria ir sozinha. Agora estou pronta, com um jeans preto, uma blusa de botões azul e meus tênis.

Fui até a janela e percebi que neblinava. Era melhor eu me apressar se não quisesse pegar chuva. Liguei para Carl, meu motorista e segurança, e implorei a ele que não me seguisse, pelo menos só dessa vez. Sei que era perigoso, mas permiti que colocasse qualquer tipo de rastreador na minha roupa.

Ele concordou depois de muita relutância e eu finalmente pude sair de casa no meu carro. No meio do caminho a chuva se tornou mais forte e quando joguei aquela bela maldição do "as coisas não podem piorar", elas pioraram.

A gasolina já estava no fim, passando da reserva. E em pouco tempo o carro parou. Olhei ao redor e estava em uma parte quase deserta. O medo subiu pelo meu corpo. Podia muito bem ser assaltada ali.

Peguei meu celular no bolso e tentei ligar pra alguém. Resultado: sem sinal.

Pensa, pensa, Natalie!

Não dava pra desistir agora, estava perto da casa de Jake. Eu poderia ir andando e quando chegar lá podia pedir pra alguém buscar meu carro. Criei coragem e saí do carro, na chuva mesma e comecei a andar, morrendo de frio.

Agradeço mentalmente por ter vestido um jeans e não um vestido. Depois de o que imagino ser alguns minutos andando, avisto a sua casa.

Chego lá me tremendo de frio.

- Oi, sou Natalie King.

- Oh, moça, você está bem? Veio nessa chuva!

- Só me deixe entrar, por favor. – Imploro.

Passo pela portaria e vou até o hall de entrada. Olho ao redor enquanto a chuva continua caindo sobre mim. Toco a campainha e para o meu susto é ele que atende e não nenhum de seus empregados.

Quando olho nos seus olhos é como se eu esquecesse de todos os problemas que tinha enfrentado até ali. Não existia mais a chuva, nem o frio, nem a lembrança do meu carro largado na estrada. Só eu e ele. Só nós.





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Desculpem a demora, minha férias acabaram </3 Agora só consigo escrever nos finais de semana. Espero que entendam. Votem e comentem <3 

Nova Identidade (em revisão)Where stories live. Discover now