Do que o doutor tem medo?

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Enquanto Alexia, Benício e Matheo se aproximavam do endereço que Hellen havia passado, eles pararam na frente de um luxuoso condômino, era um pouco afastado da vila que Benício morava, foram 3 horas de carro até chegar na residência do doutor. Eles desceram do carro e começaram a caminhar, Alexia ficava olhando em cada canto, como se em qualquer momento pudesse avistar seu filho.

Derrepente Alexia avistou de longe um menino que aparentava ter 4 anos, brincando com sua babá no jardim. Seu coração apertou e o desespero tomou conta dela, Matheo segurou na mão dela com a mesma ansiedade que Alexia estava, ela estava como se todas as crianças que aparecesse na sua frente fosse seu filho.

Benício observou aquele contato entre os dois, não sabendo a ligação que um tinha com o outro, Benício sentia -se rejeitado e o ciúmes invadindo seu ser.

Sem muita demora eles correm em direção ao portão, um dos seguranças se aproxima achando aquelas pessoas um pouco suspeitos.

— Por favor, o doutor João está?— Alexia diz com firmeza.

— Tem algum horário marcado com ele?

— Não! Não preciso de horário. Eu quero falar com ele.

— Sinto em dizer mas o doutor não irá atende-los, sem horário marcado, sem visitas.— o segurança diz com convicção.

De trás das grandes janelas transparentes João estava observando eles. Ele olhava atentamente para Alexia lembrando com clareza de tudo que aconteceu.

Alexia estava desesperada, mesmo sem saber do paradeiro do filho, seu coração de mãe pulsava desesperadamente por respostas. Com a insistência do segurança ela ajoelha no chão e implora para que ele a deixe falar com João.

— Acho que chegou a hora, amor.— Disse a senhora Haydée, esposa de João.

— Por quê agora? Louis está tão bem connosco.— ele diz sentando no sofá sem tirar os olhos da imagem de Alexia, João apertava as mãos trêmulas na outra sem conseguir controlar o que estava sentindo.— Ela é só uma desconhecida para ele.

— Sempre soubemos que esse dia iria chegar. E ela não é uma desconhecida para ele. Nunca foi!

— Por quê diz isso? — João pergunta sem entender.

— Vá falar com eles.— Haydée diz desviando o assunto.— Sei que será difícil, pra mim também está sendo, mas Louis não pertence a nós. Ela é mãe dele e posso imaginar o quanto está difícil procurar por um filho que mal sabia estar vivo.

— Eu não vou deixar essa mulher levar ele! Não vou.

— Se não fizer isso, eu mesma farei!

— Por quê está agindo assim?

— Você sabe quantas vezes eu quis aproximar dela? Quantas vezes fui atrás contar que o filho dela estava vivo? Quantos comprimidos para dormir tive que tomar, pois minha consciência nunca ficou tranquila?— Haydée diz com a voz embargada pelo choro.— Por favor, apenas uma vez na sua vida faz o que é certo.

— Por quê ela veio atrás dele só agora? Ela teve quatro anos para vir procurar ele... eu avisei para a amiga dela. Não consigo entender por que agora.— João diz em negação.

— Será que era realmente amiga dela? Querido, olha para aquela mulher, você realmente acredita que ela estava ciente do que aconteceu?

João levanta em silêncio e vai para outro cômodo, ele não queria admitir que o dia mais temido por ele havia chegado. Porém na sua cabeça o sofrimento de Alexia não era real, e por esse motivo ele não vai ceder tão facilmente. Dando ordens para seus seguranças trazer Louis para dentro e trancar todas as portas.

Lembranças Perdidas Where stories live. Discover now