O que planeja fazer?

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Lucy tentando se acalmar ao descobrir que sua irmã sobreviveu. Ela realmente acreditou que, com os espancamentos e a falta de alimentação, Isabela não resistiria. Ela até tentou terminar o que começou, mas Alexia tinha contratado mais seguranças para proteger a mãe, alimentando ainda mais a raiva que Lucy tem por ela.

Ela estava sentada no seu quarto, Lucy alugou uma aconchegante casa na saída da cidade e acreditou que Alexia jamais acharia o local tão facilmente. Cleber, que está trabalhando diretamente com Lucy, entra e entrega algumas fotos que foram tiradas hoje da frente da empresa da Alexia.

— Interessante. Mas o que esse velho estava fazendo no escritório dessa bastarda?— Ela perguntou, sem desviar o olhar da foto

— Ele andou investigando seu passado, descobriu muitas coisas até mesmo que você era uma prostituta.

— Garota maldita! Por que ela teve que mexer com o meu passado?— Ela grita, sentindo o sangue ferver.— Ela quer me investigar? Então vou dar um motivo para ela vir atrás de mim.

— O que planeja fazer, senhora?

— Vamos sequestrar uma das pessoas mais importantes para ela.— Lucy diz com um sorriso maquiavélico no rosto.

Ela se senta em uma cadeira e começa a articular como colocará seu plano em ação. A casa em que Lucy estava escondida estava bem movimentada com seus homens.

— Encontraram o lugar?— Ela pergunta para um dos rapazes.

— Sim, como pediu! Um lugar afastado, mas nos arredores da cidade. Consegui uma casa que está abandonada há um tempo, então não vai ter problemas, poderá ser usada o tempo que quiser.

— Ótimo! Então vão atrás dele.— Ela levanta e pega o celular com uma foto de Benício.— Quero esse homem ainda hoje sob meu domínio.

— Como vamos encontrá-lo?

— O idiota está há dias próximo à mansão da Alexia, diz que está protegendo ela. Nem sabe ele que quem precisará de proteção será ele.

Lucy sorri maliciosamente enquanto seus homens saem em busca de Benício. Ela estava disposta a qualquer coisa para fazer Alexia sofrer.

Para ela, sua irmã roubou o amor de Mael, por Isabela ter lhe dado uma filha, coisa que Lucy nunca conseguiu dar a ele. Ela quer destruir a todo custo a vida da sobrinha, e sequestrar alguém importante para ela era apenas o começo de seu plano de vingança. Se o sequestro não der certo, algo maior e muito pior está por vir.

Sua sede de vingança é mais forte do que qualquer sentimento que existiu dentro dela.

Enquanto aguardava notícias de seus homens, Lucy tomava um bom vinho, sentindo que tudo já estava dando certo.

A noite estava tranquila e serena, o brilho da lua cheia iluminava o céu estrelado. Após a saída de Lucas, Alexia decide ir embora, ela não conseguia se concentrar no restante do trabalho. Sem esforço, sua mente tentava arrumar um jeito de parar com as maldades de Lucy.

Já dentro do carro, ela dirige em silêncio. Seu olhar estava distante e o seu coração apertado. Sem perceber, Alexia dirige até o lugar que virou quase seu ponto de refúgio, na Torre Eiffel.

Ela olha pela janela, havia poucas pessoas andando pelas ruas aquele horário, já era de madrugada. Seu dia foi cansativo, mas produtivo. Descobrir informações sobre Lucy foi importante. Com a ajuda do amigo do seu pai, ela conseguiu até mesmo o endereço onde Lucy se esconde. Todas as provas estavam em suas mãos, ela só precisava descobrir para quem entregar. Quem, no meio de tantos homens que foram chantageados e comprados, teria coragem de dar um basta nela.

Alexia chegou em casa esgotada após a turbulência do seu dia na empresa. Ela desce do carro sentindo algo diferente, um perfume familiar que fez seu coração palpitar, enquanto caminhava pela calçada em direção à porta de entrada, aquela sensação de que havia alguém observando ia aumentando.

Benício, desconfiado de que algo estava acontecendo, decidiu cuidar de perto da mulher que ama. Ele estava escondido nas sombras, observando-a. Seu coração também batia acelerado ao ver sua amada tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe dele. Ele suspirou, sentindo a saudade apertar seu peito. Tudo que ele mais queria era a chance de fazer tudo diferente, começar do zero, apagar as mágoas que as mentiras e sua omissão causaram, mas ele sabia que era tarde demais para isso.

Alexia parou por um instante e olhou para o céu, perdida em pensamentos, se perguntando como estava seu amado, se ele havia voltado para Barcelona ou para sua cidade natal.

— Eu prometo resolver isso e ir te encontrar, amor, não importa onde esteja, eu vou até você.— Alexia sussurrou, sentindo a tristeza por mais uma vez o destino afastar os dois.

Benício encostou na árvore com um turbilhão de emoções invadindo seu peito e sussurrou baixinho para si mesmo.

— Como eu sinto sua falta, meu amor.

Alexia olhou para trás como se procurasse por alguém. Mesmo não dizendo para seus amigos, ela ainda tinha a esperança de que a qualquer momento ele pudesse gritar seu nome e pedir novamente para ela voltar. E diferente das outras vezes, ela o abraçaria e diria que tudo que ela mais quer é ter o seu amor de volta. Não importava o quanto arriscado fosse, ela só queria ter Benício ao seu lado.

Sem pensar nas consequências, ela pegou o celular e digitou uma mensagem. Assim que enviou, Alexia entrou em casa e fechou a porta. Benício, que ainda estava com os olhos fixos nela, mal sentiu a vibração do celular, mas outra mensagem chega e ele vê que tinha uma notificação dela. Ele desbloqueia a tela rapidamente e lê.

"Sei que amanhã não é dia 25, mas lembro que me prometeu sempre vai estar onde me pediu em casamento. Sei que pode ser tarde, que eu possa ter perdido a chance de nos reencontrar, mas saiba que não pretendo mais fugir. Eu te amo Benício e não faz mais sentido te ter longe de mim."

Benício sente seu corpo todo tremer, era tanta alegria que ele nem conseguia acreditar no que leu. Saindo de trás da árvore, ele decide ouvir isso dela, mas uma forte pancada na cabeça faz com que ele desmaie.

Os homens de Lucy surgiram sorrateiramente das sombras e capturaram Benício, levando-o para o cativeiro sem que ele pudesse fazer nada.

Alexia olhava o jardim da sua casa ainda pensativa. Ela segurava seu celular esperando uma resposta quando percebeu que ele havia lido sua mensagem. De repente, ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha, como se algo estivesse errado. Ela olhou em volta, mas não viu nada fora do normal.

— O que foi? Aconteceu alguma coisa? — Lorena pergunta observando Alexia.

— Acho que não... — Ela diz tentando ignorar a sensação de inquietação que tomou conta dela, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer.

— Como não? Você está pálida, seus olhos estão cheios de lágrimas.

— Eu não estou chorando. — Alexia diz e em seguida passa a mão no rosto. — Por que estou chorando? — ela sussurra para si mesma ao sentir suas lágrimas escorrerem. Ela olha novamente para fora e não vê nada de estranho. — Vamos dormir, já está tarde.

Alexia diz e fecha as cortinas da janelas, sem conseguir encarar os olhos de Lorena, ela caminha de cabeça baixa, subindo as escadas perdida em seus pensamentos.

Lembranças Perdidas Where stories live. Discover now