Nova Identidade (em revisão)

Capítulo 7 - Lembrança

Capítulo 6 - Parte 1 – Lembrança

PS: Foto do nosso Ben na multimídia ♥

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- Você sente falta dele?

- Também. Mas os bons momentos são os que mais machucam, sabe? Lembrar deles é o que mais machuca. E eu queria que tudo isso passasse, eu queria ver que eu sou capaz de viver bons momentos com outra pessoa. Eu queria que parasse de doer, queria lembrar e sorrir, mas eu sempre quero chorar.

- Por que você quis ir embora quando viu Jake na boate com seus amigos? Você relacionou ele a algum momento com David?

- Sim. Parece estupidez, né? Mas foram anos e anos de relacionamento. Algumas memórias eu ainda lembro de tudo, até dos detalhes. Na hora, eu lembrei do dia fomos para uma boate. Eu estava no último semestre de Direito. Ele tinha voltado da reabilitação há um mês e já falava em voltar para a faculdade. Estávamos comemorando o aniversário de uma amiga. Eu lembro até da roupa que eu usava.

"Ele estava sentado numa mesa com os nossos amigos, como Jake estava no dia, e eu tinha parado de dançar um pouco pra pegar uma bebida. Olhei para ele e ele estava rindo e conversando. Estava tão feliz e eu agradeci aos céus por ele estar bem, recuperado. E pensei 'tudo bem, nenhum casal é perfeito, mas, agora, somos capazes de superar qualquer problema'. E tudo nesse dia foi surpreendente. Horas mais tarde, naquela festa, ele pediu em casamento. Do jeito dele. Prometeu um pedido melhor, mas pra mim não poderia ter sido melhor. E depois, horas depois, eu descobriria que estava esperando um filho".

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Acordo com meu celular tocando em algum lugar da casa. Levanto atordoada e o encontro dentro da bolsa que levei hoje para a consulta com a psicóloga.

- Alô? – Desabo na cama novamente.

- Você tem cinco minutos, chego já aí - É Ben.

- O quê? Pra quê?

- Tenho o dia de folga hoje, e já que minha garota ainda não voltou, pensei que a gente podia fazer alguma coisa.

- Tá, mas eu não quero sair.

- Certo. Chego já aí.

- E eu vou tomar banho. Até mais - Desligo.

Quando olho no relógio, vejo que já são mais de duas horas da tarde.

Depois de um banho, visto um shortinho e uma blusa azul do Capitão América e pego uma fruta.

- Oi, Branca - Ele me abraça.

- Oi, Ben - Ele olha para a tigela de cereal na minha mão e levanta uma sobrancelha.

- Você tá bem?

- Sim, fui hoje àquela psicóloga que você me recomendou.

- Que bom, Nat.

- E aí, o que vamos fazer? - Pergunto depois.

- Bora assistir um filme ou algo assim - Ele se senta na bancada da cozinha.

- Tá, você escolhe o filme e eu vou fazer pipoca.

- E brigadeiro - Ele diz antes de entrar no quarto, me deixando sozinha na cozinha.

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Olho no relógio, são quase seis horas da noite. O filme Até que a sorte nos separe já está quase acabando. Faz horas que estamos assistindo filmes, tanto de terror como de comédia e rindo das besteiras que ambos comentamos. Já assistimos até Frozen, somos duas crianças mesmo.

- Ei, - Chamo Ben - Quando a sua namorada volta?

Ele me encara.

- Terça. Você parece ansiosa para conhecer a Alice - Ele comenta, rindo.

- Ah, então o nome dela é Alice - Eu sorrio.

- Eu nunca tinha dito? Desculpa. Terça eu trago ela aqui ou a gente sai pra jantar, algo assim.

- Eu não, ein? Ficar de vela, Deus me livre.

- Faz assim, leva o carinha que te leiloou, vocês formam um belo casal – Sorrio e bato no seu ombro.

Se ele não fosse casado e se minha vida não fosse tão problemática, quem sabe, penso.

Quando olhamos de volta para a televisão, os créditos do filme rolam pela tela.

Levanto-me da cama, desligo a tv, pego os copos com refrigerante, agora vazios, e levo-os para a cozinha. Ben me segue.

- Bora no McDonalds, tô afim de comer batata-frita.

- Vamos.

- Então agora você tá de boas com a sua namorada? Da última vez você me disse que não sabia se ia terminar.

- Ela ligou para mim ontem e nós conversamos. Ainda temos muito o que conversar sim, mas não quero terminar. Estamos bem.

- Fico muito feliz por você, de verdade.

Depois de lavar os copos, aviso que vou até meu quarto trocar de roupa e visto um vestido longo estampado, dou uma ajeitada no cabelo e saio do quarto. Pego as chaves da casa e meu celular, depois entramos no carro de Ben.

Ligo o som do seu carro e quase engasgo quando escuto Love Me Like You Do da Ellie Goulding tocar.

- O que foi? - Ben pergunta.

- Nada - Tento parecer normal, mas a recordação daquele Baile de Máscaras me vem a mente e, consequentemente, a noite de ontem.

Fading in, fading out / Você aparece e some

On the edge of paradise / No precipício do paraíso

Every inch of your skin is a holy grail I've got to find / Cada pedacinho de sua pele é um Santo Graal que procure

Only you can set my heart on fire, on fire / Só você faz meu coração pegar fogo, pegar fogo

Ben não percebeu a associação da música com Jake, porque provavelmente aquela noite do baile não foi tão importante para ele quanto foi para mim. Quando chegamos no Drive-Thru do McDonalds, a música já está quase no fim e Ben abaixa o volume do som para fazer o pedido.

- É, uma poção pequena de batas e um Big Mac. O que você quer? - Ele me olha.

- Hmm, a oferta do dia com um refrigerante pequeno. Coca.

Depois de ter feito o pedido, ele aumenta o volume do som novamente e outra música toca. Enquanto esperamos, olho para o movimento da avenida perto de nós e fico lembrando de várias coisas aleatórias. A vida no Brasil. Meus pais. David. Jake.

Suspiro e observo um casal se beijar perto de uma árvore. Ela tem os cabelos loiros, alta, bonita e isso é tudo que eu consigo observar de longe. O cara que está com ela é alto, talvez um pouco mais velho do que ela, bonito também. Eles parecem felizes...Começo a me perguntar coisas idiotas: Como será que eles se conheceram? Será que estão juntos faz tempo? Será que se amam?

- O que você tanto olha? - Sinto Ben olhar na mesma direção que eu e logo em seguida ele sai do carro e bate a porta com força.

- O quê? Ben! – Chamo ele e abro a porta do carro, mas continuo dentro dele.

O que está acontecendo?