Cuidado com a ingratidão, Lauren. Deve ser grata pelos cuidados.
— Não é como se eu fosse uma pessoa matinal — Pôs as mãos sobre as dela, acariciando brevemente.
Normani franziu o cenho, encarando a ação perplexa. Por um momento, achou que tinha morrido, pois a respiração falhou. Se manteve naquela posição, não moveu nenhum centímetro. As carícias de Lauren eram raras e aproveitaria aquele afeto o máximo possível.
— O gato comeu sua língua? — olhou para cima, se deparando com Normani paralisada — Você morreu?
— Louis pediu demissão, por telefone — disse num sussurro, ainda congelada no momento — E disse que você é uma arrogante.
Lauren franziu o cenho, confusa.
— Ah... Como eu vou ser arrogante com ele se entro pela porta dos fundos e quase nunca o vejo...?
— Talvez seja por isso mesmo.
— Isso é ser arrogante?
— Ao menos dava bom dia? — Quando o toque cessou, Normani se afastou, ficando apenas atrás dela na cadeira.
— Você escutou que eu quase nunca o via? — virou-se com a cadeira, ficando de frente para uma Normani com as sobrancelhas arqueadas, a expressão revelava bastante do que queria dizer a Lauren e de acordo com a própria mulher de olhos verdes, nenhuma das palavras que poderia sair da boca da amiga seriam boas.
— Você é uma desgraçadinha — bufou, negando rapidamente com a cabeça — E arrombadinha.
— Tem como parar de falar no diminutivo?
— Tem sim, Laurenzinha. Enfim, você tem que assinar isso — passou as mãos no blazer branco que usava, parecendo procurar algo. Quando achou um papel no bolso interno, pegou e entregou para Lauren, sorrindo amarelo ao notar que havia dobrado o documento — Desculpinha...?
Lauren negou com a cabeça, rindo fraco. Com ajuda das rodinhas na cadeira, voltou para a mesa, pegando uma caneta e tirando o bocal com a boca. Desdobrou o papel e esticou sobre a mesa, assinando o documento depois de uma breve lida em poucas linhas. Era a demissão de Louis.
— Dê algum valor a ele — entregou o papel de volta a ela — Mesmo que não tenha sido demitido, fez um bom trabalho na galeria e nos ajudou bastante.
— Certo — encarou a caligrafia perfeita da amiga, antes de voltar sua atenção a ela — Pedi ao Menzel que colocasse anúncios na internet, sobre a vaga.
— Fez bem — fitou Normani enquanto ela dava a volta na mesa — Chegou cedo hoje, algum motivo especial?
— Ah... Dinah estava lá em casa — as bochechas logo estavam rosadas — E ela precisava trabalhar, então aproveitei a carona. E você? Não costuma vir cedo.
— Acabei acordando antes do sol nascer.
A expressão de Normani se tornando preocupada incomodou Lauren, ao mesmo tempo que aqueceu brevemente seu coração.
— Não está tomando seus remédios? — perguntou a dos olhos castanhos, largando o papel sobre a mesa para poder apoiar a duas mãos na madeira — Disse que iria comprar mais, fez isso?
— Cumpro com as minhas palavras — afirmou, relaxando na cadeira — E antes que pergunte, não comprei clonazepam, mas comprei zolpidem.
Normani iria questionar, mas decidiu se manter calada. Sabia a força do remédio e queria expor os riscos, mas Lauren devia saber. Não precisava se preocupar com aquilo.
Lauren é responsável.
— Ótimo, agora eu vou entregar esse papel e você, mocinha, tire um pouco a cara do notebook e coloque a cara para fora da janela. O sol está ótimo, sabia? — foi até a porta, olhando para Lauren uma última — Tenha um bom dia, Lauren, te vejo na hora do almoço!
ANDA SEDANG MEMBACA
𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐎𝐋 | 𝐂𝐀𝐌𝐑𝐄𝐍
Misteri / Thriller𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐎𝐋 | O controle? Uma farsa. As verdades, apenas mentiras disfarçadas com perfeição. Cada escolha é um mergulho no desconhecido, e, quando o poder sussurra seu nome, poucos voltam à tona. Aqui, a linha entre o certo e o errado é tão tênue...
