Capítulo 23: Eu sinto muito.

1K 85 2
                                    

# MESES DEPOIS.

Sim, meses já se passaram, e já estou prestes a completar meus 17 anos, algumas coisas aconteceram como por exemplo: Michael conseguiu minha guarda definitiva após ter sido comprovado que ele era meu pai entre outras coisa lá né. William sumiu, evaporou do planeta, não sei nada e nem quero saber algo sobre ele. Harry está terminando a faculdade e está tentando seguir em frente com a empresa da mamãe, quer dizer da Amélia, desde a morte da Amélia ele tem se preocupado muito comigo, o que eu não posso fazer nada para mudar. Jensen e Nicholas também desapareceram, Nicholas voltou para a casa da mãe na Inglaterra por conta de uma emergência, voltou antes do meu acidente para a Inglaterra, Jensen se mudou com Camila depois que ela terminou definitivamente com Douglas, estão morando em Londres. Michelle me liga algumas vezes, mas eu prefiro me trancar em meu mundo e digo que tudo está bem, assim como faço com Michael, quer dizer mais ou menos. Emilly ainda me enche o saco, a algum tempo ela não aparece. E eu? Bom, estou morando com Michael, ele parece ser um bom pai, seria ainda melhor se não tivesse uma filha como eu, eu o evito ao máximo, prometi a mim mesma que não arruinaria a vida dele como fiz com Emilly, Amélia entre outros. Enfim o que tem sido difícil.

Michael conversou comigo sobre minha mãe, o nome dela era Lucy, sim era, meu pai disse, quer dizer Michael disse que eles estavam em processo de divórcio e o corpo dela foi encontrado dias depois em que ele voltou após ter ficado quase um ano na Alemanha e soube que ela estava grávida e havia desaparecido com o bebê, ou seja, eu, e depois descobriu que eu havia sido deixada em algum lugar do mundo, e passou anos me procurando até que achou, claro que não é só isso ou assim do modo que descrevi, mas, a história é complicada.

- Katherine...- Diz Michael batendo na porta e colocando apenas a cabeça para que eu pudesse ver seu rosto.
- Filha...- Interrompo ele.

- É Katherine...- Digo seca, ele respira fundo.

- Vamos jantar...- Diz com paciência.

- Eu... eu não estou com fome...- Falo, apoiando a cabeça nos meus joelhos. Eu realmente não estou com vontade de comer. Michael caminha e senta na beira da minha cama.

- Katherine, estou preocupado com você, você mal saio desse quarto, não come direito, só sai desse quarto para ir a escola ...

- Não precisa se preocupar.

- Como não vou me preocupar, você é minha filha Katherine.

- Não posso fazer nada quanto a isso...

- Katherine, você está ouvindo o que está falando? Katherine sou seu pai.

- Não Michael...- Sinto como se tivesse lhe dado um facada, seu rosto mudou, mudou para uma expressão triste, ele odeia que eu nunca o chame de pai, não é que eu não goste e faça para magoar, é só que não quero lhe machucar, mas se pensando bem, acho que estou sendo pior do que imaginei.

Michael se levanta sem dizer mais nada e sai do meu quarto, lágrimas escorrem por meu rosto.

" o que estou fazendo?"

Levanto e saio correndo para fora do quarto, desço as escadas e vou até a cozinha, encontro Olívia, uma empregada da casa, bom acho que não é empregada, é quase uma segunda mãe para Michael. Enfim...

- Onde está Michael?...- Pergunto.

- Seu pai acabou de sair...- Ela diz e eu fico desanimada.
- Vai querer jantar?

- Pode ser Olívia...- Digo sentando na mesa e encarando o nada.

Olívia me serve e jantamos juntas, enquanto comemos ela fala sobre Michael e um pouco sobre ela.

Olívia deve ter por volta dos 70 anos ou mais, é baixa, pele clara e tem cabelos castanhos escuros e seus olhos são cor de mel.
Olívia é muito simpática, sempre tem histórias para contar, principalmente de Michael, eu gosto de ouvir ela falar sobre ele.

