ninguém irá nos separar

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Alexia enfim podia respirar aliviada, chegando na casa de Benício ela abraça a família que tanto a acolheu. Exausta por dias sem se alimentar direito e sem dormir, Vanusa preparou um enorme banquete para ela, eles queriam comemorar a liberdade da sua nora. A população da pequena cidade envergonhada foram até a casa pedir desculpas por julgar Alexia. O prefeito que nunca acreditou nas acusações comemorou com a família.

Ela tomou um longo banho, se cuidou como à um mês não fazia e se juntou a todos com um olhar de admiração.

Por algum motivo ela sabia que nunca havia tido tanto calor humano, Alexia por inúmeras vezes imaginou que antes de perder a memória era uma mulher amarga e sozinha. E estando com as pessoas que verdadeiramente gostam dela, nada mais importava.

Dias se passaram Dafne fugiu sem deixar rastros. Mas nesse momento tudo que o casal queria era agilizar a adoção do pequeno Brayan. Com a guarda temporária do menino eles estavam organizando os preparativos do casamento.

A pequena cidade estava em festa, a notícia do casamento de Alexia e Benício se espalhou rapidamente e todos estavam ansiosos para celebrar essa união. A casa dos dois estava repleta de flores e enfeites, e Vanusa, com a ajuda de toda a família, organizou cada detalhe do casamento.

Na véspera do grande dia, Alexia estava radiante. Ela olhava para o vestido de noiva com admiração, ainda sem acreditar em como sua vida tinha mudado. Benício entrou no quarto e a abraçou.

— Você está linda, meu amor. Mal posso esperar para te ver caminhando até o altar amanhã.— Benício beija levemente ombro de Alexia tocando na tatuagem que ela fez assim que saiu da prisão, desde então transformaram ela em algo que descreve o amor dos dois.— Essa fênix remete bem o nosso relacionamento, quando pensam que morreu, nosso amor renasce das cinzas ainda mais forte.

— Essa fênix remete bem o nosso relacionamento, quando pensam que morreu, nosso amor renasce das cinzas ainda mais forte

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Alexia sorriu e segurou as mãos de Benício, sentindo uma onda de gratidão por tê-lo ao seu lado. Ela nunca imaginou que encontraria um amor como o dele.

— Sim, a sua ficou linda também. Estou tão nervosa para amanhã. Parece que agora terei meu final feliz. — Alexia diz com os olhos marejados de lágrimas.— Nada pode estragar esse momento.

— Nada, nem ninguém irá nos separar.— Eles se deitam abraçados e Benício faz carícias na cabeça de Alexia, até ela pegar no sono.— Não deixarei nem mesmo o que escondo de você por medo... estragar o que temos.— Ele sussura sentindo o medo e o peso na consciência bater forte, já se passou mais de quatro anos que ela está sem suas memórias, para ele, elas não voltariam mais.

Assim que amanheceu todos se falavam apenas de uma coisa, o casamento de Benício e Alexia. A família Nicolai estavam todos eufóricos com os últimos preparativos. A cerimônia vai acontecer na igreja da cidade, fizeram um lindo altar, um caminho com muitas flores, era simples, pois Alexia não queria algo luxuoso, mas estava lindo. Fotos do casal de cada momento vivenciado, em um canto para as pessoas veem tudo que enfrentaram até aqui.

Benício já estava mais que nervoso, ele olhava para a entrada da igreja sem parar, o coração batia a mil, a sua felicidade, brilhava em seus olhos.

Alexia estava no carro de frente a igreja, ela via as pessoas entrando apressadas. Quando ao descer do carro percebeu que esqueceu seu buquê.

— Que drogra.— Ela resmunga.— E agora o que eu faço?— Vanusa que estava com ela percebe seu desespero.

— O que foi filha?

— Esqueci o buquê. Como pude esque-lo?

— Quer entrar sem ele? — Vanusa pergunta já sabendo a resposta.

— Nunca, são as nossas flores preferidas, nos mesmo que montamos ele, eu vou buscar.

— Vou com você, filha.

— Não precisa, sogra. É perto, irei rápido. Hoje tudo tem que estar perfeito e sem o meu buquê não estará.

— E será, minha menina. Você merece toda a felicidade do mundo.

— Nunca disse...— Alexia fala se colocando na frente de Vanusa.— Sou muito grata por ter vocês na minha vida. Muito obrigada Vanusa por ter me acolhido como filha.

— Que isso. Não precisa agradecer. Estamos muito felizes por tê-la na nossa vida. Você trouxe luz onde havia tanta escuridão.

As lágrimas vieram aos olhos de Alexia, que abraçou Vanusa com força, sentindo-se grata por ter sido acolhida por aquela família tão amorosa.

Vanusa entrou na igreja avisando todos que terá alguns minutos de atraso. Alexia dirige rapidamente, assim que chega na casa ela sobe as escadas correndo. Pega o buquê de rosas vermelhas e brancas e vai em direção ao carro. Ao chegar nele percebe que deixou a chave dentro do carro e as portas estavam travadas.

— Ahhh. Não acredito.— Ela grita frustrada.— Por quê é que tudo está dando errado hoje?— Sem muita demora, Alexia entra na casa e pega as chaves do carro do Benício.— Ainda que a Betina levou ele. — Ela comemora. Caminhando apressadamente para a garagem, Alexia abre o carro, coloca o buquê no banco e se olha no retrovisor.— Nossa estou suando, que horror.— sem querer ela abre o porta trecos e entre as pequenas coisas que haviam ali, um pedaço de papel amassado chamou sua atenção.— O que é isso?— Ela sussura, ao pega o papel e percebe que era uma página de revista.

Acontece que Benício quando chegou de viagem com Alexia e Fred, colocou a página que ele arrancou da revista e colocou ali esquecendo de jogar fora, era incomum ela dirigir o carro dele. Alexia desamassa a página curiosa e ao mesmo tempo sem entender. Benício sempre foi tão organizado, não era do feitio dele guardar lixo.

— Matheo Laurent...— Ela lê em voz alta e acaba se lembrando da revista que ela estava lendo outro dia no hotel.— O que isso faz aqui? Bom deixa pra lá.

Alexia liga o carro deixando de lado o pedaço de papel, quando ela está dando partida ela olha novamente para a folha e vê sua foto grávida estampada como desaparecida e do lado uma foto do seu pai com ela antes dele morrer. Seu coração acelera, suas mãos começam a suar frio fazendo ela freiar bruscamente.

— Não pode ser... — Ela sussura se debruçando no volante.— Não, não. Ele não escondeu isso de mim... ele não fez isso. Fez?

Alexia sai do carro desnorteada com as informações que ela lê, passa diante dos carros sem perceber por onde estava andando, sua visão estava turva, sua cabeça doía fortemente, algo queria se revelar a anos, mas ela não conseguia processar as informações das suas lembranças.

Ao seu redor estava um barulho alto, gritos e buzinhas de pessoa desesperadas com ela andando no meio dos carros. Era final se semana e sempre nesses dias as ruas ficavam movimentadas de pessoas de fora.

— Alexia.— Fred grita. Ele que estava indo ver por que da demora dela, viu ela andando sem rumo como se não soubesse o que estava fazendo.— Alexia, olha pra mim.— ele fala tentando chamar a sua atenção, segura no seu rosto e o que ele ve o assusta, seus olhos estavam dilatados, um vazio imenso surgia deles, assim que ele volta a si, seu olhos se encontram com os dele.

— Meu filho... onde está o meu filho?— Sussurrando baixinho ela desmaia nos braços do amigo.

Lembranças Perdidas Where stories live. Discover now