Depois do jantar subi para meu quarto e fiquei lá, peguei meu celular e coloquei uma música qualquer para tocar, deitei na cama encarando o teto, as mãos para trás da cabeça e os pés para fora da cama e fiquei balançando eles.

Que coisa? O que irei fazer, acho que estou sendo egoísta de mais com Michael, depois do acidente minha cabeça ainda continua um turbilhão, queria tentar ser feliz mas, meu medo de arriscar é pior.

Acabo pegando no sono.

(...)

Abro os olhos ao ouvir um barulho, levanto da cama, desligo a música e caminho para fora do quarto ando um pouco até o quarto de Michael, a porta está aberta e vejo Michael deitado na cama, entro no quarto, acho que ele está dormindo. Passo uma mão em seus cabelos castanhos deixando arrepiados e um pouco bagunçado, olho para o lado na escrivaninha e vejo um foto minha e de uma mulher, não sei quem é, acho que é Lucy, minha mãe, é que eu evitava saber qualquer coisa dela e nem se quer quis ver sua foto, agora que vejo bem, ela se parece muito comigo, cabelos da cor do meu, olhos quase da mesma cor, mais eles são de um tom forte.

- Katherine...- Diz Michael me assustando, ele coça um pouco os olhos.
- O que está fazendo aqui?

- Nada, eu já estou indo.

- Espere Katherine, precisamos conversar, o que houve? Tenho sido um pai ruim para você?...- Pergunta se sentando cama.

- Não, é só que...

- O que?

- Nada. Eu sou assim mesmo.

- Não me suporta?...- Pergunta desapontado.

- Não, é só que você não entenderia.

- Katherine...

- Eu sinto muito, mas eu não posso...- Digo quase chorando.

- O que fizeram com você minha filha? Por que está assim?

Fico em silêncio.

Ando um pouco até Michael e me sento ao lado de sua cama, ele está com cheiro de álcool, devia está bebendo.

- Você me odeia?...- Pergunta.

- Não, claro que não.

- Você só pode me odiar, me trata assim por que me odeia...- Diz me olhando com os olhos vermelhos, ele está chorando?
- Passei anos te procurando, eu pulei de alegria quando descobrir e...

- Eu...é me perdoi, é que não é fácil toda essa situação...- Digo me levantando.

- Não é fácil? Por que não volta a ser como era, apesar de rebelde parecia feliz, parecia está bem eu acho.

- Eu só fingia qualquer coisa. Eu sou uma pessoa ruim Michael, ruim, faço as pessoas serem infelizes, não tenho nada de bom.

- E você pode ser uma pessoa pior ? Sério Katherine. Pior que isso? Por que não volta a ser a rebelde de sempre, aquela menina sem limites, você não era tão horrível...- Fiquei surpresa com tal comentário, me levanto e me afasto, Michael está, provavelmente bêbado e talvez nem lembre-se dessa conversar.

- Você, pai, acha que sou uma pessoa ruim. Vou mostrar a você meus lados obscuros, vou mostrar a você a pessoa ruim que eu sou...- Caminho para fora do quarto.

- Ter feito tudo o que fiz e não foi o suficiente...- Digo esmurrando o travesseiro em cima da cama.
- Irei fazer de tudo para me odiar, até agora só fui capaz de que ficasse magoado comigo, irei mudar seu pensamento sobre mim.

EXTRA

Fiquei um bom tempo acordada, não conseguia dormir, me levantei e fui até o quarto de Michael, ele está dormindo.

" Se eu fosse diferente, seria bom ou ruim? Se bem que, quando tento ser boa ou faço algo bom para as pessoas sempre me dou mal e sempre acontece algo de ruim com todos ao meu redor..."

Caminho até Michael, pego um lençol e o embrulho, beijo sua testa.

- Acho que estou fazendo o que é certa, agindo assim de forma grosseira com você pai.

Katherine Singer - A garota problema (Volume 1)Where stories live. Discover now